A planificação é um processo contínuo de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, busca de alternativas para soluções de problemas e de tomada de decisões.

Planificação escolar compreende toda actividade de previsão futura, ou seja, antevê a acção que deverá ser realizada, buscando alcançar os objectivos traçados. (EVANGELISTA: s/d).

Planificação é um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis a fim de alcançar objectivos concretos em prazos determinados e em etapas definidas a partir do conhecimento e avaliação científica da situação original.

 

Níveis de planificação

As fases da planificação escolar divide se em três níveis: o planeamento da escola, o planeamento curricular e o projecto ou plano de ensino.

  • Planificação da escola – trata-se do que chamamos de projecto político – pedagógico ou projecto educativo, sendo esse plano integral da instituição, o mesmo é composto de marco referencial, diagnóstico e programação. Este nível envolve tanto a dimensão pedagógica quanto a comunitária e administrativa da escola.
  • Planificação curricular – a proposta geral das experiências de aprendizagem que serão oferecidas pelas Escolas incorporados nos diversos componentes curriculares, sendo que a proposta curricular pode ter como referência os seguintes elementos: fundamentos da disciplina, área de estudo, desafios pedagógicos, encaminhamento, proposta de conteúdos, processos de avaliação.
  • Projecto de ensino aprendizagem – é a planificação mais próximo da prática do professor e da sala de aula, diz respeito mais restritamente ao aspecto didáctico. Pode ser subdividido em projecto de curso e plano de aula.

Função da planificação escolar

A planificação Escolar serve para:

  • Racionalização, organização e coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social.
  • Integração da comunidade visando resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem do aluno, pois é através dele que prevemos acções docentes voltadas para a problemática social, económica, política e cultural que envolve toda a escola e, por consequência dessa integração, conseguimos alcançar resultados positivos quanto à educação do corpo discente.
  • Evita a rotina e improvisação do processo educativo;
  • Garante a economia e energia (racionalização do processo educacional);
  • Possibilita a organização do trabalho didáctico;
  • Permite o professor a marcha do processo educativo;
  • Direcciona o processo educativo, precisamos ainda mais saber que planejar é tomar decisões, mas essas decisões não são infalíveis,
  • Proporciona maior segurança ao professor, isto é, mais confiança por parte do aluno no trabalho escolar.

Ao iniciar um ano lectivo é importante que o professor tenha uma visão de conjunto sobre o processo ensino/aprendizagem a desenvolver ao longo do ano lectivo, tanto no que diz respeito especificamente a sua disciplina como, de uma forma geral, à acção das várias disciplinas considerada como um todo na acção educativa. Para isso no início do mês de Setembro, a primeira preocupação dos professores deve consistir em delinear globalmente a acção a ser empreendida ao longo de todo o ano escolar. Neste sentido podemos falar de uma planificação a longo, médio e curto prazo.

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Tipos de planificação escolar

  • Planificação a longo prazo
  • Planificação a médio prazo
  • Planificação a curto prazo

Fases da planificação escolar

O planeamento escolar divide se em três fases a saber:

  • Previsão – É a fase na qual se determinam os objectivos e os meios para concretizá-lo, percebendo os meios necessários para avaliação das actividades.
  • Programação – É a fase em que se determinam as etapas da execução das actividades, direccionados para o alcance dos objectivos visando a realização do planeamento.
  • Avaliação – São analisados os resultados da execução das acções desenvolvidas e que deve fornecer dados para reajustes na previsão e programação, bem como fornecer dados para melhorar os futuros planeamentos

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Importância da planificação educacional

Consideramos que o processo de planificação reveste-se de capital importância para as mais diversas áreas profissionais. Revela-se igualmente muito importante na docência que tende à formação integral do ser humano.

A planificação é uma competência imperativa que deve ser desenvolvida por todos os professores, independentemente do nível de ensino que estiver a actuar.

O mesmo autor afirma que a capacidade de planificar constitui primeira competência do docente e a melhoria do ensino pode passar pela reactivação dessa capacidade do professor ao estruturar a sua actuação.

A planificação e a tomada de decisão no sentido mais abrangente possível, são vitais para o ensino e interagem com todas as funções executivas do professor. Portanto pode-se afirmar que, no ensino, a planificação docente não é somente uma necessidade mas acima de tudo um imperativo que se impõe a todo o autêntico educador.

Como é evidente quando se fala na planificação docente afloram se várias questões, nomeadamente “ o que se pretende planificar? “ o que se deve ter em conta quando se planifica”, o que se faz quando se planifica?” ou “o que pode influenciar a planificação?

Deste modo, ela constitui um pilar decisivo do sucesso educativo visto que baseia na reflexão e antecipação da acção de todo o processo educativo. A importância da planificação pode ser apreciada através da grande variedade de actividades educacionais que são afectadas pelos planos e decisões do professor.

A planificação inclui a decisão do tempo de instrução atribuída a alunos individualmente ou em grupos; a constituição dos grupos; a organização de horários diários, semanais e trimestrais; a compensação de interrupções alheias à sala de aula e a comunicação com professores substitutos.

Ela é de facto essencial que o professor tenha um fio condutor das suas aulas. Neste sentido comparar a planificação da aula a um mapa de estrada, para se chegar a um destino é necessário: traça-se um caminho, embora durante o percurso pode ocorrer desvios e no final chegar ao sítio pretendido.

Assim a planificação não deve ser rígida. Pelo contrário, deverá ser uma previsão do que se pretende fazer, tendo em conta as actividades, material de apoio e essencialmente o contributo dos alunos. Privilegiando as relações pessoais entre todos os membros do grupo-turma, e fazendo com que os alunos se sintam como elementos no processo educativo.

Quando se perguntar a um conjunto de professores por razão planificam, as respostas podem ser agrupadas em três categorias:

  • Os que planificavam para satisfazer as suas próprias necessidades pessoais: reduzir a ansiedade e a incerteza que o seu trabalho lhes criava, definir uma orientação que lhes dessa confiança, segurança, etc.
  • Os que chamavam planificação à determinação dos objectivos a alcançar no termo do processo de instrução: que conteúdos deveriam ser aprendidos para se saber que materiais deveriam ser preparados e que actividades teriam de ser organizadas, que distribuição do tempo, etc.
  • Os que chamam planificação às estratégias de actuação durante o processo de instrução: qual a melhor forma de organizar os alunos, como começar as actividades, que marcos de referência para a avaliação.

Os professores ao planificarem devem essencialmente pensar no estudante como um ser pensante, reflexivo sobre a sua acção, capaz, de saber escutar, liderar, agregar e trabalhar individualmente tanto como num grupo. Por isso terá de ter um explícito método e estratégias conducentes de trabalho que promovam a interactividade, a coordenação, cooperação e colaboração entre o professor e o aluno e entre os próprios estudantes, para que o conhecimento construído seja interiorizado, ou aprendido com a participação de todos no grupo turma.

 

Bibliografia

ALVARENGA Ivaldina Jesus Almada, A planificação docente e o sucesso do processo ensino-aprendizagem praia 2011
ARENDS, R. I. Aprender a ensinar. Lisboa: McGRaw-Hill.(1995).
EVANGELISTA Izabel Alcina Soares. Panejamento educacional; Concepções e fundamentosLIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Editora alternativa. 2001.
MALUA, R.C. Importância da planificação no ensino de geografia 2014.