Para Piletti (2004, p.61), a planificação é um processo que consiste em preparar um conjunto de decisões, visando atingir determinados objectivos assumindo uma atitude séria e curiosa diante de um problema. Segundo Libâneo (2006 p.222), é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social.

Fatores condicionantes da planificação

No PEA é importante planificar pelos seguintes factores: Prever os objectivos, conteúdos, métodos e meios de ensino, facilitar a preparação das aulas e as tarefas que se executa; actualização dos conteúdos, evita a rotina e a imposição, contribui para a realização dos objectivos visados, garantir maior segurança na direcção do ensino, garantir economia do tempo.

Tipos de planificação

Segundo Pilletti (200 4, p.21) ensino é uma actividade que tem como uma das suas principais características o facto de ter carácter planificado. Isso faz com que a prática do professor se oriente por uma adequada planificação, englobando os aspectos fulcrais do plano, tais como, os conteúdos, os objectivos/competências a desenvolver, os meios de ensino-aprendizagem, encontra os seguintes tipos de planificação:

Planificação o educacional

Consiste em conjunto de itens definidos tendo em conta os desafios que um determina do país vive e enfrenta e olhando em consideração toda conjuntura sócio – cultural e político que requerem estudos de diversos fenómenos que possam influenciar directo ou indirectamente o contexto educativo pelo qual se planifica ou se estrutura os objectivos feitos através de estruturas competentes através de um estudo profundo e sistemático

Planificação do currículo

É definido como um processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da acção escolar é previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planear constitui um instrumento que orienta a acção educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares

Planificação de ensino

É processo de decisão sobre a actuação concreta dos professores no quotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as acções e situações em constante interacções entre professor e alunos e entre os próprios alunos

Características de uma planificação

Segundo (Piletti, 2004, p71), uma boa planificação tem de ter sempre em conta os elementos como é o caso da unidade, continuidade e degradação, objectividade e realismo, precisão e clareza Guião de orientação: Onde são estabelecidas as directrizes e meios para a realização do trabalho docente com a função de orientar a prática partindo das exigência da própria prática, não podendo ser um documento regido. Segue uma ordem sequencial: através de passos lógicos, embora na prática os passos podem ser invertidos. Objectividade: Existência de correspondência do plano com a realidade. Coerência: Entre os objectivos gerais, específicos, conteúdos, métodos e avaliação assim como relação entre as ideias e as práticas. Flexibilidade: Onde o professor está sempre organizando e reorganizando o seu trabalho e sujeito a alterações.

Planificação escolar

De acordo com (Ponte 2005), planificação na escola deve partir pelo conhecimento do plano curricular dos Programas de ensino (planos temáticos) para além das políticas, planos estratégicos da educação e legislação. A partir deste conhecimento, a planificação na escola pressupõe a elaboração e o plano anual de actividades.

Tipos de planos

Na óptica de Pinheiro (2009, p.87) Existem três tipos de planificação: o plano da escola; o plano de ensino e o plano de aula ou plano de lição.

Plano da escola

O plano é um documento mais global. Expressa orientações gerais que sintetizam, por um lado, as ligações da escola com um sistema escolar mais amplo e, por outro lado, as ligações do projecto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos.

O plano de ensino ou plano de unidades

O plano de ensino é a previsão dos objectivos e tarefas do trabalho docente para um ano, um semestre, trimestre ou quinzena. É um documento mais elaborado, dividido em unidades sequenciais, no qual aparecem os objectivos específicos, os conteúdos e o desenvolvimento metodológico.

O plano de aula ou lição

O plano de lição é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou para um conjunto de aulas; e tem um carácter bastante específico. Na preparação das aulas, o professor deve reler os objectivos gerias da matéria e a sequência dos conteúdos de ensino. Não se pode esquecer que cada tópico novo é continuidade do tópico anterior, sendo, desta forma, necessário considerar o nível de preparação inicial dos alunos para a matéria nova (PINHEIRO2009, p.49).

Níveis de planificação do PEA

 A prática do ensino do ensino mostra que o que acontece na escola como experiências da aprendizagem faz parte do currículo previsto para esse nível, classe ou tipo de ensino. O professor, na sua planificação, desempenha, nesse sentido, o papel de quem operacionaliza e concretiza no terreno uma planificação anteriormente feita à níveis acima dele. Isto, em parte orienta o professor, mas ao mesmo tempo, como vimos anteriormente, nenhum plano do PEA pode considerar-se uma proposição rígida, acabada, o que faz com que, da sua parte, o professor planifique, à sua maneira, as suas aulas.

Nível central

Neste nível faz-se a planificação curricular a nível da nação que abrange a todos os níveis e graus de ensino aprendizagem e na base disso, procede se a definição do perfil de saída do nível, grau, curso, disciplina, ano, a partir do qual se faz: a definição dos objectivos gerais, conteúdos e métodos; distribuição destes pelos anos, semestres ou trimestre e p elas unidades do PEA; elaboração dos programas detalhados por disciplina.

Nível do professor 

Na visao de Proença (1989), começa, juntamente com outros colegas, com a elaboração do plano anual da disciplina, geralmente denominada “dosificação”, na qual o grupo de disciplina faz a distribuição das unidades de ensino em semanas, prevendo momentos de aula, de avaliações, para além doutras que mereçam destaque na planificação anual ou semestral.

Planificação do processo de ensino-aprendizagem em História

Para Arends (2008 p.129), uma das tarefas dos professores no início de cada ano lectivo é planificar, o que exige reflexão sobre aspectos indispensáveis à estruturação do processo de ensino-aprendizagem. Assim, de acordo com a maneira como o professor se posiciona e a sua maneira de ser, este terá que optar por um núcleo orientador que poderá ser segundo Proença (1989, p.23), o esquema conceptual, as capacidades a desenvolver ou os problemas sociais em torno dos quais se irá desenvolver a aprendizagem. A autora defende uma “ visão tridimensional do ensino que tenha em conta estes aspectos ”. Terá ainda que ter em conta as condições da escola e as características dos alunos.

A planificação a longo prazo

Planificar a longo prazo é elaborar um plano para todo o ano lectivo e faz-se em reunião de grupo ou de departamento. No fundo não é mais que gerir os conteúdos pelo tempo. Os temas são divididos em unidades, definindo-se para cada unidade: A linha conceptual, Os objectivos gerais, Os tempos lectivos, aspectos que possam ter um tratamento interdisciplinar, As estratégias referidas (em termos muito gerais)

Planificação a médio prazo

O plano a médio prazo, segundo Proença (1989, p.98), é a” trave mestra da planificação” que poderá substituir a planificação aula a aula. Esta planificação deverá contemplar: A linha conceptual, Pré-requisitos, Objectivos específicos, Conteúdos, Estratégias/actividades, Recursos, Modalidades e instrumentos de avaliação, Material necessário, Tabela de especificação de objectivos e conteúdos e bibliografia.

 

Referencias Bibliográficas

ARENDS, R. I. (2008). Aprender a Ensinar. (7ª edição), Mc Graw-Hill, p. 129

ALMEIDA. António, Visitas de Estudo. Concepções e eficácia na aprendizagem, Livros Horizonte, Lisboa, 1988.

CRUZ. Clementina Maria Pires Domingues de Araújo, A importância das visitas de estudo no ensino da história,2020

GONÇALVES. Ana Lavínia da Silva, Ir para fora cá dentro (de casa), a importância das visitas de estudo na aprendizagem de história, Universidade do Porto, 2020.

LEAL. Daniela Filipa Ruas. As saídas de estudo na aprendizagem da Geografia e da História, Porto, 2010.