Na moderna racionalidade cienticien, o senso comum era visto como uma impureza nas ciências. Contudo, Bachelard reconhece a pertinência do senso comum para a construção da ciência .É o senso comum que fará com que o homem se emocione com o objecto empírico. 

Visto que o senso comum é um saber que pensa mal ou não pensa, há que romper com ele, pois, tem mais respostas que perguntas , tem repostas para tudo, enquanto que o conhecimento cienticien vive de agitação dos problemas. 

Bachelard aponta para a decontinuidade entre o conhecimento comum e o conhecimento científico. A ciência não procede do senso comum, mas ao contrário se constrói através da negação. Assim, existe uma ruptura epistemológica entre o senso comum e conhecimento científico, exitem rupturas também entre as diversas áreas da racionalidade científica. 

As sucessivas destruições de conhecimentos do passado são, justamente, rupturas epistemológicas, negações de alguma coisa fundamental sobre as quais se sustentava a fase precedente da pesquisa: a teoria da relatividade pondo em discussão os conceitos de tempo e espaço é exemplo típico de uma ruptura epistemológica no decorrer da física contemporânea. 

Entretanto, as rupturas epistemológicas não são passos fáceis em virtude do que Bachelard chama de "obstáculos epistemológicos". Obstáculos epistemológicos são preconceitos que impedem e bloqueiam o surgimento do real e das novas ideias, representa um imobilismo na ciência. Exemplos desses obstáculos: senso comum, dogmatizaçao, pensamento generalizado, etc.