Antecedentes

Segundo Ramires (1990, p. 27), ssob uma perspectiva histórica, as rivalidades que culminaram na Guerra Irã-Iraque estão atreladas a uma das etapas do antigo conflito árabe-persa pelo controle das terras férteis da Planície da Mesopotâmia. Os dois países, que possuem fronteiras em comum, estão localizados na região da Mesopotâmia, O maior elemento dessas disputas é de ordem natural: a configuração do relevo, em áreas planas e com a presença de solos férteis, o que favorece a prática agrícola e também por conta da sua rede hidrográfica formada por grandes rios perenes, a se destacar os rios Tigre e Eufrates, algo raro em uma área onde predomina os climas árido e semi-árido.

A Guerra Irã-Iraque o conflito que por cerca de 8 anos, mais precisamente de 1980 a 1988, envolveu as duas nações do Oriente Médio, e terminou com a vitória do Iraque. Irã e Iraque possuem diferenças históricas. Apesar de ambos seguirem a religião muçulmana, a corrente majoritária no Iraque e na maioria dos países árabes é a sunita, enquanto que no Irã predomina o xiismo, ambos diferindo basicamente em relação à questão da linha sucessória do profeta Maomé. Além disso, o Iraque é um país de língua árabe, e o Irã possui a sua própria língua, o persa. Os regimes políticos também são bastante distintos: enquanto o Iraque mantém até hoje um governo de inspiração ocidental e secular, o Irã é um regime controlado por líderes religiosos, os aiatolás, altos dignitários do segmento xiita do islã.

Causas da guerra

Ramires (1990, p. 31) diz que, o  conflito teve raízes em rivalidades regionais

  • Irã e Iraque disputavam a região de Shatt al-Arab, o estuário dos rios Tigre e Eufrates, na fronteira dos dois países que serve como principal acesso do Iraque ao Golfo da Pérsia;
  • Presidente do Iraque, Saddam Hussein, se sentia ameaçado pela Revolução Islâmica Iraniana, que levou ao poder o Aiatolá Khomeini;
  • O muçulmano sunita Saddam Hussein via no xiita Khomeini uma ameaça para a sua soberania;
  • Khomeini considerava Hussein um tirano sunita que oprimia a maioria xiita de seu país.

Desenvolvimento da Guerra

De acordo com Finlan, (2003, p. 14), o conflito inicia-se a 17 de setembro de 1982, o Iraque oficialmente declarou guerra ao Irã, um conflito que começou por rivalidades regionais e disputas por territórios estratégicos se transformou em uma guerra sangrenta e violenta entre Irã e Iraque, quando Saddam Hussein utiliza uma antiga disputa de fronteiras com o pretexto de invadir o país vizinho. Seu objetivo era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria o Irã, pois temia-se que a recém-proclamada revolução, que derrubou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlevi viesse a contaminar o regime instalado no Iraque, também pró-ocidente.

Inicialmente, o conflito pendeu para o lado iraniano, reforçado com as armas vendidas pelos Estados Unidos naquilo que ficou conhecido como o escândalo Irã-Contras. Logo, porém, a superioridade e a experiência das forças iraquianas pesou para o lado destes, pois muitos dos oficiais iranianos com prática acabaram perseguidos pelo novo regime dos aiatolás. Apesar da ajuda clandestina dos americanos, os países que apoiavam formalmente o esforço de guerra iraniano eram a Líbia e Síria, enquanto que o Iraque tinha o respaldo oficial de países como Arábia Saudita e Estados Unidos.

Fim da guerra

Ramires (1990, p. 42), a guerra terminou em 1988, quando o Irã, desmoralizado após diversas baixas e ataques mal sucedidos, aceitou o cessar-fogo. O país persa aceitou a resolução das Nações Unidas que determinava o final das hostilidades, embora a trégua ocorrera de fato alguns dias depois, porque o Iraque continuou realizando pequenos ataques.

O conflito terminou com a vitória do Iraque, resultando em um considerável enfraquecimento do regime iraniano, que apesar disso, conseguiu manter intacta sua revolução. Aparentemente, Saddam Hussein obteve o que queria, ou seja, inibir a influência iraniana na região, além de obter um predomínio militar, acumulando grande número de tanques, artilharia, aviões de combate e militares altamente treinados.

Consequências

Ramires (1990, p. 81) diz que, a guerra não trouxe nenhum benefício real para nenhum dos lados:

  • A gurra provocou grandes perdas humanas, 1 milhão de soldados foram mortos, e meio milhão de civis morreram ou ficaram permanentemente inválidos.
  • Destruicao das efraetruturas, tanques de petróleo de nações que não estavam envolvidas no conflito foram ao menos 500 ataques registrados.
  • Cerca 228 bilhões de dólares foram gastos diretamente pelos dois países na guerra, e houve ao menos 400 bilhões de prejuízos.

 

Bibliografia

RAMIRES, M. Alves. Escola de  guerra naval. Rio de Janeiro, 1990;

FINLAN, Alastair. Guerra do Golfo 1991. Oxford: Osprey Publishing, Traducão-Google, 2003;

QUIDNOVI, org. Grandes Batalhas da História Universal. Golfo 1991. Matosinhos, QuidNovi, 2003;

FILHO, Geraldo Lesbat Cavagnari. China, Japão e a Segurança no Leste Asiático. Instituto de Estudos Avançados de São Paulo, São Paulo, s/d.