A desigual distribuição da população explica-se pela conjugação de fatores (naturais, históricos e socioeconómicos) que favorecem ou restringem a ocupação dos territórios.

Fatores físicos ou naturais

Áreas favoráveis à ocupação humana, chamadas de acúmenes, e áreas desfavoráveis à concentração populacionais, anecúmenas. Entre as áreas mais favoráveis estão, por exemplo, as planícies (concentrando mais da metade da população mundial);

Fatores históricos e económicos

A expansão colonizadora do século XVI, a Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII, promoveu grande urbanização nestas áreas. O ecúmeno não seria explicado apenas por fatores naturais, mas também históricos. Ele se deveria, no interior do meio geográfico, como obra humana. Neste sentido, o desenvolvimento da civilização industrial, permitindo uma produção crescente, seria fator de acréscimo da habitabilidade do globo. (Sujeito a contradições em face da concentração dos lucros, que tem como consequência reduzir o acréscimo paralelo da população.

Trata-se da questão da superpopulação e do desemprego. Podemos dizer que actualmente a distribuição desigual da população pela superfície do planeta depende muito mais de fatores históricos e económicos do que dos fatores naturais. A modernização e a revolução técnico-científica permitiram superar grande parte das limitações naturais, levando a humanidade a conquistar espaço antes inabitáveis. Se a população dispõe de técnicas suficientes para superar as adversidades apresentadas pelo ambiente, a influência dos fatores naturais tende a diminuir.

Assim, mesmo áreas de difícil ocupação (desérticas, com relevo montanhoso, etc.) são integradas ao processo produtivo, atraindo população e investimentos em infraestrutura. Além disso, o grande crescimento da população em países subdesenvolvidos torna algumas dessas regiões as mais altas densidades populacionais do planeta. As actividades económicas podem acarretar maior ou menor concentração populacional. Por exemplo, as atividades industriais costumam ser responsáveis por grandes concentrações populacionais.

As áreas de agricultura com mecanização intensa e de pecuária extensiva, apresentam baixas densidades, pois essas actividades requerem pequena quantidade de mão-de-obra por área. Há desigualdades na ocupação dos continentes.

Até meados do século XX, por volta de 2/3 dos habitantes da Terra estariam concentrados em 1/7 da superfície do globo. Apesar da variação dos dados a respeito desta desigualdade, era unânime sua concentração na Europa, China e Índia. Calcula-se que no início deste século XXI, a cada ano, mais de 80 milhões de pessoas passam a habitar a Terra, uma população equivalente à da Alemanha.

A maioria será pobre e viverá principalmente na África, na Ásia ou na América Latina. São nessas regiões que estão situados os países de maior crescimento demográfico do mundo. A distribuição da população mundial ocorre de forma desigual, havendo grande diferença no contingente populacional dos continentes. Veja a população referente a cada um deles:

  • África: 1,008 bilhões de habitantes América: 925,2 milhões de habitantes;
  • Antártica: 4 mil habitantes;
  • Ásia: 4,115 bilhões de habitantes;
  • Europa: 749,0 milhões de habitantes;
  • Oceânia: 36,6 milhões de habitantes. 

Portanto, o continente com maior concentração populacional é a Ásia (4,1 bilhões de habitantes), correspondendo cerca de 65% da população mundial. A África é o segundo continente mais populoso, tal fato se deve ao alto índice de crescimento populacional dos países que a integram (2,1% ao ano). Sua população só não é maior em virtude da baixa expectativa de vida, caracterizada como a menor do planeta.

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 21% da população mundial habitará a África em 2050. A Europa, que já representou 21% dos habitantes da Terra, atualmente, possui apenas 10,7%, sendo que a tendência é diminuir a cada ano, pois o continente já apresenta taxa de crescimento populacional negativo.

A América, por sua vez, apresenta crescimento populacional de 1% ao ano, sendo que essa taxa é maior se considerarmos apenas os países latino-americanos.