o conhecimento universal na prespectiva castiniana

 

Por: João Tivane


Desde que o homem negro tomou a sua liberdade, ficou coagido pelo sofrimento passado por ele vindo dos europeus ou ocidentes, facto que faz com que sempre o africano permaneça na menoridade. Porém, durante a caminhada da sua escravatura, passou por várias situações que denigriram o seu ser no sentido físico assim como psíquico, e toda essa rotina de sofrimento levou o homem negro a não pensar no desenvolvimento do seu ser, seu estado sem que antes emite o ocidente ou por outra, depois do homem negro tomar a liberdade continua a culpar o ocidente por sua capacidade de pensar ou seu retrocesso mental.

Até aí aceita-se e acredita-se que o homem africano defacto foi retardado, mas o que ele deve fazer para além de colocar a culpa no ocidente é lutar no sentido de pensar por se. onde Ayittey apud Castiano (2002: p36). “Referencia que os problemas dos africanos devem ser resolvidos por eles próprios e esses devem deixar de culpar constantemente ao ocidente pela existência desses problemas no seu continente”. Com este dito Ayittey procura de uma forma minunciosa motivar o homem negro a saír do padrão da escravatura ou por outra, tentar mostrar o caminho certo a seguir para o avanço do conhecimento africano ao em vez de ficar de braços cruzados culpando o ocidente pelo retrocesso cogitamental.

Ayittey propõe que a “África deve ser capaz de se desenvolver pelos africanos, usando seu próprio modelo de desenvolvimento e não o modelo copiado dos Estados Unidos, da Rúcia e nem dos outros países quaisquer” (idem). O autor procura mostrar que juntos, os estados africanos mesmo passando por escravatura são capazes de produzir o conhecimento de modo a solucionar seus problemas a partir de sí mesmos sem necessariamente precisar de copiar o ocidente.

Mediante essas premissas, a questão que surge é: Como é possível um africano criar o seu próprio modelo de desenvolvimento continental? Na tentativa de responder esta questão, será de uma forma imperiosa remeter-se às etnias científicas ou mesmo étnociência que se consideram como sendo uma ária da ciência que procura estudar tradições africanas, costumes, comportamentos, acontecimentos naturais e sobre-naturais (mitos), que decorrem numa dada região, facilitando o seu maior entendimento para se chegar ao conhecimento geral partindo do pressuposto de que todo conhecimento universal provêm do conhecimento particular.

Junod, descobriu que os indígenas tinham muito que encinar aos cientistas europeus sobre a utilidade das planta,s em diversas ocasiões, ele comvidou os nativos para o seu muzeu, onde em troca de uma moeda eles lhes forneciam os nomes locais e usos das plantas (...) Junod reconheceu que os advinhos e os gobelas, possuíam conhecimento complexo dos animais e das plantas usando desenrolar da sua profissão, Harries Apud Castiano, (2010: p33).


Junod era mincionário Russo que se deslocou do ocidente para África com finalidade de estudar tradições, acontecimentos e as funções das plantas tradicionais. Contudo, ele descobriu que nas sociedades africanas há muitos saberes escondidos. Ele afirma categoricamente por ter uma esperiência vivida na medida em que procurava conhecer e estudar os nomes e as funções das plantas a partir dos informantes locais. Isso tudo indica que, dentro da sociedade africana existe um conhecimento étnico que pode conduzir o africano ao conhecimento universal. ora, para Junod ser conhecido como cientista partiu do conhecimento dos africanos no caso dos informantes; dito em outras palavras Junod apenas colecionava as ideias dos indígenas na tentativa de criar uma ideia complexa.

Diante desse quadro sinótico, constata-se que grande problema que leva o africano a não produzir seu próprio conhecimento sem que primeiro olhe no ocidente deve-se ao facto de não considerar e acreditar no saber local como padrão para o conhecimento científico geral. Isto porque em todas as universidades e escolas africanas preocupa-se em implementar o conhecimento ocidental, deixando de lado o seu saber local. ora, Castiano apresentou várias áreas etnocientíficas como por exemplo, etnofísica, etnogeografia etc; mais nenhuma escola implementa essa ciência tradicional.

Sugere-se que para o alcance do conhecimento universal deve-se partir do conhecimento etnocientífico de modo a compreender a simplicidade das coisas. Como é possível compreender e resolver problemas dos outros sem que antes compreenda e resolva seu problema? Esta questão remete-nos na ideia de considerar e valorizar as ciências tradicionais como meio de se chegar a ciência universal, mostrando que África é rico em conhecimento étnico, mais para o seu uso adequado é desvalorizado, facto que leva ao mesmo emitar o ocidente ou seja é necessário tomar a etnociência como base preliminar para conhecer o geral, porque a partir dele constroe-se o conhecimento edificante no desenvolvimento do seus próprios meios para solucionar problemas e criar o avanço intelectual a nivel global, que acabaria por se chamar ciência ou conhecimento universal sem que antes olhe emite o ocidente.