Por: Faruque

Ciclo cardíaco


Ciclo cardíaco é o conjunto de eventos cardíacos que ocorrem entre início de um batimento e início do próximo.

Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nodulo sinusal, situado na parede lateral superior do átrio direito, próximo da abertura da veia cava superior e, o potencial de ação se difunde rapidamente para ambos átrios e, depois por meio do feixe atrioventricular (A-V) para os ventrículos. Ocorre um retardo de mais de 0,1 segundos na passagem do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos. Isso permite que os átrios se contraiam antes dos ventrículos, bombeando assim sangue para o interior dos ventrículos, antes do começo da forte contração ventricular.

Diástole e sístole


O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento (diástole), durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contração (sístole). A duração total do ciclo cardíaco é recíproca a frequência cardíaca. Por exemplo, se a frequência cardíaca é de 70 batimentos/minutos a duração do ciclo é de 1/70 batimentos/minutos.

Efeito da frequência cardíaca (FC) na duração do ciclo cardíaco
Quando a FC aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui. A duração do potencial de ação e o período de contração também diminui, mas não por percentual tão alto quanto na fase de relaxamento.

Relação do eletrocardiograma com o ciclo cardíaco


O eletrocardiograma é composto pelas ondas P, Q, R, S e T, que são voltagem elétricas geradas pelo coração.

A onda P é causada pela disseminação da despolarização pelos átrios, seguido pela contração atrial, as ondas QRS ( inicia antes da sístole ventricular) surgem como resultado da despolarização dos ventrículos, o que inicia a contração ventricular e faz com que a pressão ventricular comece a aumentar e onda T ventricular (que surge antes da contração ventricular), representa a repolarização dos ventrículos.

Função dos átrios


O sangue flui de forma continua vindo das grandes veias para os átrios, cerca de 80% do sangue flui diretamente dos átrios para os ventrículos mesmo antes da contração atrial. A contração dos átrios representa 20% para acabar de encher os ventrículos, sendo assim os átrios funcionam como bomba escova, que melhora a eficácia do bombeamento ventricular.

Função dos ventrículos

 

Enchimento dos ventrículos durante a diástole


Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue se acumula nos átrios uma vez que as válvulas atrioventriculares (A-V) estão fechadas. Assim que a sístole termina e as pressões ventriculares retornam os baixos valores diastólicos, as pressões altas que se desenvolvem nos átrios durante a sístole ventricular forçam a abertura das válvulas atrioventriculares, pelo aumento do volume ventricular esquerdo, chamado período de enchimento rápido ventricular.

Esvaziamento ventricular durante a sístole

 

Período de contração isovolumétrica


Apos o início da contração ventricular, a pressão ventricular sobe de modo abrupto, fazendo com que as válvulas A-V se fechem, depois os ventrículos geram pressões suficientes para empurrar e abrir a válvulas semilunares (aórtica e pulmonar). Portanto os ventrículos estão se contraindo, mas não ocorre esvaziamento.

Período de ejeção


Quando as pressões nos ventrículos aumentam até acima de 80 mmHg no ventrículo esquerdo e até acima de 20 mmHg no ventrículo direito, a pressão ventricular força a abertura das válvulas semilunares, imediatamente o sangue começa a ser lançado para as artérias e cerca de 70% do seu esvaziamento ocorrem durante o primeiro terço do período de ejeção (período de ejeção rápida), e os 30% do restantes de esvaziamento nos outros dois terço do período (período de ejeção lenta).

Período de relaxamento isovolumétrico


Comece de modo repentino, fazendo com que as pressões intraventriculares diminuam rapidamente. As altas pressões nas artérias distendidas que acabaram de serem cheia, voltam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos causando o fechamento das válvulas semilunares. O musculo ventricular continua a relaxar, mesmo que o volume não se altere.

Volume diastólico final, volume sistólico final e debito cardíaco


Durante a diástole, o enchimento normal dos ventrículos aumenta o volume de cada um deles de 110 ou 120 ml (volume diastólico final), a medida que os ventrículos se esvaziam durante a sístole, o volume diminui por aproximadamente 70 ml (debito sistólico). A quantidade restante em cada ventrículo, de 40 a 50 ml é chamada de volume sistólico final e a fração do volume final diastólico que é ejetada é denominada fração de ejeção, normalmente equivale a 60%.

Regulação do ciclo cardíaco


Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco - mecanismo de Frank-Starling
A quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto é determinada pelo volume de sangue que chega ao coração pelas veias ( retorno venoso), isto é quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para aorta em outas palavras: dento de limites fisiológicos, o coração bombeia todo sangue que a ele retorna pelas veias.

Controle do coração pela inervação simpática e parassimpática

 

Mecanismos de excitação cardíaca pelos nervos simpáticos



    • Aumentam a frequência cardíaca;

 

    • Aumentam a força de contração cardíaca até o dobro da normal, aumentando desse modo o volume bombeado de sangue e aumentando sua pressão de ejeção.



Estimulação parassimpática do miocárdio


Faz o inverso dos mecanismos de excitação cardíaca pelos nervos simpáticos.

Referencias bibliográficas


Guyton. Tratado de fisiologia médica.12ᵃ edição. Brasil.

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