O desenvolvimento tecnológico verificado no século XIX decorrente da Segunda Revolução Industrial causou um aumento significativo da produção e consequentemente dos lucros das indústrias. Em contrapartida novas questões aparecem a potência Inglesa quase que imediatamente:

a) Onde reinvestir os lucros excedentes? Já que no processo de expansão industrial muitos países estão criando um grande número de barreiras proteccionistas.

b) Como manter o nível de produção? Se em alguns Estados a matéria-prima, com o aumento da produção, começa a rarear.

c) O que fazer com o excesso populacional na Inglaterra, que somente tende a aumentar, visto que o desenvolvimento atingia o segmento médico e sanitário. Na Inglaterra os empregos começavam desde muito a rarear, criando uma massa de desempregados.

Expansão de procura de novos mercados que a Inglaterra idealizava não era só exclusivamente dela, porque simultaneamente a França em 1830 em acção isolada invadia a Argélia e o rei Leopoldo da Bélgica ocupava a região quase central da África, criando em 1876 o Estado Livre do Congo, a partir de negociações com lideranças locais, Portugal também estava presente e querendo implementar seu projecto de domínio costa a costa, no caso de Angola a Moçambique.

A Europa estava preste a explodir em conflito, quando Bismarck, visando manter uma estrutura montada dentro do continente europeu e evitar a explosão do “barril de pólvora, assume em seu território para resolver questões e criar regras para a ocupação e domínio a Conferência de Berlim

Países colonizados pela Inglaterra na África

Os ingleses estabelecem territórios coloniais em alguns países da África do Norte, Oeste, Leste e no sul também do continente como:  Egipto, Sudão, Gana, Nigéria, Serra Leoa, Gâmbia, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, Seychelles, Mauricias, Quénia, Tanzânia, Somália, Suazilândia, Lesoto, Botswana.

Características da Economia nas possessões inglesas em África

Os britânicos, a exemplo dos demais colonizadores, não desenvolveram uma teoria universal do colonialismo que se aplicasse a todos os aspectos da vida em todas as colónias. Jamais definiram qualquer método que se assemelhasse a um sistema prático universal de colonialismo. Na verdade, essa generalização seria impossível num colonialismo imposto a povos de cultura, costumes e tradições extremamente diversos e que viviam em meios muito diferentes. Alias, reservava se ampla autonomia aos administradores coloniais para adequar cada situação segundo as condições locais.

Desde os primeiros tempos da ocupação efectiva da África, o governo de Londres compreendeu o potencial e a importância que as forças económicas de suas novas colónias representavam para o desenvolvimento dos interesses britânicos no ultramar. Em 1895, o primeiro-ministro, Lorde Salisbury, expunha com muita clareza essa tomada de consciência.

Zona Norte de África

Faziam parte da Zona Norte de África o Egipto e Sudão (Sudão Anglo – Egípcio). No Egipto a derrota militar de Muhammad ‘Alī em 1840 assinalou o fim de importante fase da história económica do Egipto moderno. O sistema por ele instalado previa o desenvolvimento simultâneo da agricultura e da indústria sob controlo e propriedade do Estado. Seus planos lançaram o país no rumo de uma economia orientada para a exportação, essa tendência foi reforçada entre 1850 e 1920. Todas as actividades económicas estavam voltadas para o cultivo e exportação de algodão, razão esta que o Egipto tornou se um pais mono cultor altamente especializado.

O desenvolvimento do vale de Djazīra foi um sucesso útil à Inglaterra, mas também ao Sudão, que dele participou directamente. A instalação de uma rede de modernos meios de transporte, a construção de portos e canais de irrigação contribuíram igualmente para a expansão de uma agricultura moderna no Sudão. Mas a também o reverso da medalha: desde logo, a infra-estrutura instalada, além de ser insuficiente, servia claramente aos interesses da Inglaterra, antes que aos dos sudaneses. E muito significativo que nenhuma estrada tenha sido construída naquela época, e que as ferrovias o tenham sido, originariamente, para facilitar as campanhas militares da Inglaterra, bem como a exploração do algodão e da goma-arábica, em Djazīra e nas zonas ocidentais, respectivamente.

África Oriental Britânica

A Inglaterra ira implementar os mesmos princípios de colonização comparativamente com outras regiões, embora tenham muitos dados contrastes.

A Uganda era um país relativamente rico, a principal cultura era a da Banana, mas o algodão desde, 1903 depois o Café vão ser cultivados pelos africanos, em solos férteis. Assim, em relação a seus vizinhos, a Uganda pouco afectada, foi pela colonização europeia.

No Quénia em contrapartida a evolução económica será muito diferente, no princípio do século XX, estava ainda sobre o inteiro domínio da companhia Britânica da África Oriental, como Posto de missão.

Na Tanzânia os colonos Ingleses dedicavam-se à cultura do trigo, do café, chá, do sisal e à criação de gado. Pelo tratado de Heligolándia (1890), Tanzânia tornava-se protectorado Britânico.

África Central Britânica

Esta região da África esteve no “comando” do Cecil Jhon Rhodes, com o projecto das Rodesias que englobava a Zâmbia (Rodésia do Norte) e Zimbabwe (Rodésia do Sul). Em 1895 Rhodes via com orgulho dar o seu nome a esses dois imensos países e eram orientados administrativamente e economicamente pela companhia da África de Sul, que só veio terminar a sua hegemonia 1922, sobre o monopólio dos minérios em 1933 e finalmente sobre os caminhos-de-ferro em 1945.

Rhodes conseguiu ultrapassar a dificuldade que as Rodesias tinham, ao construir uma linha férrea do cabo, passando pela Bexuanalandia, para evitar o Transvall e chegasse Salisbúria. Este prolongamento será levado em direcção ao Congo através da Rodésia do Norte e em 1899 uma outra linha saía da Rodésia do Norte prolongava-se para o porto português da Beira.

A Rodésia do Norte com o dobro da extensão da Rodésia do Sul tinha muito menos colonos brancos, com efeito era então muito menos rica e ficara sob o controlo da Companhia Britânica da África de Sul até 1924, ano em que tornou uma colónia com habituais órgãos executivos e legislativos.

Nas Rodesias o principal potencial económico era o cobre (Rodésia do Norte), que o tornava em terceiro lugar na produção mundial em 1927, depois dos E.U.A e do Chile.

Região Sul de África

Esta compreendia a actual África de Sul, Suazilândia, Botswana e Lesoto, onde a Inglaterra tinha a seu cargo alguns enclaves chamados territórios do alto comissariado. Com efeito, perante a política inquietante da União sul-africana, os Ingleses negaram a integração desses territórios no bloco político sul-africano. A Suazilândia, rica em algumas minas de amianto, o Botswana vasta planície estepica , contribuíram de forma significativa na economia Inglesa, estando na linha da frente a África de Sul o “epicentro” dos jazigos de mineiros.

O caso da África do Sul

Não se pode falar da colonização e a ocupação de regiões estratégicas de África sem falar da Inglaterra. Os ingleses apoderam-se das regiões mais populosas e ricas da África, graças ao seu tino do Cecil para os negócios e à habilidade com que açambarcou o mercado de diamantes, no curto espaço de dois anos, transformou-se em um milionário. Embora fosse uma empresa privada, com finalidades lucrativas, estava investida de poderes comparáveis aos de um governo. Tinha, por exemplo, autoridade (concedida por carta patente em 1889) para “firmar tratados, promulgar leis, preservar a paz, manter uma força policial e adquirir novas concessões”.

O mesmo autor sublinha que a prosperidade da União Sul-africana durante este período era essencialmente baseada na agricultura na criação de gado, e sobretudo no ouro e nos diamantes. Em 1911 pôs-se termo a imigração dos asiáticos (Índia), que tinham vindo trabalhar nas plantações de cana de natal e no comércio. As medidas restritivas contra eles desencadearam actos de desobediência civil orientados por um jovem advogado, Maati Gandi, que nessa época exercia sua profissão na África de Sul.

Região Ocidental de África

Nesta região da África desenvolvimento económico foi muito precoce, graças ao cacau. O valor das exportações do cacau ultrapassava muito rapidamente as do ouro e constituía em 1913 nada menos que 50% do valor das exportações.

Gana elevava se o primeiro da produção mundial, com uma percentagem de cerca de 60% da produção total. O sistema do marketing boards  aplicado também na Nigéria permitiu extrair do cacau enormes reservas de capital. Com as reservas constituídas podia se comprar a um preço superior a cotação mundial quando era demasiado desfavorável ao produtor local. Mas a serie de numerosos anos com cotações ascendentes permitiu dispor de uma importante massa financeira a qual o governo recorria para construir as infra-estruturas técnicas e sociais do país dos quais destacam se: a primeira linha férrea construída para ligar o porto de Sekondi depois Tacoradi as minas de ouro de Tarkwa e a Kumasi e a secunda linha ligou Acra e Kumasi.