A formação intelectual das escolas e faculdades de teologia onde a disciplina de história da igreja é obrigatória, ainda há muito a ser desenvolvido. Na ambiência católica, a partir das obras de Jean Daniélou, Henri-Irénée Marrou, Jean Delumeau, Alain Corbin entre outros, tem havido bastante abertura para uma história da igreja repensada. Porém, em seminários protestantes, salvo raras exceções, ainda prepondera a adesão a obras que repetem o estilo Eusebiano.

Com a queda império romano do ocidente, um novo contexto histórico irá surgir, caracterizado pela destituição da economia urbana e comercial e o regresso a uma economia essencialmente agrícola e de subsistência, da qual resultará fatalmente o isolamento das populações. Todavia, os laços de consanguinidade são substituídos pelos estreitos vínculos da identidade religiosa, da comunhão da mesma fé, em que o pai ancestral e carnal é substituído pelo pai celestial cristão.

Foi uma época da regressão em vez duma expansão: as populações refluem novamente aos campos. As cidades arruínam-se, as rotas comerciais encurtam-se e acabam em muitos casos por desaparecer. O contacto e o intercâmbio de produtos e de ideias entre as comunidades ou povos diferentes (diferentes na língua, na raça, nos costumes, nas crenças, nas técnicas, na cultura) que tinham estado até aí, deixaram de ser possíveis.

Numa sociedade em que a actividade económica predominante era a agricultura, não há dúvidas de que a mão-de-obra servil está sujeita a uma corporação sacerdotal que a explorava em nome da divindade.

Trata-se de uma historiografia cristã, em que o Cristo é o enfoque principal. O cristianismo nasceu na Judeia (Palestina), região que fazia parte e era dominada pelo império romano. Os judeus devido a opressão submetida pelos Assírios, Persas, Gregos, Medos e Romanos acreditavam na vinda do Messias anunciado pelos profetas que os devia libertar da opressão dos povos estrangeiros a que estavam sujeitos e restauraria o trono de David restabelecendo no mundo o governo de Jeová, único Deus que havia revelado ao povo de Israel mediante Moisés.

No tempo do imperador romano Tibério César, nasceu Jesus que genealogicamente pertencia a linhagem de David. Com cerca 30 anos começa a pregar e operar milagres por toda a palestina que mereceu admiração e que mais tarde é acompanhado por discípulos nos meios humildes do povo Judeu. Dizendo-se o Messias o enviado de Deus, Jesus anunciava a boa nova: todos os homens são iguais perante Deus e podem obter a vida eterna. Esta mensagem era profundamente revolucionária na época.

Entre os Judeus da Palestina, algumas ceitas religiosas como a dos fariseus, receberam mal a doutrina de Jesus Cristo. Com o efeito estes não consideravam Jesus como o Messias anunciado pelos profetas do antigo testamento, pois eles pretendiam apenas ao povo de Israel. Deste modo acusam-no de agitador do povo, perseguindo-no e denunciaram-no ao governador romano Pôncio Pilatos. Depois de ser julgado, Jesus é condenado à morte e crucificado no monte Calvário em Jerusalém.

Após a morte de Jesus Cristo, a doutrina de Jesus foi levada pelos seus discípulos (apóstolos), a todo o mundo romano, cumprindo a palavra anunciada por Jesus “ide e anunciai a todas as nações”. Por toda a parte divulgavam que Jesus era o Messias anunciado ao mundo pelos profetas e o salvador do Mundo. Era o início do cristianismo.

As suas reuniões secretas, as críticas a sociedade esclavagista romana e a recusa em adorar os deuses romanos e prestar culto ao imperador, originaram numerosas perseguições desencadeadas pelos governadores de Roma.

Características da Historiografia Medieval

É universal, tendo começo no tempo de Adão e Eva e termina com o fim do mundo e providencialista;

Colocaloca a sabedoria de Vino (Teocentrismo) no topo e do homem em segundo plano;

É uma história apologética, visto que prevê o fim do homem e do mundo;

É uma história repetitiva, cíclica e acrítica.