O que foi?
O Atentado de Sarajevo foi o incidente que, em 28 de junho de 1914, vitimou o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e sua esposa, a duquesa Sofia de Hohenberg, em Sarajevo, capital da Bósnia. O atentado foi executado por Gavrilo Princip, membro da organização nacionalista sérvia denominada Mão Negra.
Antecedentes do Atentado de Sarajevo
Nos termos do Tratado de Berlim assinado em 1878, o Vilayet da Bósnia foi ocupado e colocado sob administração Austro-Húngara, embora oficialmente continuasse sob a soberania do Império Otomano. Pelo mesmo tratado, Áustria-Hungria, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Império Otomano e Rússia reconheceram o Reino da Sérvia como um Estado soberano. Inicialmente, os monarcas sérvios aceitaram reinar dentro dos limites estabelecidos pelo tratado.
A situação mudou em 1903 com o chamado Golpe de Maio, quando oficiais liderados por Dragutin Dimitrijević invadiram o palácio real. O grupo capturou Laza Petrović, chefe da guarda do palácio, e forçou-o a revelar o esconderijo do rei Alexandre I e da rainha Draga. Encontrados, os soberanos foram brutalmente assassinados e seus corpos atirados por uma das janelas do palácio. Os irmãos da rainha também foram mortos, por ordens de Vojislav Tankosić que, juntamente com Dimitrijević, foi uma das figuras proeminentes na trama para assassinar o arquiduque Francisco Fernando.
Objetivo do atentado de Serajevo
Tinha como objetivo o rompimento das províncias eslavas do sul com a Áustria-Hungria e a criação da Grande Sérvia.
Véspera dos ataques
Ilić começou a distribuir as armas aos conspiradores em 27 de junho. Até essa data ele manteve segredo sobre as identidades dos assassinos de Belgrado aos que haviam sido recrutados em Sarajevo e vice-versa. Segundo Mehmedbašić “na véspera do ataque Ilić me apresentou a Princip, num café de Sarajevo com as palavras ‘Mehmedbašić estará connosco amanhã'”.Os três enviaram um cartão postal para Vladimir Gaćinović, diretor provincial da Mão Negra para a Bósnia e Herzegovina, que se encontrava na França. Na manhã do dia 28 de junho, Ilić posicionou os seis assassinos ao longo da rota da comitiva imperial, exortando-os à bravura.
Assassinato arquiduque Francisco Fernando
Na manhã de 28 de junho de 1914, Francisco Fernando e sua comitiva partiram de trem de Ilidža para Sarajevo, onde foi recebido com grande pompa pelo governador Oskar Potiorek. Seis carros foram colocados à disposição da comitiva.
Entretanto, por engano, três agentes da polícia local embarcaram no primeiro carro juntamente com o chefe de segurança especial, enquanto os oficiais a seu serviço foram deixados para trás. O segundo carro levava o prefeito e o chefe de polícia de Sarajevo. O terceiro carro era um Gräf & Stift, veículo esportivo conversível, onde Francisco Fernando, Sofia, o governador Potiorek e o tenente-coronel conde Franz von Harrach embarcaram e foram mortos.
Consequências do Atentado de Sarajevo
Todos os envolvidos no atentado acabaram sendo capturados. Aqueles que permaneceram sob custódia austro-húngara foram julgados juntamente com os responsáveis pelo túnel, que ajudaram a entregar as armas dos conspiradores em Sarajevo.
Mehmedbašić foi preso em Montenegro, mas foi autorizado a “escapar” para a Sérvia, onde se juntou aos auxiliares do major Tankosić – em 1916 ele seria finalmente preso.
Tumultos anti-Sérvia eclodiram em Sarajevo e em vários outros locais da Áustria-Hungria nas primeiras horas após o assassinato, até que a ordem fosse restabelecida pelos militares.