O Positivismo é uma corrente historiografia que surgiu na II metade do século XIX como reacção ao Romantismo cujo fundador e principal interprete foi o filosofo francês Augusto  Comte (1798-1857).

Segundo Comte, a filosofia do Positivismo baseia-se em três fases ou estádios de evolução do pensamento humano:

  1. Fase teológica a explicação dos fenómenos é atribuído as causas sobrenaturais ou seja a causa dos fenómenos é atribuída a Deus ou aos deuses e corresponde ao estado teocrático;
  2. Fase metafísica a explicação dos fenómenos é atribuída a causas vagas e fictícias e corresponde ao Estado anárquico;
  3. Fase positiva a explicação dos fenómenos é atribuído a causas naturais e compete as ciências a sua descoberta e corresponde ao Estado sociocrático.

Alguns historiadores consideravam que Comte ao dividir a história em três fases inaugurou o Positivismo liberal voltado aos factos mentais e intelectuais.

Portanto, Augusto Comte o reformador, foi quem lançou as bases do positivismo sociologial que encontramos no século XIX. O Cientismo ou seja o culto pela ciência devido precisamente ao seu desenvolvimento do século XIX onde nos encontramos num progresso técnico ( época da II fase revolução industrial).

Para os positivistas a história é uma ciência do homem  e não da natureza. O processo histórico é na sua origem idêntico ao processo natural. Para tal, devia-se aplicar à história a base do método das ciências da natureza  para que esta se torne uma ciência positiva. Neste contexto, admitiam que em história podiam ser elaboradas leis que seriam eternas, universais e globais. Estamos aqui perante a valorização da experiência em detrimento da razão. Os positivistas queriam colocar a história a par das chamadas ciências exactas.

Em termos de objecto, a concepção historiografia do positivismo era uma concepção atomistica da história  ou seja um estudo dos factos insolados, fazia-se o estudo exclusivo dos factos políticos e o tempo utilizado era o tempo breve (de curta duração) como lhe chamou Fernando Brandel.

Defendendo a concepção da objectividade total (passividade do historiador em relação as fontes) os positivistas em termos epistemológicos super-valorizam o objecto e desprezam totalmente o sujeito na ânsia de promoverem uma ciência exacta das coisas do espírito (narrar os acontecimentos passados tal e  qual como na realidade aconteceram).

Portanto, o historiador era omnipresente, que não emite juízos de valores sobre os factos devendo dizer apenas o que eram. Cada  facto para além de ser considerado independente do conjunto era também considerado do próprio sujeito.

 Quanto ao método foi influenciado pelo método das ciências da natureza, divide-se em duas fases:

1° determinação dos factos.

2°  estabelecimento das leis.

Duma forma sintética a esta historiografia caracteriza-se:

  • pela defesa  de uma história possível de estabelecer leis de evolução;
  • defesa do cientismo histórico (previsão que se faz pelas ciências exactas ), através da observação dos factos históricos contidos no documento ;
  • defesa do facto único, isto é, os factos não devem ser associados, devem ser analisados isoladamente; factos políticos entre factos políticos, factos económicos entre factos económicos (…); defendem uma crítica exigente às fontes  muito semelhante as da ciências naturais ou objetivas;
  • é adepta da objectividade absoluta (fazer história consiste em abstrair-se de factos do seu conhecimento);
  • reduz a concepção do documento histórico que por exigência metodológica passa a ser fundamentalmente escrito;
  • pretende obter do passado uma imagem mas próxima possível daquela que seria conseguida pela observação directa;
  • privilegia eventos de Índole político militar e diplomático; defesa do facto único não integrado em conjuntos homogéneos ou sérias;
  • defende dois géneros de narrativa histórica: o de história episódica ou de história quadro.

Esta historiografia é criticada pela sua exigência de objectividade absoluta que vedavam ao historiador positivista tanto a parcialidade como o juízo de valor ou seja o historiador positivista supervaloriza o objecto e renega o sujeito como elemento activo na construção do passado humano.

A historiografia positivista tinha uma concepção atomistica dos factos históricos na medida em que supunha que eles podiam ser analisado um a um separadamente uns dos outros como se constituíssem unidades autónomas;  o positivismo pretendia aplicar  à história,  os métodos das ciências naturais, tendo em vista transformá-la numa ciência regida por leis naturais (defende método da experimentação).

Em vez de conceberem a historia em termos de evolução, os positivistas concebiam-na em termos de sucessão, pois para eles, as fontes históricas reduziam-se ao documento escrito; privilegiavam grandes e ou acontecimento político, militares e diplomáticos que respondiam as exigências dos três estados, limitando o âmbito histórico.

Foi a partir destas insuficiências que ainda na segunda metade do mesmo século a historiografia positivista começa a ser posta em questão. Foi nesta perspectiva que surgiu na Alemanha em reacção ao positivismo  uma nova corrente historiografia- o Historicismo