Conceito: relevo são as irregularidades ou formas que a superfície terrestre apresenta.

Origem:

O relevo moçambicano, formou-se a partir, da interacção de agentes internos (tectonismo e abalos sísmicos) que são fenómenos endógenos responsáveis pela formação de montanhas, planaltos e planícies e agentes externos que são fenómenos exógenos responsáveis pelo processo de erosão (rios, ventos, animais e plantas, lagos, glaciares, Acão humana, mares e oceanos).

Características gerais:

Em Moçambique distinguem se três principais formas de relevo, nomeadamente: planície, planaltos e montanhas. Assim, de uma forma geral, o relevo moçambicano tem um formato de escadaria, pois, ao caminhar do litoral para o interior do país, temos três degraus. O primeiro degrau localiza-se ao longo do litoral e é formado por planícies, o segundo degrau situa-se na zona intermediária e é formado por planaltos, e finalmente o terceiro degrau no interior formado por montanhas. Para uma melhor compreensão observe atentamente a seguir a disposição indicada.

As principais formas do relevo de Moçambique:

Em Moçambique distinguem-se as seguintes formas de relevo:

1.Depressões- altitudes inferiores a 0 metro ou seja abaixo de nível médio das águas do mar;

2.Planícies- com uma altitude entre 0 metro ( nível médio do mar) e os 200 metros;

3.Planaltos- constituem espécies de superfícies planas no alto com altitude que variam entre 200m a 1000m. Assim, distinguem-se fundamentalmente, em Moçambique duas unidades planálticas:

a) Planaltos médios-com altitude entre 200m a 600m;

b) Planaltos altos ou altiplanaltos – com altitude a variar entre 600 m a 1.000m.

4.Montanhas- a sua altitude ultrapassa os 1.000m

Principais formas de relevo de Moçambique

Planície litoral:

A planície litoral, estende-se ao longo de toda a faixa costeira, estreitando da foz do rio Rovuma, ao delta de Zambeze e alonga-se na parte Sul à chamada grande planície moçambicana (Muchango, 1999: 22), até à Ponta de Ouro. Ela ocupa 1/3 do território nacional (IEDA, 2012:11). Existem ainda as chamadas planícies depressionárias que se estendem ao longo dos vales dos principais rios, acabando por receber o nome das respectivas bacias hidrográficas, como por exemplo:

– Planície do Incomáti;

– Planície do Limpopo;

– Planície do Save;

– Planície do Búzi;

– Planície do Lúrio;

– Planície do Lugela;

– Planície do Messalo;

– Planície do Zambeze.

Planaltos:

Em Moçambique, os planaltos ocorrem principalmente nas regiões Centro e

Norte do país onde são mais expressivos sobretudo nas províncias de Manica, Tete, Zambézia  Nampula, Niassa e Cabo Delgado, configurando-se em montes ilhas ou “inselbergs”.

Na região Sul do país, os planaltos ocupam apenas uma pequena faixa na zona ocidental das províncias de Maputo e Gaza num alinhamento montanhoso de aproximadamente, 900 km de comprimento e 30 km de largura máxima (Muchango,1999: 28), junto à fronteira com a Suazilândia, República da África do Sul e Zimbabwe;

Em algumas zonas planálticas ocorrem planícies de acumulação que resultam das escavações realizadas nos vales dos rios, como é o caso dos vales dos rios Zambeze, Messalo e Lugela.

Na zona dos planaltos distinguem-se:

– Planaltos médios (200m – 600 m de altitude);

– Altiplanaltos (600m – 1000 m de altitude).

Os principais planaltos de Moçambique:

-Planalto Moçambicano: Localiza-se nas províncias da Zambézia e Nampula. Nesta região os planaltos possuem altitudes que variam de 600 e 1.000 metros de altitudes. A principal característica do planalto Moçambicano é a ocorrência de “inselbergs” designados por montes ilhas ou residuais.

-Planalto de Niassa – localiza-se na província de Niassa ao longo do lago Niassa;

-Planalto de Mueda – localiza-se na província de Cabo Delgado;

-Planalto de Chimoio– Localiza-se na província de Manica junto à fronteira com Zimbabwe;

-Planalto de Marávia – na província de Tete junto à fronteira com Zâmbia;

-Planalto de Angónia – na província de Tete junto à fronteira com Malawi;

As principais montanhas de Moçambique:

As formações montanhas com altitudes iguais ou superiores a 1.000 metros situam-se a :

  • Ocidente do Niassa;
  • Noroeste da Zambézia e Tete;
  • Ocidente de Manica.

a)De Norte a Sul, destacam-se:

Em Niassa, onde as elevações montanhosas possuem um formato de um Ipsílon (Y), constituindo uma cadeia ou sistema Maniamba-Amaramba no qual se destacam montes como:

Jéci ( 1.836m), Mitucuè (1.803m), Sanga (1.79 m), Chitagalo (1.803m), Chissindo (1.579m) e Txingeia (1.787 m);

Na Zambézia, formações Chire-Namúli com montes como: Namúli (2.419m), Chiperone (2.054m), Inago (1.807m), Mabu (1.646m), Tumbine (1.542m), Derre (1.417m) e Mongue (1.043m);

Em Tete, os montes (Planaltos da Marávia-Angónia) estão na sua parte Norte nas cercanias da fronteira com o vizinho Malawi, o destaque vai para os montes:

Domuè (2.096m) e Chiobuè (2.021m).

Em Manica, Escarpa do mesmo nome ou maciço de Chimanimani junto à fronteira com o Zimbabwe, é neste maciço, onde se localiza o monte mais alto do país, o Binga (2.436 m de altitude, no Distrito de Sussundenga), (35 km ) de comprimento e uma largura que varia de (8 à 10 km) e dista da cidade de Chimoio em cerca de 80 km, Serra Choa (1.844 m).

Ainda nesta província localiza-se o maciço de Espungabera com uma altitude aproximada de 1.000m, separando Chimanimani da Serra da Gorongosa (Sofala) com altitude máxima de 1.863m (Muchango, 1999: 29-30).

Na região Sul do país não existem formações montanhosas propriamente ditas em função da sua altitude, contudo, caímos numa ilusão quando olhamos para a cadeia planáltica dos Libombos por se situar numa região predominantemente plana, pois, na verdade não passa de um altiplanalto com apenas 802 m de altitude (monte M’ponduíne) em Namaacha , junto à fronteira com a Swazilândia e a África do Sul