Consciência de uma maneira geral quer dizer ‟capacidade que o homem tem de se aperceber da presença dos objectos”, ou seja, percepção dos actos internos sem querer julga-los.

A consciência moral é a faculdade humana de distinguir o bem do mal, trata-se da faculdade que faz nos distinguir o bem do mal e nos orienta a agir e julgar as nossas acções segundo o seu valor ou contra-valor conforme forem julgados boas ou más acções, presente 3 (três) componentes fundamentais:

  • Descritiva – para distinção do bem do mal;
  • Prescritiva – para a orientação das acções;
  • Apreciativas – para a formulação de juízos de valores sobre as acções particulares.

Um dos princípios mais elementar da moral é justamente a ideia de que para ser grave uma má acção é necessário que ela seja praticada com a consciência de que se comente uma má acção.

A consciência se apresenta como uma voz interna que nos alerta, censura, sanciona, reprime e diz ‟não a certas acções”.

Formas de desenvolvimento da consciência

Para os filósofos antigos, a consciência moral é inata, isto é, pertence ao próprio homem.

Para os filósofos contemporâneos, a consciência moral é algo que é adquirido pelo homem na sociedade através da socialização. De acordo com estes filósofos, trata-se de uma aprendizagem que poderá ser feita em família, em grupos sociais, grupo de amigos, na escola.

A formação da consciência constitui uma temática de capital importância, destacando os estudos do Jean Peajet e Lawrence Kohlberg.

Para Peaget, o desenvolvimento moral ocorre a medida em que a inteligência humana vai se desenvolvendo seguida de 3 (três) etapas a saber:

  • Heteronomia ou moral de obrigação – entre os 2-6 nos, nesta etapa, a criança vive uma atitude de respeito unilateral e as normas são totalmente exterior a se, aqui há respeito das autoridades por medo.
  • Moral da solidariedade – dos 7-11 anos, caracterizada pela substituição do respeito unilateral pelo respeito mútuo e começa a desenvolver-se a noção de igualdade entre todos, as normas de conduta são aplicadas de uma forma muito rigorosa.
  • Moral de equidade ou autonomia – 12 anos em diante, aqui aparece o altruísmo, o interesse pelo outro e a compaixão e a moral se torna autónoma, a observância das normas que permitem a convivência social ente os seres humanos, essa observância assume um carácter pessoal.

Para Kohlberg a consciência moral é um processo de conhecimento que decorre de fases de aprendizagem social. Para ele são 3 (tres) as etapas do desenvolvimento moral, todas elas são baseadas na ideia de que se tem da justiça.

  1. Etapa – pré-convencional, as pessoas respeitam as normas sociais pelo receio que eles têm pelo castigo se não as cumprirem ou esperam de volta uma recompensa pelo seu bom comportamento;
  2. Etapa – Convencional, as pessoas respeitam as normas sócias porque concederam importante que cada um desempenhe o seu papel numa sociedade moralmente organizada;
  3. Etapa – pois convencional, as pessoas preocupam-se com juízo autónomo e com o estabelecimento de princípios morais universais.