Introdução: conceitualização e suas características fundamentais


A introdução é definir o problema a ser tratado, situá-lo no contexto histórico justificando sua relevância, fornecer informação básica para estendê-lo e esclarecer o escopo do estudo em questão. Segundo Da Pimenta (2012, p.,60) a introdução é a parte integrante do trabalho, dando-nos, de forma sumária, uma visão do mesmo. É um elemento que deve ser visto como orientador para a produção do texto científico. A introdução é semelhante a um cardápio, um aperitivo, é nele em que se desfila a estrutura e exibe-se a beleza do trabalho.

A introdução é vista como espelho de trabalho, uma vez que o leitor deve ter toda informação no que diz respeito aos procedimentos seguidos para a elaboração de todo o trabalho.

A introdução de um trabalho é o seu cartão de visita, a sala de marketing."(CASTRO, 2011: 41)


Se a introdução de um trabalho for mal escrita há muitas possibilidades de afugentar um leitor bem intencionado antes de mostrar o que vem pela frente. Para Castro (2011:42), a introdução é vista como sinonimo do prefácio pois não existem fronteiras nítidas que separam a introdução do prefácio, ademais o prefácio é indispensável em trabalhos menores e a introdução apresenta uma regra, a de afirmar que a introdução é necessariamente parte integrante do pacote de pesquisa.

A introdução não deve apresentar agradecimentos ou comentários pessoais do autor sobre qualquer assunto pois, essa é a função do prefácio. Segundo Motta-Roth citado por Alves (2012, 60), a introdução contextualiza o tema, justifica a relevância do estudo, delimita o problema, apresenta os objectivos do estudo, assim como a metodologia a utilizar e a forma como o trabalho está estruturado. Assim, a enunciação da introdução deve ser simples, clara, breve e ter uma relação com o tema central, com o intuito de trair e persuadir o leitor.

Justificativa da escolha do tema


O aspecto muito importante para qualquer pesquisa é que ela seja bem justificada, trazer as razões pelas quais impulsionam o estudante à pesquisa. Em outras palavras, é essencial que haja uma explicação sobre sua relevância, para tal é necessário que o pesquisador tome em consideração os seguintes aspectos:

    • i)relevância do estudo para a ciência, academia;

 

    • ii) esclarecimento de aspectos obscuros;

 

    • iii) complementação dos estudos anteriores;

 

    • iv) contribuição para a solução de problemas;

 

    • v)originalidade, importância, viabilidade e disponibilidade.



É o único item do plano de pesquisa que apresenta respostas à questão por quê? De grande importância, geralmente é o elemento que contribui mais directamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidade(s) interessada(s) ” (MARCONI, 2001: 44).


É o momento em que se explica por que foi escolhido o tema, a relevância social, a motivação pessoal, tendo em consideração a experiência profissional do pesquisador, motivando-o a estudar com mais profundidade.

Problema: definição e sua caracterização


A definição deste elemento da introdução, implica especificar com detalhes a inquietação que o pesquisador pretende responder. O pesquisador tem como obrigação formular o problema, com clareza, concisão, e objectividade no sentido de não se desviar do tema central e facilitar na elaboração das hipóteses. Na visão de Marconi e Lakatos (2010: 143) o problema deve ser formulado ou levantado de preferência em forma de questão ou interrogativa. Também a elaboração do mesmo pode ser em forma de afirmação.

Hipótese: definição e sua caracterização


A desta forma, levantada a nossa preocupação, resta-nos elaborar uma resposta antecipada ao nosso problema, que é a hipótese. A hipótese pode ser entendida como uma resposta ao problema que está sendo investigado. Pode-se elaborar a hipótese com base nas pesquisas feitas anteriormente sobre o mesmo assunto, e esta suposta resposta, será aceita ou rejeitada consoante os resultados adquiridos no final da pesquisa. Portanto, a formulação de hipótese não é de carácter obrigatória, visto que tendo ou não o trabalho não perde a sua qualidade.

Por isso, alguns autores, entre os quais me incluo, afirmam ser desnecessária a formulação de hipóteses” (SOARES, 2003, 47).

 

Objectivos: geral e específicos de trabalho científico


A indicação dos objectivos representa o esclarecimento com exactidão o que se pretende alcançar com o trabalho, e tem uma relação com a justificativa, assim com os outros elementos da introdução, expressando os fins desejados.

Objectivo geral: na visão de Marconi e Lakatos (2007: 249) diz respeito ao propósito global da pesquisa, isto é, à ideia central que serve como base no estudo proposto. Esta componente está mais ligada à compreensão geral do trabalho, vinculando-se directamente à própria significação da tese que se propôs defender e explicar, por sua vez existem alguns verbos recomendados para à sua elaboração e devem estar no infinito: analisar, avaliar, interpretar, compreender.

Do objectivo geral derivam outros objectivos específicos com resultados observáveis. Específicos abrangem aos passos necessários para se chegar ao objectivo geral, ou seja, compreende etapas intermediárias, sob aspectos metodológicos, que permitem o objectivo geral. Também pode-se sublinhar uma relação com o problema do projecto, que consiste em alcançar a ideia geral, embora a problematização deve ser posta de forma interrogativa, os objectivos são afirmativos, com verbos de acção, como: classificar, descrever, verificar, caracterizar, mencionar, definir etc.

Metodologia: definição e sua caracterização


É o elemento da introdução que consiste em mostrar os métodos e técnicas que o pesquisador usou na elaboração do trabalho. Na indicação deste elemento deve estar bem claro o método que foi usado, de forma rigorosa, com vista a alcançar os objectivos estabelecidos. Metodologia é a descrição do modo, da maneira como se procedeu a pesquisa, deverão constar materiais e estratégias que foram utilizados para a realização da pesquisa. Em termo de tipologia, existem métodos, indutivo, dedutivo, hipotético dedutivo e dialéctico.

Composição: definição e sua caracterização


A indicação da composição na introdução do trabalho da pesquisa científica, consiste em falar da forma como o desenvolvimento do trabalho está estruturado, isto é, fazer referência dos capítulos, títulos e subtítulos. Assim sendo, indicar a estrutura do trabalho, não implica necessariamente colocar os subtítulos tal como vem no trabalho, mas falar das ideias centrais.

CONCLUSÃO


Após a elaboração do trabalho verifica-se que a introdução desempenha um papel muito importante na elaboração da monografia e do trabalho de pesquisa científica. A introdução é um elemento muito importante no trabalho de pesquisa pois sendo ela um cartão de visita e um orientador da leitura do trabalho de pesquisa, ela precisa ser caprichada para não deixar que o leitor perca interesse pelo trabalho e que leve o leitor a despertar mais o interesse pelo assunto a ser abordado no trabalho.

Tem que se fazer uma diferenciação entre o prefácio e a introdução porque apesar dos dois terem algumas semelhanças apresentam muitas diferenças. O prefácio não leva muitas regras pois na sua elaboração podemos incluir observações e opiniões do autor enquanto a introdução não deixa abertura para observações nem opiniões do autor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ALVES, Maria da Piedade. Metodologia Científica. Lisboa, Escolar Editora, 2012.

CASTRO, Cláudio de Moura. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2011.

MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica: para o curso de direito. 2aed., Sao Paulo, Atlas, 2001.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7 a ed., São Paulo, Atlas, 2010.

_____________. Fundamento de Metodologia Cientifica. 6ª.ed., São Paulo, Atlas, 2007.

SOARES, Edvaldo. Metodologia Científica: Lógica, Epistemologia e Normas. São Paulo, Atlas, 2003.