Motivações dos descobrimentos Portugueses

Um dos factores que impulsionou os descobrimentos, foi a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Desejavam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa.

Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis. O motivo religioso, sobrepondo-se a todos os outros, foi como tal apontado, entre outros, por João de Barros, Luís de Camões e Gil Vicente.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.

Mas outros factores tiveram também bastante importância: a necessidade de expandir o território português; a experiência que os marinheiros possuíam devido à longa costa atlântica e aos bons portos portugueses; os instrumentos náuticos conhecidos na altura pelos portugueses: a bússola, o astrolábio, o portulano, o quadrante e a balestilha; e o avanço que a construção naval portuguesa teve sobre a dos restantes países ao desenvolver a caravela e as naus, mais resistentes para viagens longas e para as condições do mar que ainda eram desconhecidas.

Grandes descobridores Portugueses

Gil Eanes

Navegador Português, escudeiro do Infante D. Henrique, que em 1434 conseguiu pela primeira vez passar além do Cabo Bojador, dissipando o terror supersticioso que este promontório inspirava e iniciando assim a época dos grandes Descobrimentos.

João Gonçalves Zarco

Navegador e fidalgo português da Casa do Infante D. Henrique, descobriu em conjunto com Tristão Vaz Teixeira a ilha de Porto Santo em1419, e em 1420, com Bartolomeu Perestrelo, a ilha da Madeira.

Bartolomeu Dias

Bartolomeu Dias foi um célebre navegador português, descendente de Dinis Dias.

Em 1486, D. João II confiou-lhe o comando de duas caravelas com o intuito de saber notícias do Preste João.

Descobriu primeiro a angra dos Ilhéus, sendo assaltado e em seguida, apanhado por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa encontrando apenas o mar.

Navegou para norte, descobrindo vários portos. No entanto, a tripulação obrigou o capitão a retroceder, dobrando, por acaso, o grande cabo em 1487 – Cabo das Tormentas, actual Cabo da Boa Esperança.

Em 1500, acompanha Pedro Álvares Cabral na famosa viagem em que este descobre o Brasil.

Quando a frota seguia para a Índia, o navio em que ia Bartolomeu Dias, naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto do mesmo cabo – cabo da Boa Esperança.

O mar que tantas vezes ele enfrentara acabou por vencer o herói mareante.

Vasco da Gama

Célebre navegador português, nascido em Sines (1469-1524), a quem D. Manuel I confiou o comando da frota que em 8 de Julho de 1497 largou do Tejo em demanda da Índia, e que se compunha de quatro pequenos navios: S. Gabriel, S. Rafael, Bérrio e S. Miguel (este último não passou da baía de S. Brás, onde foi queimado).

Em 2 de Março de 1498, aportou a armada a Moçambique, depois de haver sofrido medonhos temporais e de ter Vasco da Gama sufocado com mão de Ferro uma revolta da marinhagem.

O piloto que o sultão de Moçambique lhe deu para o conduzir à Índia, foi secretamente incumbido de entregar os navios portugueses aos Mouros em Mombaça. Um acaso fez descobrir a cilada e Vasco da Gama pôde continuar até Melinde, cujo rei lhe deu um piloto árabe, conhecedor do Índico.

Em 17 de Abril de 1498, avistava Calecut. Estava descoberto o caminho marítimo para a Índia.

  1. Manuel recompensou este glorioso feito, nomeando Vasco da Gama almirante-mor das Índias e fazendo-lhe doação de trezentos mil réis de renda. Voltou mais duas vezes à Índia, de que foi governador e segundo vice-rei.

Pedro Álvares Cabral

Navegador português, nascido em Belmonte (1467/68), e a quem D. Manuel I confiou o comando da segunda armada que mandou à Índia.

Partiu Cabral de Lisboa em 9 de Março de 1500, e, como se tivesse desviado a sua rota para descobrir novas terras, não tardou  a encontrar o Brasil, a 3 de Maio de 1500, no dia de Santa Cruz. Daí seguiu para a Índia.

No seu regresso, D. Manuel concedeu-lhe muitas honras, mas nunca mais utilizou os seus serviços. Pedro Álvares Cabral morreu esquecido em Santarém, uns dizem em 1520, outros em 1526. Foi-lhe erguido um monumento no Rio de Janeiro e outro em Lisboa, na Avenida que tem o seu nome.

Fernão de Magalhães

Navegador português que militou brilhantemente na Índia e na África. Descontente por não ter obtido de D. Manuel I uma recompensa a que se julgava com direito, foi oferecer os seus serviços a Carlos V, que lhe confiou uma frota de cinco caravelas.

Em Setembro de 1519, seguiu Magalhães rumo ao Ocidente. Durante a viagem teve de subjugar várias revoltas das tripulações. Chegado à costa americana, foi navegando ao longo dela para o sul, depois de visitar o Rio de Janeiro; e assim descobriu a passagem inter-oceânica a que ficou ligado o seu nome: o Estreito de Magalhães.

A frota, reduzida a três caravelas, penetrou no Pacífico, descobriu as ilhas hoje denominadas Marianas e o arquipélago que depois se chamou Filipinas. Aí foi morto numa rixa com os indígenas, a quem pretendia converter ao cristianismo.

O seu piloto Elcano conseguiu regressar à Europa com a única das caravelas que restava, a Vitória, completando assim a primeira viagem de circum-navegação que se efectuou no globo, mas cuja glória pertence a Fernão de Magalhães (1480-1521).

Gonçalo Velho Cabral

Navegador e guerreiro português (século XV). Íntimo colaborador de D. Henrique.

Introduziu famílias e gado nas ilhas Santa Maria e São Miguel (Açores), das quais foi o primeiro capitão donatário.

Diogo Cão

Navegador português, que por duas vezes (1482 e 1484), foi mandado aos descobrimentos por D. João II.

Dirigiu-se para a Mina e daí para o Zaire. Depois de várias vicissitudes seguiu até à ponta dos Farilhões (Serra Parda), donde regressou ao Zaire, que subiu a fim de visitar o Rei Congo.

Regressou ao Tejo em 1486, trazendo o ensinamento conveniente para atingir a África do Sul a navegar pelo largo, como fez Vasco da Gama.