Em 1752, Portugal declara Moçambique uma colónia e tem o início o tráfico de escravos. A ocupação efectiva de África deu-se na conferência de Berlim em 1885, assim alguns países da África tornaram-se dependentes. No fim da 2ª guerra mundial, nos fins da década de 50 e início de 60, assiste-se uma onda de descolonização em África, resultante do desenvolvimento dos movimentos nacionalistas. Os moçambicanos tiverem dificuldades para criar um movimento de libertação devido a falta de comunicação, este factor levou a criação de três movimentos separados UDENAMO, MANU e UNAMI.

A crise do colonialismo português

Portugal recebia pressões internacionais no sentido de esta descolonizar as suas possessões. A resposta de Portugal foi a transferência do indígena em cidadão e abolição do trabalho forçado, este facto fez com que os indígenas transformados em cidadãos disponibilizassem a mão-de-obra barata, onde trabalhavam e recebiam salários baixos, entretanto estes salários baixos não significavam alta produtividade; o sistema de trabalho estava associado a um nível bastante rudimentar das forças produtivas, assim os custos de produção eram relativamente elevados à produção. Os portugueses adoptaram o sistema de exploração capitalista, mas no período de 1960-63/4 baixou a produção industrial e a produção das principais culturas de exportação, o capitalismo português sentia-se ameaçado com o sistema de exploração, com o efeito aplicavam o trabalho forçado (xibalo) e as culturas forçadas. Abolição do trabalho forcado e as crescentes limitações que isso impôs a mão-de-obra barata levaram a que a base económica do anterior sistema de exploração capitalista ficasse corroída e o capital fosse obrigado a adoptar tecnologias mais mecanizadas que permitisse maior produtividade do trabalhador.

Assim no período 1964-73, verifica se uma reestruturação do capital colonial português:

Nos antigos sectores de produção, virados basicamente para exportação, assiste-se a mecanização (por exemplo na produção de açúcar e a viragem da produção camponesa africana para produção pelos colonos (o caso de algodão).

Novos sectores industriais aparecem em substituição de importações e o governo adopta medidas proteccionistas e a indústria portuguesa;

Adopta-se uma política de, portas abertas convidando o capital estrangeiro a investir nos territórios coloniais. O capital português não tinha um nível de desenvolvimento que lhe permitisse modernizar a produção precisando do apoio técnico e tecnológico do capital internacional para realizar os necessários investimentos, mesmo que fosse afetado no âmbito de empreendimentos conjuntos contribuindo o capital português com a parte das finanças. Um exemplo concreto desta política foi a provação em 1969 da construção de paragem de Cahora-bassa com a participação do capital sul-africano, entre outros;

Com a construção de paragem Cahora-bassa, Portugal pretendia que fosse:

Um obstáculo a passagem dos guerrilheiros da FRELIMO para a sul de Zambeze;

Uma área de fixação de colonos que constituiriam uma barreira humana ao avanço de luta de libertação nacional.

O desencadeamento a luta armada

A FRELIMO fez apelos para o governo português para se encontrar uma solução pacífica a questão da independência. Ao invés disso a repressão, resultava somente na destruição física dos que nela tomavam parte, restava um único recurso a luta armada, que inicia com o ataque ao posto administrativo do Chai, em 25 de Setembro de 1964.

O aparecimento das zonas libertadas

O processo desencadeou-se em três frentes designadamente a de Tete, que teve de ser fechada por dificuldade de trânsito de guerrilheiros e de armas através do Malawi e que veio a ser reaberto em Março de 1968; a segunda em Cabo-Delgado e Niassa. Estas frentes deram origem as chamadas zonas libertadas, passando a Frelimo a controlar um quinto do território moçambicano. Depois de varias e árduas batalhas, Moçambique finalmente declarou a sua independência de Portugal a 25 de Junho de 1975,

Importância histórica

O surgimento destas organizações trouxe um avanço significativo na defesa da causa africana, transformando-a em causa nacional. Estas organizações tinham como objectivo a luta anticolonial e a luta pela independência ao invés da simples ajuda mútua entre confrades.

Estas organizações tiveram uma grande importância histórica pois significaram um passo em frente na construção de um movimento nacionalista da África.

 

Bibliografia  

ANDRE, Eusébio e VANICELA, Romeu Pinheiro. Introdução ao estudo de história U.C.M. Beira, CED-U.C.M 2007 ;

CABAÇO, José Luís de Oliveira. Moçambique identidades, colonialismo e libertação.Universidade, São Paulo, 2007;

 Departamento da Historia Universidade Eduardo Mondlane. História de Moçambique. Livraria Universitária,  Maputo, 1982;HEDGES, David. Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Livraria Universitária Eduardo Mondlane, volume 2, Maputo, 1999;

Wikipédia;

MONDLANE, Eduardo. Lutar por Moçambique. Maputo, colecção “Nosso Chão” 1969;

NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997