Os princípios didácticos são exigências, orientações, normas gerais, axiomas, que orientam as actividades do professor e o seu comportamento numa disciplina escolar.
Tipos de princípios didácticos em Geografia
Os princípios didácticos podem ser gerais e específicos:
- Princípios Didácticos Gerais – baseiam se nos processos cognitivos e processos pedagógicos gerais;
- Princípios Didácticos Específicos – são especiais, validos para uma determinada disciplina escolar e devem ser observados sob dois pontos de vista:
- Na relação objectivo, conteúdo e planificação, pois só assim facilitam a decisão do professor sobre, que aspectos importantes devem ser realçados;
- No decorrer da aula os princípios específicos ajudam o professor a decidir sobre os métodos e meios didácticos.
Princípios didácticos quanto ao objecto de estudo da Geografia
Tendo em conta o objecto de estudo em geografia, distinguem-se cinco princípios didácticos específicos, nomeadamente:
- Princípio da correlação território e componentes;
- Princípio da correlação ciências naturais e ciências sociais no ensino da geografia;
- Princípio da correlação estrutura e processo;
- Principio da mudança da escala e;
- Princípio de comparação permanente com a realidade próxima do aluno.
Princípio da Correlação Território e Componentes
Segundo este princípio, na aula de geografia o tratamento de componentes como: Relevo, estrutura geológica, população, territórios, países ou regiões económicas, devem ser intercalados.
No tratamento de cada tema de aula e segundo as exigências do programa, poderá haver dominância de uma das partes, (componentes ou território), mas a correlação território e componente deve ser sempre observado. Isto significa que:
- Se o programa de ensino exige o estudo de um componente (objectivo dominante) a escolha do conteúdo e dos aspectos mais importantes da aula devem obedecer conhecimentos básicos que serão suporte do posterior estudo de territórios.
- Se o programa de ensino exige o estudo do território, então deve-se analisar primeiramente as características essenciais dos componentes de forme a que os alunos a partir da correlação dos componentes possam ter um conhecimento exacto sobre a estrutura do território.
Exemplo a unidade 4 da 9ª classe exige o tratamento de componente transporte. Essa exigência do programa deve ser completada com o estudo das relações deste componente com os outros no território.
Princípio da correlação ciências naturais e sociais
Segundo este princípio, o ensino de geografia, o estudo dos componentes físicos e económico deve ser alternado e intercalado.
No tratamento de cada tema de aula e segundo a exigência do programa do ensino, pode haver predominância de uma das partes, independentemente dessa predominância, a correlação deve ser observada.
Exemplo: se o programa exige o estudo dos recursos naturais é necessário analisar-se a intervenção da sociedade quer na utilização, quer na conservação dos mesmos.
Princípio da correlação estrutura e processo
O ensino de geografia, o estudo das estruturas territoriais deve ser intercalado com o estudo do processo que nele ocorre. Segundo a exigência do programa e em cada aula poderá dominar uma parte independentemente da exigência do programa, deve se observar esta correlação.
Exemplo 1: se o programa exige o estudo de uma determinada estrutura é necessário estudar igualmente a génese e a história dessa estrutura.
Se o programa exige o tratamento dos processos territoriais poderá fazer-se o estudo da correlação dos mesmos no passado, presente e futuro. Por exemplo: a cidade da Beira ao analisar o que foi no passado.
Princípio de mudança da escala
Segundo este princípio, no ensino de Geografia são usados mapas de diferentes escalas, no entanto, a escala escolhida deve determinar a precisão das afirmações, por isso na aula de geografia, a mudança de escala é obrigatória.
Exemplo: se o programa exige o estudo de uma região tendo em conta o enquadramento e situação geográfica, é necessário reduzir a escala. Se o programa exige o tratamento de um território sob determinados pontos de vista é necessário aumentar a escala.
Princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno
Segundo este princípio geográfico, defende que deve se partir da realidade próxima do aluno, e deve manter estreitas relações com a mesma, através do tratamento intensivo das regiões que circunda o aluno e fazendo se referencia permanentes dessas regiões no estudo sobre outros territórios.
Bibliografia
NIVAGARA, Daniel Daniel. Didáctica Geral: Aprender a Ensinar. Maputo, Universidade Pedagógica, s/d, 263 p.
RODRIGUES, Jaime Frederico e BAPTISTA, José António, Geografia 7º Ano, 5ª Edição, Universitária Editora, Lisboa, 1991.
UANICELA, Romeu Pinheiro. Manual do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia: Didáctica de Geográfica I. Maputo, UCM, 2007.
http://pt.wikipedia.org/wik/geografia.