São várias as hipóteses sobre a origem dos povos bantu, algumas versões rezam que saíram das férteis terras do sudeste sariano ou do lago Chade. Outros afirmam que surgiram da região dos grandes lagos, na África Central, ainda outros dizem que vieram da Ásia Menor, e posteriormente se foram fixando nas regiões dos grandes lagos, Sudão e a posterior emigrado para o sul. Ao passo que outras teorias dizem que os bantu entraram na África pelo istmo do Suez ou através do mar vermelho e forma se fixando na Abissínia e futuramente migraram para o Sul e sudoeste.
Nos séculos III a IV, a região começou a ser invadida pelos Bantu, que eram agricultores e já dominavam o ferro. A base da economia dos Bantu era a agricultura, principalmente de cereais locais, como a mapira (sorgo) e a mexoeira, a olaria, tecelagem e metalurgia encontravam-se é um estágio bem desenvolvida, mas naquela época a manufactura destinava-se a suprir as necessidades familiares e o comércio era inato, isto é, fazia-se troca directa. Por essa razão, a estrutura social era bastante simples, baseada na “família alargada” (ou linhagem) à qual era reconhecido um chefe.
A palavra Bantu tem uma conotação exclusivamente linguística e surgiu em 1862, sob proposta do linguista alemão Bleek, para assinalar o grande parentesco de cerca de 300 línguas, as quais utilizam esse vocábulo para designar os homens (singular Muntu). Porém, não existe uma raça Bantu.
Por volta dos anos 200/300 ou um pouco antes, a região Austral da África, sofreu a penetração do povo Bantu, grupo etnolinguístico conhecedor da técnica de ferro, agricultura e pecuária. Foram estes que introduziram ou inauguraram a idade de ferro nesta região.
A difusão quase em simultâneo da nova tecnologia de ferro, na zona dos grandes lagos e África Austral, entre cerca de 500 anos aC e o ano 0, teria acelerado o processo nos três séculos seguintes.
O que podemos acreditar como verdadeiras causas da expansão Bantu é que este fenómeno na África Austral ocorreu como resultado do conhecimento e da difusão de ferro, do conhecimento e difusão das actividades agro-pecuárias e do aumento populacional.
Bibliografia
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