O que são vértebras torácicas?

As vértebras torácicas são em número muito variável consoante as espécies. As vértebras torácicas formam um eixo com a parede dorsal do tórax, e são caracterizadas pelas suas ligações com as costelas, a cada vértebra ligam-se duas costelas. Todas as costelas, articulam o seu tubérculo com o processo transverso da vértebra e articulam ainda a sua cabeça entre o corpo da vértebra á qual pertencem e a vértebra seguinte.

Características gerais das vértebras

O corpo das vértebras torácicas é relativamente curto, sobretudo nas espécies em que estas vértebras são pouco numerosas. Quando comparados os corpos das vértebras torácicas e lombares, os das torácicas são claramente mais curtos. Se os compararmos aos das vértebras cervicais temos que fazer duas distinções, comparamos cervicais com as torácicas dos equinos e dos ruminantes e aqui o corpo vertebral das vértebras torácicas é claramente mais curto ao passo que, nas outras espécies, e em particular no Homem e no porco são bem mais longos.

O corpo vertebral tem uma forma cilíndrica mais evidente nas partes ventro-laterais. A cabeça da vértebra é menos convexa e a fossa vertebral menos concava que nas vértebras cervicais. O achatamento destas superfícies traduz-se num maior empilhamento ósseo e menor mobilidade.

A crista ventral é muito pequena e pouco resistente sendo substituída por uma simples rugosidade que por vezes esta ausente.

O corpo da vértebra possui umas fossas ou foveas costais, teoricamente, existem 2 foveas por costela, uma fovea cranial e uma costal. Se fizermos cortes nas suas vizinhanças da inserção do arco ao longo da cabeça e da fossa da vértebra, verificamos que, estas superfícies articulares se completam de uma vértebra a outra para formar cúpulas costais que permite a adaptação das vértebras às costelas. A fovea costal é sempre mais larga e funda que a fovea caudal, é de assinalar que a fovea caudal geralmente costuma faltar na última vértebra e em certas espécies nas 2 ou 3 ultimas vértebras torácicas.

O arco que delimita o foramen vertebral é relativamente estreito, em especial no interior da vértebra. O processo espinhoso é saliente e muito comprido sobretudo nas primeiras vértebras torácicas. Os processos transversos são curtos e estão inseridos dorsalmente ao pedículo vertebral. Cada um deles possui uma característica particular, a fovea costal do processo transverso que corresponde á face semelhante de um tubérculo costal. Dorsalmente, na base dos processos transversos, desenvolvem-se nas vértebras mais caudais relevos que anunciam as disposições nas regiões. Na direcção crânio-dorsal detecta-se um processo mamilar mais ou menos arredondado. No final do processo articular caudal pode aparecer um processo acessório mais fraco e menos resistente.

Os processos articulares aproximam-se do plano mediano dorsalmente ao foramen vertebral e são pouco salientes.

As incisuras vertebrais craniais são pouco marcadas. As incisuras caudais são mais profundas convertendo-se em otificios vertebrais laterais.

Características específicas das vértebras

É difícil precisar o número de uma vértebra torácica isolada, apenas a primeira e a ultima apresentam características que permitem a sua distinção.

Os corpos vertebrais alargam-se de forma progressiva. As espécies que possuem vértebras cervicais evidenciadas, as suas primeiras vértebras torácicas encontram-se largas e o calibre diminui nas primeiras antes de aumentar de novo. As cabeças e as fossas vertebrais são menos côncavas ao longo da região lombar. As foveas costais são claramente côncavas nas primeiras vértebras torácicas, tornando-se mais planas e a sua extensão diminui. Esta redução é muito importante para as foveas caudais, que podem mesmo em certas espécies desaparecer em algumas das últimas vértebras.

Nos arcos, os processos espinhosos aumentam rapidamente a sua altura nas primeiras vértebras torácicas diminuindo gradualmente nas últimas: as mais altas de toda a coluna aparecem na região interescapular. Encontramos ainda uma vértebra diferente, é a vértebra anticlinal, esta é a primeira vértebra da região torácica caudal ou na região lombar e possui um processo espinhoso perpendicular ao corpo da vértebra. Quanto á largura dos processos espinhosos, eles são em geral muito grandes nas primeiras vértebras torácicas, sobretudo em grandes ruminantes e porcos onde esta característica é impressionante, o processo espinhoso é menos largo nos carnívoros onde vai aumentando ao contrário dos outros processos.

Os processos transversos diminuem regularmente o seu volume próximo da região cervical, os últimos são muito reduzidos e podem mesmo faltar como no gato. Na sua base desenvolvem-se os processos mamilares e acessórios que ausentes nas primeiras vértebras, tornando-se fortes nas últimas vértebras. A fovea costal transversal reduz nas últimas vértebras e aproxima-se da fossa cranial o corpo da vértebra o que acaba por levar a uma fusão.

Os processos articulares encontram-se largos e espaçados na primeira vértebra torácica, aproximando-se rapidamente e a superfície das fossas diminui regularmente. Normalmente, as últimas tornam-se mais fortes e as suas faces menos planas. As incisuras caudais dos pedículos vertebrais são muito profundas e frequentemente convertidas em buracos.

Neste ultimo caso, a incisura caudal parece muito fraca, mas existe sobre o pedículo um foramen vertebral lateral equivalente a um foramen intervertebral. A primeira vértebra torácica é inconfundível pelas suas características de transição da região cervical. A sua cabeça e a sua fossa vertebral encontram-se bem pronunciadas. Os dois pares de foveas costais do corpo são largas e muito concavas, o processo espinhoso é mais comprido que nas outras, o processo transverso é dirigido lateralmente e tem uma fovea costal grande e côncava. Os processos articulares craniais encontram-se fortes e espaçados, ao passo que os caudais são mais fraquinhos e próximos. As incisuras craniais são fortes e as caudais são profundas, menos no boi e no porco, nunca são convertidas em buracos. A última vértebra torácica possui um corpo largo e forte, um pouco como as vértebras lombares. Os seus processos espinhosos não são muito salientes. Sobretudo os corpos são sempre desprovidos de fovea costal caudal e a fovea costal transversal está ausente ou conflui com a fovea costal caudal.