Ngoenha, sobre das independências às liberdades africana, diz é necessário fazer-se uma análise ampla e profunda dos resultados da fenomenologia em várias dimensões, que informam a mentalidade moderna e até contemporânea, para tal, o filósofo é convocado a fazer uma reflexão sobre tudo o que acontece, ou vivido na sociedade em geral em cada momento histórico e em cada ambiente cultural.

Portanto, sabe-se que cada época, cada civilização e cada geração define um objectivo. Mas após das independências africanas, certos países de continente africano optaram por economias planificadas, outros por modelos de desenvolvimento auto centrados, outros fizeram programas de promoção das próprias exportações, outros privilegiaram o desenvolvimento de um sector do Estado e outros aderiram aos programas de ajustamento estrutural.

Mas sempre desencadeava no insucesso. Esta conquista africana, foi o primórdio de um novo marco histórico, onde a missão dos africanos é futuro. Para a concretização do mesmo, cada um deve dar o melhor de si, no meio em que se encontra. Esse futuro é complexo, pois, o desenvolvimento no seio de qualquer país não são as construções de infra-estruturas de património de Estado e privado, mas sim é a construção duma escola com todo equipamento necessário para orientar a boa educação do aluno, que esse aluno é vista como o futuro do país.

Segundo Ngoenha as independências e as liberdades dos países africanos trouxeram a democracia, conciliando-se com o capitalismo, marcando o inicio da diferenciação social e o individualismo. O facto colonial desapareceu oficialmente, mas ele permanece efectivamente entre nós, através da cultura. Entretanto, a independência não nos reconciliou com as culturas tradicionais.

Nos finais do século XIX, verifica-se o surgimento de alguns movimentos que tinham uma finalidade comum que era a liberdade do homem negro, condição da sua historicidade, quer se chame pan-africanismo, negritude, socialismo africano, etnofilosofia, filosofia crítica ou filosofia hermenêutica. Esses movimentos, preparam o nascimento de uma consciência africana e dedicam a reabilitar o homem negro e a sua história.

Mas o que na verdade constitui a essencial crise da consciência africana moderna é a divisão da alma africana entre nós mesmos, em os menos ocidentalizados e os mais ocidentalizados; entre os tradicionalistas e os modernos. A filosofia africana, portanto, está na linha da liberdade, que já conquistamos e devemos ainda mais preservá-la, da liberdade do continente africano.