O processo de independência das colónias em relação às metrópoles europeias é denominado historicamente como descolonização .
A descolonização pode entender-se de uma forma geral como o processo de transferência do poder político (soberania) de um Estado colonial para uma autoridade política representativa dos povos de um território colonizado e que, normalmente culmina com a sua independência.
Factores gerais da descolonização
A descolonização da África está relacionada com a decadência da Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e Segunda Guerra Mundial. A Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, cujo Estado se tornou modelo para os países africanos, inscreveu a libertação dos povos colonizados como pilar da sua política externa.
Outro factor será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África, impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da ONU, que, em 1945, reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na Indonésia que estimulou as lutas pela independência.
A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) também contribuíram para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas influências políticas e económicas.
Descolonização nas colónias Portuguesas em África
Nas colónias portuguesas que se chamavam províncias ultramarinas, seria difícil haver a descolonização uma vez que Portugal fazia parte das forcas do eixo hitleriano durante a segunda guerra mundial e quando Salazar que de 1932-196, dirigiu Portugal com uma rigidez de fóssil, este não hesitou em declarar publicamente que Portugal era antibilateral, contra o sistema parlamentar, contra a democracia.
Factores específicos da descolonização das colónias Portuguesas
Enquanto Portugal recusava categoricamente qualquer forma de descolonização, as raízes dos movimentos de libertação nas suas colónias apareciam na própria metrópole, como é o caso da casa dos Estudantes do Império (CEI) ou “Berço de líderes africanos em Lisboa”, como também é conhecido, era uma instituição universitária do estado português. Foi fundada e oficializada em 1944 por proposta do então Ministro das Colónias Vieira Machado, durante o regime ditatorial de António de Oliveira Salazar (1933-1974) com o objectivo de criar um espaço comunitário e recreativo para os estudantes universitários oriundos das colónias portuguesas.
A Revolução dos Cravos em Portugal, no dia 25 de Abril de 1974, foi movimento que derrubou o regime salazarista e estabeleceu as liberdades democráticas, permitindo as necessárias transformações políticas e sociais nesse país, consequentemente, a libertação total das colónias portuguesas em África. Este facto, não só foi significativo para o término de uma longa jornada do regime fascista em Portugal, mas também para o fim do colonialismo na Guiné-Bissau e nos restantes dos países africanos da colónia portuguesa. Esta revolução, resultou na fraqueza do sistema colonial e consequente retirada dos soldados portugueses nos territórios africanos. A pressão da ONU contra Portugal para libertar as suas colónias e o aumento da violência nas colónias contra o sistema colonial. A bipolarização do mundo e consequentemente o apoio das duas potências recem-emergidas no pós-guerras.