Na antiguidade, a ética envolvia a busca de uma vida virtuosa, a palavra moral só passou a existir com os romanos, os gregos não a conheciam.

Portanto, Platão tinha como referencia de padrão comportamental a ética.

Neste contexto, a cidade justa deveria possuir as quatro virtudes cardeais: sabedoria (sophia), coragem (andreia), temperança (sophrosyne) e justiça (dikalosyne).

Definidas as três primeiras virtudes se atingi a quarta por exclusão de partes, a justiça é a própria condição das outras virtudes.

A sabedoria encontra-se nos guardiões, a coragem nos guerreiros e a temperança na harmonia geral dos estamentos.

Assim como cidade deve ter três categorias, a alma do individuo também deve ter três elementos para temperar o caráter ético: apetitivo, espiritual e racional.

Aos apetites cabe obedecer, às emoções assistir, à razão governar.

Tal equilíbrio ou desequilíbrio conduz a justiça ou a injustiça.

Na cidade ideal, como os sábios são recrutados entre os guerreiros, é preciso cuidar para que não se corrompam.

Para isso, estabelece-se uma forma de comunismo em que é eliminada a propriedade e a família, assim, evitando, por um lado à cobiça e, por outro, não só os interesses decorrentes dos laços afetivos, como também a degeneração decorrente de ligações inadequadas.