Agricultura

A agricultura “é a artificialização pelo homem do meio natural, com o fim de o tornar mais apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e animais, elas próprias melhoradas.”

A agricultura familiar é o sector da agricultura onde os proprietários são os próprios trabalhadores rurais, tem o maior número de estabelecimentos rurais do país, e significativa importância na economia em diversas cadeias produtivas.

 A agricultura familiar é a agricultura praticada pela família que ao mesmo tempo é dona dos meios de produção e também trabalha no local produtivo. A agricultura familiar é responsável pela produção de quase 70% dos alimentos básicos consumidos pelos habitantes, sendo muito importante para o desenvolvimento local. A agricultura familiar tem cumprido com seu papel na produção de alimentos bem como no fornecimento de diversos produtos no mercado interno para a erradicação da fome. 

Características da agricultura familiar

As característica que destacam esta agricultura   é de apresentar uma forma de gestão cuja administração da unidade produtiva é exercida pela própria família e a família trabalha diretamente, com ou sem o auxílio de terceiros. Podemos dizer também que é um estabelecimento familiar, ao mesmo tempo, uma unidade de produção e de consumo. A agricultura familiar portanto, não é um simples reservatório de mão-de-obra (como alguns pensam) pelo contrario, pela sua característica própria e pela sua identidade permite a sustentabilidade da familiar no meio rural e contribui para o desenvolvimento do setor. É na agricultura familiar que se organiza o desenvolvimento rural, pois esta agricultura apresenta-se com as seguintes características: a gestão é feita pela família; existe uma forte ligação por laços de parentesco entre os responsáveis pela unidade produtiva; o trabalho é realizado pela família; o capital humano e financeiro pertence a família; o processo sucessório e realizado na própria família e os membros da família vivem na unidade produtiv.

Também carateriza se por apresentar o uso de energia solar, animal e humana, a pequena propriedade, a alta auto-suficiência e pouco uso de insumos externos, a força de trabalho familiar ou comunitária, a alta diversidade ecogeográfica, biológica, genética e produtiva, baixa produção de dejetos, a predominância dos valores de uso, se baseia no intercâmbio ecológico com a natureza, o conhecimento holístico, ágrafo e flexível.

Pincipais culturas da agricultura familiar

A distribuição das principais culturas da agricultura familiar é fortemente influenciada por factores físico -naturais (topografia, clima, solos), porém, os factores económicos também são muito importantes, particularmente no tocante aos custos de transporte para os mercados. Contudo as principais culturas são:

  1. Milho – é cultivado em quase todas áreas;
  1. Tomate, essa é uma cultura produzida com maior extensão e trás rendimento para os próprios agricultores;
  1. Batata-doce – é uma das culturas mais importantes para agricultores, mas sim é produzida com menor extensão devido as condições naturas que são menos favoráveis;
  1. Repolho – é produto de maior rendimento;
  1. Amendoim e mapira.

Tecnicas usadas na agricultura familiar

A agricultura familiar é um tipo de agricultura praticada em minifúndio (ou seja numa pequena propriedade), pratica a policultura (ou seja o cultivo de vários produtos no mesmo local).

Este tipo de agricultura utiliza técnicas rudimentares (uso da enxada, da queimada, do arado e da tracção animal), artesanais e ancestrais.

Sengundo o mesmo autor para manter a fertilidade dos solos na agricultura familiar/ tradicional aplica-se as seguintes técnicas: Pousio; Rotaçao de culturas; e associacao de culturas, adubação verde, irrigação.

Pousio em agricultura, é nome que se dá ao descanso ou repouso proporcionado às terras cultiváveis, interrompendo-lhe as culturas para tornar o solo mais fértil.

O pousio aumenta a recuperação da bioestrutura do solo e a profundidade de enraizamento, tendo por consequência o aumento das trocas das substâncias humidificadas e seu reabastecimento, verificado, por exemplo, em solos das regiões tropicais.

A prática é comum entre pequenos agricultores que, após o plantio por três anos sucessivos, deixam a área em pousio por 3 a 5 anos o que, a depender do local, não é suficiente para a recuperação da fertilidade; em tais casos recomenda-se o uso de leguminosas para acelerar a recuperação, pois esta promove a fixação de nitrogénio.

Rotação de culturas é uma técnica agrícola de conservação que visa a diminuir a exaustão do solo. Isto é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades de adubação sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alternar espécies vegetais numa mesma área agrícola.

Finalidades da agricultura familiar

Apesar de a expansão do modo capitalista de produção agrícola ter intensificado a mecanização do campo, a utilização de defensivos e a introdução da genética e da biotecnologia, a agricultura familiar /consumo continua sendo praticada em vários países do mundo, em especial no continente africano, asiático e na América Latina.

Os agricultores familiares realizam os seus trabalhos principalmente para o auto sustento, com isso garante o atendimento a função da segurança alimentar.

A maior parte cultiva pequenas áreas, muitas vezes menos de dez hectares) está destinada à alimentação familiar, e apenas uma parte muito pequena da produção é comercializada. Tudo isso nos leva a admitir que esses produtores funcionem mais num modelo de subsistência e de sobrevivência.

A actividade agrícola familiar é constantemente evocada por sua relevância na produção de alimentos, principalmente no que se refere àquela direccionada ao auto consumo. Não obstante, cabe salientar que a actividade agrícola familiar, além de contribuir na redução do êxodo rural colabora de forma significativa para a geração de capital do sector agro-pecuários, esta actividade tem como objectivo a produção ou cultivar culturas para o auto sustento familiar

Bibliografia

BANCO DO NORDESTE. Manual de Impactos Ambientais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 1999.

LAMARCHE, Hugues. Agricultura Familiar: comparação internacional. editora da unicamp,1998.

PEREIRA, V. V. V. R.; BAZOTTI, A. Ruralidade, Agricultura Familiar e Desenvolvimento. IPARDES: Nota técnica no 16. Curitiba, 2010. Disponível em: Acesso em: 05.09. 2018.