A motivação é, é susceptível de mover o indivíduo, de levá-lo a agir para atingir algo e de lhe produzir um comportamento orientado, sendo assim, motivação é um impulso que leva a acção. O conceito de Motivação encontra-se associado à vontade e ao interesse. Vontade para fazer um esforço e alcançar determinadas metas.

Didacticamente, a motivação é um processo de incentivação destinado a desencadear impulsos no interior do indivíduo, afim de impulsioná-lo a querer participar das actividades escolares oferecidas pelo professor. Motivar é predispor o educando para actividades escolares. A motivação caracteriza-se como um processo activo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interacção entre factores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos).

Trata-se de motivação a insistência em caminhar em direcção a um objectivo. O autor afirma que em certas ocasiões, nosso incentivo principal, pode ser o alcance de uma recompensa e em outras ocasiões esse incentivo pode tomar a forma de um impulso interno para o sucesso, para aprovação de terceiros ou para a auto-realização. A motivação é um termo que se divide em dois factores, um que extrínseco e o outro que intrínseco.

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Tipos de motivação

Motivação intrínseca

A motivação intrínseca é um factor interno, é próprio de cada um, é íntimo de cada ser humano e está no pensamento e lugar onde ninguém tem acesso, a menos que o indivíduo se expresse através de palavras, gestos ou atitudes. Pesquisas apontam quatro origens da motivação intrínseca, a saber: o desafio, a curiosidade, o controle e a fantasia; sentimentos inerentes à pessoa.

A motivação intrínseca é compreendida como sendo uma tendência inata e natural do homem para envolver o interesse individual e exercitar suas capacidades, a fim de buscar e alcançar desafios óptimos. Esta é uma importante propulsora da aprendizagem. A motivação intrínseca refere-se à escolha e realização de uma determinada tarefa por sua própria causa, por esta ser interessante, atraente ou, geradora de satisfação.

Tal comprometimento é considerado ao mesmo tempo espontâneo, e auto – télico, isto é, a actividade é um fim em si mesma. Sendo assim a participação do aluno na tarefa é a principal recompensa, não sendo necessárias pressões externas, internas, ou prémios por seu cumprimento. Segundo o mesmo pensamento do autor, um indivíduo intrinsecamente motivado procura entretenimento, satisfação da curiosidade, novidade entre outros.

Motivação extrínseca

A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta a algo externo à tarefa ou a actividade, como a obtenção de recompensas materiais ou sociais de reconhecimento, objectivando atender aos comandos ou pressões de outras pessoas, ou para demonstrar competências ou habilidades.

O comportamento de uma pessoa pode ser motivado intrinsecamente ou extrinsecamente. Os alunos são inicialmente expostos à motivação externa através das notas do seu desempenho, sorrisos em reconhecimentos de um comportamento desejável e orgulho por um desempenho académico satisfatório. No entanto, o fim último é a motivação intrínseca para que os alunos se possam se envolver em actividades de aprendizagem e em comportamentos desejáveis meramente pelo prazer e pela satisfação que tirem deles. A motivação intrínseca é superior e preferível à motivação extrínseca.

Principais fatores da motivação de aprendizagem

De acordo com OLIVEIRA (2005), são factores de aprendizagem os seguintes:

A personalidade do professor:

  • Seu aporte;
  • Sua aparência física;
  • Sua voz;
  • Sua facilidade;
  • Neutralidade de expressão;
  • Seu dinamismo;
  • Seu entusiasmo pela matéria;
  • Seu bom humor e cordialidade, juntamente com sua firmeza e segurança;
  • Simpatia e interesse pela dificuldades, problemas e programas de seus alunos.

Recursos de ensino:

Recursos de ensino são componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem à estimulação para o aluno. Esses recursos podem ser os livros, mapas, quadro, gravuras, recursos audiovisuais, tornem o assunto mais concreto e interessante.

Técnicas de motivação

Se considera técnicas de motivação, para a aprendizagem em sala de aula, tudo aquilo que tem o poder de despertar no aluno o interesse pelo conhecimento. Sabe-se se que a fala e entusiasmo do professor é um factor primordial para motivar o aluno, porém esta não deve ser a única técnica, pois há outras fontes de técnicas motivadoras, que se utiliza de instrumentos externos.

Os instrumentos externos ao aluno, que servirão como motivação deve ser algo que lhes cause satisfação, como é o caso da brincadeira e do brinquedo. A brincadeira como já se sabe, pode se dar através do desporto e do lúdico, que é a brincadeira intencional, ou mediada.

São inúmeras as técnicas de motivação. Essas técnicas procuram suscitar motivos, activar possibilidades internas em estado latente, no aluno, de maneira integrá-lo nos trabalhos de classe. Assim, de acordo com este autor, as principais técnicas são:

Relação teoria com o real

O professor procura estabelecer relação entre o que esta ensinando com a realidade circundante, com as experiencias de vida do aluno ou com factos da actualidade. Deve ser procuração do professor tornar mais real possível o seu ensino.

Ocorrências actuais da vida social

É preciso partir da própria experiência para chegar à formulação de princípios e leis (método indutivo). Isto consegue-se quando se inserem ocorrências, factos e situações ocasionais da vida real dos alunos do desenvolvimento do tema correspondente.

Quando se relaciona o que se ensina com a realidade circundante vivencial para o aluno; quando se parte de factos ou acontecimentos da actualidade que têm grande relevância; quando se utiliza a experimentação.

O professor procura, a partir de acontecimentos e factos que estão empolgando a opinião pública. Esta técnica é fácil de aplicar, visto que todas as questões se prendem às disciplinas ensinadas na escola. Deve haver bastante preocupação em utilizar esta técnica porque é excelente meio de dar sentido e funcionalidade às aulas. Sempre que esta articulação se torna possível, as aulas se vitalizam e passam a interessar a classe.

Participação do aluno

O professor por meio de interrogatório e de situações problemáticas interessantes, faz com que os alunos tomem parte dos trabalhos propostos. A preocupação deve ser de tirar o aluno da situação de mero espectador para transformá-lo em participante e mesmo realizador da aula. O professor deve procurar aproveitar todas as iniciativas dos alunos. As Sugestões dos mesmos devem merecer melhor atenção e simpatia por parte do professor. Deve haver até de incentivar essas iniciativas, caminho seguro para levar o aluno a realizar a aula e participar da mesma.

Sucesso

É excelente técnica de motivação. Todos aspiram ao sucesso e com ela se entusiasmam. Nada mais desanima o educando do que o insucesso continuado. O insucesso ocasional pode provocar uma reacção salutar no educando, porém, quando continuado, acaba por desanimar, inferiorizar, frustrar. Os trabalhos devem ser planeados, pois, em função das possibilidades dos educandos para que estes tenham boas probabilidades de sucesso. Os bons resultados devem ser dados a conhecer o quanto antes aos alunos, para que funcione como reforço, segundo a teoria de condicionamento clássico.

Elogios e censuras

É preciso evitar a repreensão pública, sarcasmo, as comparações ridículas, as tarefas em demasia e, em geral, todas as condições desfavoráveis para trabalho escolar. Pelo contrário, deve-se utilizar, quando for necessário, a repreensão privada, a conversa a particular e amistosa.

Material didáctico

Deve ser a técnica de motivação de todas as aulas, em que o professor procura ilustrar e concretizar os assuntos através de algo mais do que palavras. Fazem-se necessárias com uso intensivo de quadro negro, projecções cinematográficas, aulas por meio de jornais, revistas, cartazes, material concreto como plantas, folhas, frutas, etc. Desta forma, Oliveira afirma que cada professor deveria providenciar a aquisição e confecção do material necessário à sua classe, disciplina que iria ser enriquecida de ano para ano. A motivação aumenta quando o material didáctico que se utiliza é o adequado.

Trabalhos graduados

Outra forma de motivar é apresentar ao educando tarefas adequadas e graduadas por dificuldades, partindo do seu nível de preparo e de capacidade. Haverá, fatalmente, com este procedimento, sucesso, e este será um recurso motivador. O sucesso, no entanto, não deve ser nem fácil, nem facilitado, mas deve ser alcançado pelo empenho do educando na sua tarefa. Sucesso através do esforço, é excelente técnica motivadora. Decorre, pois, que o trabalho deve estar organizado de maneira a ser adaptado às condições do educando e graduado em suas dificuldades, de forma que possa haver sucesso e consequente atracão pelos trabalhos.

Boas relações entre professor e alunos

Esta técnica talvez seja uma das melhores. Nada mais entusiasma o aluno do que perceber que é visto, distinguido e compreendido pelo seu professor. O bom relacionamento entre ambos cria um clima que facilita os trabalhos escolares e convida o aluno a se empenhar nas tarefas que lhe são confiadas.

A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem que se perca alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer que actue de maneira indisciplinada. Portanto, o papel do professor é o de mediador e facilitador; que interage com os alunos na construção do saber. Neste sentido, é muito importante ajudar os professores a saber ensinar, garantindo assim que todos os alunos possam aprender e desenvolver seu raciocínio.

Motivação enquanto energia e direcção

A motivação enquanto energia e direcção desempenha três funções no processo de aprendizagem:

Função selectiva: a atenção da pessoa centra-se no campo específico do interesse dominante;

Função energética: a pessoa intensifica a sua actividade, aumentando a sua energia e poder de concentração, para atingir os fins a que se propõem;

Função direccional: a pessoa orienta os seus actos em direcção à meta que pretende atingir.

Neste contexto pode-se afirmar que os incentivos têm um valor motivacional relativo. O mesmo que dizer que um mesmo incentivo pode provocar respostas distintas ou nem sequer encontrar eco em alguns formandos.

Importância da motivação

A motivação é fundamental para a aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem. Quando o aluno está desmotivado a sua aprendizagem fica prejudicada. O professor deve ter sensibilidade e estar atento para reconhecer o aluno nessas condições. Só assim ele terá norte para buscar uma fonte de motivação que provoque o querer aprender nesse aluno.

Os motivos activam o organismo na tentativa de satisfazer as necessidades e dirigem o comportamento para um objectivo que suprirá uma ou mais necessidades. Através da motivação, o aluno escolhe, procura, dispara sua energia, capacidade, competência, inteligência, instiga, planeja metas, concretiza objectivos. É, portanto, essencial à aprendizagem e ao crescimento.

Motivos são construções hipotéticas, que são aprendidas ao longo do desenvolvimento humano e servem para explicar comportamentos. As explicações para as acções são determinadas pelas expectativas e pelas avaliações de seus resultados e pelas suas consequências.

Sobre a importância da motivação, GUIMARÃES et al. (2004) citados por FEDER e REIS (2009), relatam que a motivação tem sido avaliada como peça fundamental no nível e qualidade do desempenho e da aprendizagem dos alunos. Para os autores, o aluno motivado se envolve no processo e persiste em tarefas desafiadoras buscando desenvolver novas habilidades. Isso pode fazer com que este supere previsões baseadas em seus conhecimentos prévios e habilidades. Vale ressaltar que para aprender é preciso querer. O problema, no entanto, é como despertar, ou provocar esse querer. O querer é em si é uma necessidade individual e de igual modo à aprendizagem. É o professor o responsável por trazer actividades que possa envolver o aluno, e quando isso acontece o conhecimento torna-se significativo para ele, então o aprendizado acontece.

 

Referências Bibliográficas

ALVES, Ironete da Silva. Motivação no contexto escolar: novos olhares.Serra: Faculdade da Serra, 2013.CARRASCO, Andrade de Sousa. Motivação de Aprendizagem. 2ª ed. Lisboa, 2007.CASTELO, Paulo. Métodos de Motivação. São Paulo, 2002.FEDER, Eduardo Gromatzkye REIS, Rafael Ferreira. Caracterização da motivação dos alunos de uma escola particular de São Paulo. São Paulo, 2009.GAGNE, R. S. Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro, 1991.MWAMWENDA, Tuntufye: Psicologia educacional – uma perspectiva africana, 1ª edição, Textos Editores, Maputo, 2005.OLIVEIRA, Eliane Gomes de. Didáctica e Motivação. São Paulo, UNESP, 2005.ROCHA, Cláudia Cristina Mendes. A Motivação de adolescentes no ensino fundamental. Lisboa, 2009.SAMULSKI, Alessandro. Aspectos da Motivação. Brasília, 1995. SILVA,  Andrea Catarina e SANTOS, Roseane Moreira. Relação professor e aluno: Uma reflexão dos problemas educacionais. Cortez, 2002. SINGER, Cardens. Influência de Motivação na Aprendizagem. São Paulo, 1997.