Esta companhia foi formada por decretos de 1878 e 1903 e foi lhes atribuído direito de mineração, exploração florestal e agrícola, foi incorporada progressivamente os velhos prazos à medida que eles eram ocupados militarmente ou as suas possessões iam exprimindo, porém a companhia da Zambézia ficara com uma imensa região inexplorada completamente, porque não tinha capacidade para administrar ou ocupar.

A Companhia da Zambézia como outras companhias resultou da legislação proteccionista promulgada em 1890, que deu rapidamente origem a formação de sociedades por acções com capital predominante estrangeiro (ingleses, franceses, Alemão e Suíços). Esta companhia era de carácter arrendatária onde os membros da pequena e média burguesia portuguesa passaram a ocupar o cargo de agente de autoridades, constituindo uma extensão da administração burguesa

Nas ramificações da Companhia da Zambézia, destaca-se a Companhia do Boror, cujo capital era alemão funadado em 1898, possuía plantações de coqueiros, de café, de borracha, de arroz, de algodão, seringa e sisal. A sua sede situava-se em Namacurra na localidade de kokossani perto de Quelimane.

A Companhia Société du Madal foi uma das grandes empresas zambezianas com capital francês fundado em 1904, que iniciou a sua exploração agrícola com 70 000 coqueiros, não ocupavam uma área contínua, mas distribuídas pelas áreas da sede do conselho de Quelimane, do posto administrativo de Inhassunge, na margem direita do rio dos Bons Sinais e do posto administrativo de Micaúne, no conselho de Chinde, na margem esquerda do Zambeze.

Sena sugar Estates foi fundado em 1920 por J. P. Hornung, com objectivo inicial de estudar as possibilidades de produzir ópio na região com o capital inglês, mas depois de maus resultados no princípio, virou a atenção para a produção de açúcar e estabeleceu a primeira plantação em Mopeia.

A mão-de-obra para a produção sacarina provinha da Tete no distrito de Angónia, Niassalândia (actual Malawi) e a própria Zambézia onde se localizava a própria industria. Portanto, a Companhia de Luabo, foi uma empresa expansionista do Sena Sugar Estates (SSE), fundado em 1924. Por fim, a empresa agrícola de Lugela com capital suíço fundado em 1906, que tinha alugado os prazos de Lugela, Milange e Lómué por um período de 10 anos. Apesar do comprometimento da empresa na utilização da população da área para o trabalho agrícola, certo é que a Empresa agrícola do Lugela se especializou no municionamento de mão-de-obra para o mercado externo como: São Tomé e Transvaal.

Uma das formas de exploração da mão-de-obra utilizada nas Companhias de Zambézia destacam-se a cobrança de imposto, (mussoco), que podia ser em dinheiro como em trabalho rural. Além, desta forma de exploração verificou-se o uso da própria mão-de-obra local nas grandes plantações, sem a observância das condições sanitárias, para além dos salários baixos que por vezes sofriam redução quer pela queda das cotações internacionais dos produtos de exportação, quer pela desvalorização do escudo em todo o período que antecedeu a criação do regime Fascista em Portugal e para se obter a mão-de-obra eram recrutados.