Ao nível Socioeconómico

Importa referir que ao nível económico a Asia vem tendo relações económica com a África, desde a criação dos estados Islâmicos na dinamização do comércio, mas estas relações não eram oficializadas em termos de tratados. Durante a guerra áfrica quando o mundo ficou bipolarizado, ou seja o mundo ficou devido em duas esferas ideológicas socialismo e capitalismo. No caso de Japão após o lançamento da bomba atómica na Hirochima e Nagazaquia, estes países vai assinar um acordo com os EUA, este acordo ou seja estas relações serviram como uma estratégia para a barrar o avanço do comunismo naquela região, e as relações estas contribuíram para o rápido desenvolvimento.

Neste caso houve abertura de entrada de produtos asiáticos sobretudo do japão no território Americano, ao social estas relações com o ocidente permitirão a entrada de cidadão japonese nos países ocidentais para fazerem estudos superiores. Em que serviam como factor para o desenvolvimento tecnológico para o japão.

Ao nível político e ideológico vai se verificar que na Asia vão surgir os famosos tigres Asiáticos, em que estes não se identificam como comunistas mas seguem a linha ideológica do capitalismo. Quanto a áfrica a sua relação com a asia, vamos encontrarar a primeira cimeira da china áfrica, onde foram discutidos questões ligados ao desenvolvimento socioeconómico, dos países africanos, em particular Moçambique. Ainda durante a guerra fria sobretudo no período de luta de independência Moçambique já mantinha relações com a china, em que reflectiu no apoio logístico para combater o governo colonial português.

Importa ainda avançar que essas relações são de dependência e ao nível sócio económico, a china tem investido muito no orçamento geral do Estado, na expansão da rede de a abastecimento de água, vias de comunicação, estradas e pontes o caso da ponte catembe sistema digital o caso de starttime.

Devido as questões ideológicas sobretudo comunismo, alguns países da Asia mantem fortes relações com a Rússia, e o caso da China Correa do norte. Quanto as relações no âmbito militar a asia não tem demostrado muito apoio actualmente aos países da África e muito menos além de continente Americano e Europeu. Como características destas relações temos não-agressão entre países asiáticos e ocidentais, o caso de acordo assinado entre o ex-presidente dos EUA e da Corea do norte ping Jimm, onde mantiveram este encontro na América do sul. Este acordo de boas relações sem agressão foi devido a questão de produção de armas nucleares na Corrêa do norte e constituía uma ameaça para os americanos.

Relações políticas-militar

Contudo, o fim do apoio soviético aos movimentos progressistas (pósguerra fria) fez, de acordo com Vizentini (2007), com que “a OLP e os movimentos e Estados reformistas” ficassem em situação difícil. A gradual diminuição do apoio soviético facilitou o cessar-fogo entre Irã e Iraque, já que ambos passavam por dificuldades econômicas. Em 1989, a retirada soviética do Afeganistão apaziguava o conflito.

Em meio ao clima de construção de uma “nova ordem mundial”, nos anos 90, a presença do EUA na região foi dada, por um lado, pela guerra com o Iraque (1991) e, por outro, pela mediação dos acordos entre judeus e palestinos. Entretanto, os processos de paz entre Israel e a OLP sofreram um refluxo com a chegada ao poder de governantes conservadores e radicais em Israel, cujas medidas apenas agravavam os conflitos judaico-palestinos. Nesse cenário radicalizado, em que a globalização e a “crise econômica favoreceu o avanço do fundamentalismo” (VIZENTINI), a Presidência de Bush (filho) e os atentados terroristas de 11 de Setembro se desdobraram na postura unilateral norte-americana de promover uma nova Guerra do Golfo com acusações infundadas contra o Iraque.

A opção pela “Guerra ao Terror”, em que os EUA “começaram a reabrir focos de tensão, enquanto abandonavam o papel de mediador”, confirmam a “hipótese de que os EUA desejavam, em termos geopolíticos, cravar uma cunha entre a Rússia e a China”, já que a “guerra contra o Iraque, por sua vez, constituiria um eficaz instrumento para isolar e derrotar posteriormente o Irã, país aliado da Rússia e China.” Todavia, Vizentini salienta que, apesar de a “doutrina Bush” (guerra preventiva) embasar “acções político-militares unilaterais”, em que se configura “uma nova hegemonia ‘unipolar’ para o século XXI”, ela representa, na verdade, “uma reacção para evitar uma tendência histórica que emerge lentamente, a de construção de um sistema mundial multipolar, regulado pela ONU” (VIZENTINI, 2007), em que os blocos económicos (fruto da globalização) têm assumido crescente importância política.

Tipos de relações

O esforço de multilateralização das relações diplomáticas empreendido pela África do Sul a criação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), em 1992, e a reafirmação da OUA, que, em 2002, se tornou a União Africana (UA), em Durban – são avanços no sentido de se alçar a “reinserção global da África” no século XXI, tendo em vista a marcante presença chinesa no continente, pois “o estabelecimento de laços com o Mercosul, com a Ásia e com a União Europeia propiciará, em médio prazo, melhores condições para a África”, contribuindo com o processo de “construção dos modernos Estados nacionais” na África, superando definitivamente a “colonização peculiar e tardia”.

 Com isso, o conceito, defendido pela China, é de que o aumento da sua presença internacional, independente do momento histórico e do poder relativo chinês, não altera a sua postura pacífica. No caso, esta postura implica a ausência de revisionismo sobre a ordem internacional e seus líderes, como a imposição de sua regra a outras nações, em particular às nações do Sul. Ainda que esta avaliação não seja consenso entre os analistas, o pragmatismo que tem sido atrelado a sua projeção de poder nas últimas décadas demonstra a habilidade estratégico-táctica das lideranças chinesas.

 As relações entre estes países são marcadas por instabilidades e tal habilidade deriva da não confrontação e acomodação, que pode ser traduzida pela busca de uma expansão “silenciosa” de seus interesses em escala regional e global (que, paralelamente remete à ausência da habilidade das potências do Norte, em particular os Estados Unidos, para perceber este processo de construção chinesa).

 Em linhas gerais, a dimensão contemporânea da ascensão pacífica detém dois pilares: o político estratégico e o económico. No caso do pilar político-estratégico, o início do processo ocorre na década de 1970, enquanto o económico tem como ponto de partida a implementação da Política das Quatro Modernizações em 1978. Analisando separadamente estes dois componentes de construção e afirmação da política chinesa, a reinserção internacional político-estratégica é sustentada na aproximação bilateral com os Estados Unidos

Este intercâmbio demonstra-se como dominante na agenda da China, uma vez que os Estados Unidos são considerados pela diplomacia chinesa como o único país capaz de criar obstáculos à consolidação de sua ascensão (ou facilitá-lo). A partir de meados do século XXI surgiram hipóteses de que a ascensão da China, associada à permanência da hegemonia dos Estados Unidos, poderia provocar o surgimento de uma bipolaridade renovada sino-americana (o chamado “G2”).

Tal G2 poderia ser associado tanto a elementos de cooperação como de conflito, resultantes da interdependência entre estas duas nações, como da vulnerabilidade da China diante dos Estados Unidos (e vice versa).  Este cenário de interdependência e vulnerabilidade confere à política externa chinesa um sentido pragmático, visando não confrontar os norte-americanos diretamente, ao mesmo tempo em que busca alternativas de parceria internacional, com ênfase na cooperação Sul-Sul (em nível multilateral e estatal). A ação da China neste âmbito tem provocado alterações no panorama geopolítico e geoeconômico da Ásia Central, da África e da América Latina, transformando estes espaços intrarregionalmente e seu sistema de relações internacionais.

Estas diretrizes estratégicas foram sistematizadas na década de 1950 quando Zhou Enlai apresentou os “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”. Segundo Visentini (2011) estes princípios são sistematizados nas seguintes prioridades: a preservação da soberania e da integridade nacional, a não-agressão, a não ingerência/não intervenção em outras nações, a reciprocidade e a igualdade e a coexistência pacífica entre os Estados independente de suas motivações ideológicas ou sistemas políticos.

A China, cuja situação económica e política se apresentava em compasso de espera e estrategicamente ameaçada por Moscou, o intercâmbio bilateral surge como instrumental em duas dimensões: primeiro, a de seu fortalecimento vis a vis a União Soviética, e, segundo, a retomada de seu papel internacional e protagonismo, com o reconhecimento da  potência hegemónica, os Estados Unido.

Ainda que não abandonem totalmente sua aliança com Taiwan, e usem a questão da ilha como forma de pressionar a China periodicamente, os norte-americanos adotam a política da “China Única” (One China Policy), reconhecendo a República Popular da China (RPC) como soberana, assim como seu status de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Assim, estabeleceu-se a tripolaridade BeijingWashington-Moscou (ou Diplomacia do Ping Pong), considerada por Kissinger (2011) um dos elementos definidores das relações internacionais do século XX, com implicações para o fim da Guerra Fria, a dinâmica da hegemonia dos Estados Unidos e a ascensão da China como potência.

 Esta reaproximação bilateral, permite iniciar no final da gestão Mao Zedong (1949/1976) um processo de redefinição das relações internacionais chinesas, que se solidifica na gestão Deng Xiaoping (1977/1999), após a vitória do grupo modernizador nas disputas pela transição interna de poder5. Esta redefinição possui dois pilares: a citada aliança estratégica com os Estados Unidos e a teoria dos três mundos, que percebia o sistema internacional dividido entre potências hegemônicas (Estados Unidos e União Soviética), potências não hegemonistas (Europa Ocidental) e o Terceiro Mundo, ao qual a China pertence (com ênfase na percepção de um mundo dividido entre Norte-Sul). 

Forum de cooperação china África

No caso africano, o ano de 2000 marca o início de institucionalização do processo com o estabelecimento do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC). O Fórum detém periodicidade trienal e tem mudado a face de diversos países africanos com maciços investimentos em infraestrutura e ajuda financeira, com projetos agrícolas e industriais, A abertura de mercados e o acesso preferencial da China aos recursos destes países é um elemento desta cooperação, que tem gerado o crescimento africano, mas que pode trazer formas renovadas de dependência, o mesmo ocorrendo na América Latina. Avaliando a natureza do relacionamento sino-africano, Sutter (2012) indica que,

“O século XXI caracteriza-se pelo aprofundamento e ampliação da interacção chinesa com os países africanos (…) O aumento do comércio, investimentos, e interacções diplomáticas de alto nível chinesas com os países africanos (…) surge em forte contraposição às relações frequentemente estagnadas e contenciosas que os países africanos detém com as nações desenvolvidas e instituições financeiras internacionais”.

Um crescente aumento das compras de petróleo e outras matérias primas da África, um esforço simultâneo para o aumento das exportações chinesas aos mercados africanos e o  incremento dos projetos de construção chineses na África são novos e importantes catalisadores do interesse chinês na África.

Dentro da mesma estratégia, mas com um arranjo transregional foi criado, em 2003, também o Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa ou Fórum de Macau, ao qual pertencem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste. O Foro visa a cooperação e o desenvolvimento colocando Macau como o elo de ligação entre os diferentes países de língua portuguesa. A estratégia chinesa de cooperação Sul-Sul fez com que a China se tornasse para muitos países o principal provedor de recursos para cooperação, entretanto, o  conceito de ajuda da China não é o mesmo considerado como Ajuda Oficial ao Desenvolvimento pela OCDE.

(…) além da assistência técnica, concessão de empréstimos e alívio da dívida, componentes como concessões não financeiras, acordos de comércio preferencial, esquemas de investimento, escapam a definição de ajuda oficial ao desenvolvimento. A ajuda chinesa encontra-se muito integrada a comércio e investimento (OECD, 2012, p.4). Ao contrário dos demais emergentes que chegam agora a um papel significativo como provedores de ajuda ao desenvolvimento, a China tem uma longa tradição neste campo desde 1950, apoiando a Coreia do Norte e o Vietnã, e países não-alinhados da Ásia e da África. Em 1970, a ajuda chinesa superou a cifra de um bilhão de dólares, maior volume dentro do período 1949-1979. Dentro do mesmo período, o principal símbolo da cooperação chinesa foi a ferrovia Tanzânia-Zâmbia de 1800km. (OCDE, 2012, p.5-6). O padrão da ferrovia Tanzânia-Zâmbia ainda reflete as principais características da cooperação oferecida pela China. Segundo o Livro Branco sobre a Ajuda Externa da China, 61% dos recursos destinam-se à infraestrutura econômica.

 Assim, na mesma medida em que proporciona soluções para os problemas de infraestrutura internos da contraparte instala o capital fixo necessário para o fortalecimento das relações econômicas entre as partes, seja o comércio, seja a realização de investimentos de companhias chinesas. A indústria recebia 16,1%; energia e recursos para o desenvolvimento, 8,9%; e a agricultura, 4,3%, segundo os dados de 2009. Note-se, como pontua Arrighi (2008, p.226), “É somente ao fixar algumas infraestruturas físicas no espaço que o capital, em todas as suas formas fisicamente móveis, pode se mover de fato pelo espaço em busca do lucro máximo”, ou seja, a própria exploração dos recursos energéticos, agrícolas, etc., depende do investimento prévio em infraestrutura.

Ajuda Externa da China aponta ainda que 47,5% dos recursos chineses de cooperação se destinam à África, 32,8% à Ásia, e 12,7% à América Latina e Caribe. Os países menos desenvolvidos recebem 39,7%12. Ao contrário dos países da OCDE, a China oferta ajuda e cooperação para desenvolvimento também para países de renda média, inclusive países cuja renda per capita é superior à renda da China (OCDE, 2012, p.9). Do mesmo modo, o perdão de dívidas favorece os países da África e da Ásia.

Um aspecto importante da cooperação entre a China e a África está na agricultura. Entretanto, segundo Amanor (2013), a cooperação do continente africano no campo agrícola com a China e o Brasil apenas reforça as tendências do processo de acumulação engendradas pelas políticas de liberalização recomendadas pelos Estados Unidos e pelas organizações internacionais uma vez que a cooperação faz parte da estratégia dos países emergentes para conquistar novos mercados. De fato, não se apresenta um novo modelo de agricultura e, particularmente, a China está interessada na expansão da agricultura de exportação.

O sucesso relativo de alguns países asiáticos em navegar pelas complexidades da globalização, especialmente pelos recém-industrializados “tigres” do Leste Asiático, fascinou os líderes africanos por algum tempo. Durante os debates políticos das décadas de 1980 e 1990 sobre as reformas de ajuste estrutural na África, os ministros africanos frequentemente apontavam para o papel significativo do envolvimento económico do governo no Leste Asiático. Isso foi em contraste com o “consenso de Washington” apresentado pelo Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e outras instituições doadoras, que pressionaram por uma ampla liberalização e restrição do Estado. Em meados da década de 1990, algumas das instituições doadoras estavam começando a reconhecer que políticas sólidas do sector público haviam de fato desempenhado um papel no “milagre” do crescimento económico do Leste Asiático. Eles também começaram a reconhecer os limites da liberalização do mercado e a importância de desenvolver as capacidades do Estado na África.

Na conferência da TICAD, vários participantes africanos apontaram a atractividade do modelo de desenvolvimento asiático como um dos factores que os aproximam do continente. A capacidade da Ásia de formar parcerias público-privadas sólidas, observou o Ministro do Planejamento e Desenvolvimento Nacional do Quénia, Peter Anyang ‘Nyong’o, é uma experiência que ajudou os países asiáticos a fazer grandes avanços no desenvolvimento. Os dois continentes, África e Ásia, enfrentam a globalização em uma era em que as pressões pela liberalização são muito fortes”, acrescentou Nyong’o, nós na África temos muito a aprender com a experiência asiática.

O primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, observou que quando a primeira conferência TICAD foi realizada em 1993, a África estava implementando reformas económicas e políticas sob a orientação do consenso de Washington. No entanto, o processo TICAD desde então “introduziu um paradigma de desenvolvimento alternativo baseado na experiência de desenvolvimento bem-sucedida de muitos países do Leste Asiático e, assim, ajudou a expandir os kits de ferramentas à disposição dos profissionais de desenvolvimento africanos.

Não só, como podemos notar o maior número de negociantes que encontramos em quase toda África são provenientes deste continente, isso também ilustra como a Asia tem exercido grandes influências sob este continente. Para além do comércio, a religião islâmica esta dominando a cultura africana de várias maneiras, entretanto esse tipo de ligação pode trazer um impacto negativo para a cultura africana, visto que a cada segundo que passa milhares indianos, chineses estão nascendo em África.

Os países asiáticos também se destacaram nos esforços para resolver os conflitos armados da África. Com os países desenvolvidos relutantes em designar tropas para missões de paz da ONU, os exércitos asiáticos intervieram para ajudar a preencher grande parte da lacuna. No início de 2004, havia 15.375 soldados asiáticos, observadores militares e policiais destacados para as seis missões activas de manutenção da paz da ONU na África, representando 43 por cento do total. Em Serra Leoa, as forças de manutenção da paz asiáticas representam mais da metade.

Relação da Ásia e Europa

Os mesmos aspectos notados como relações de Asia-África e Asia-América são os mesmos que podemos tocar quando estudamos a Europa entretanto com pequenos detalhes de assimetrias, na Europa muito menos se fazer sentir o domínio da cultura islâmica diante do cristianismo em relação a África.

Verificam-se também grandes relações comerciais entre estes continentes através do mediterrâneo, como se sabe desde tempos antigos conhecem-se estes continentes como parceiros nas trocas comerciais, sendo os turcos intermediários destas relações comerciais. Por exemplo se olharmos mais para trás a questão da expansão marítima foi motivado pelas trocas comerciais que se estabeleciam nestes dois continentes, onde através do mediterrâneo, os europeus conseguiam obter especiarias na índia e China e outros produtos como porcelanas para o mercado europeu.

O comércio entre os países ASEM é responsável por cerca de metade de todo o comércio mundial de mercadorias. Embora o comércio intra-regional (isto é, na Europa ou na Ásia) seja quatro vezes maior do que o comércio inter-regional, as regiões da Ásia e da Europa comercializam mais entre si do que entre quaisquer outras regiões do mundo. Dois grandes centros se destacam: Alemanha e China. Juntos, esses países são responsáveis ​​por um quarto do comércio geral do grupo ASEM e são as principais pontes comerciais entre os dois continentes. Quase um terço dos produtos europeus enviados para a Ásia vêm da Alemanha (US $ 202 bilhões), com a China como o maior cliente.

Do lado institucional, as relações comerciais entre os países europeus e asiáticos estão a ser reforçadas. Em 2019, entrou em vigor um novo acordo comercial entre a UE e o Japão. Esses acordos comerciais oferecem uma excelente oportunidade para incluir disposições sobre o desenvolvimento sustentável. O acordo UE-Japão é o primeiro deste tipo a incluir uma disposição específica no Acordo de Paris.

As relações diplomáticas são fortes e os dados mostram que as ligações por meio de acordos comerciais e embaixadas estão associadas a uma maior intensidade do comércio bilateral. Os principais comerciantes, como China e Alemanha, têm embaixadas em todos os 50 países parceiros da ASEM. O investimento estrangeiro direto (IED) entre a Ásia e a Europa chega a cerca de US $ 90 bilhões anuais (2015-2017). Este é quase o mesmo tamanho dos fluxos de IDE dentro da Europa.

O cenário de IED é dominado por dois grandes investidores estrangeiros em cada região. Mais da metade do investimento europeu na Ásia vem do Reino Unido e da Alemanha, ultrapassando US $ 32 bilhões. Na verdade, o Reino Unido investe duas vezes mais na Ásia do que na Europa, com a Índia recebendo a maior parcela. Da mesma forma, a China e o Japão são os principais investidores asiáticos na Europa, somando US $ 12 bilhões. No geral, a Índia e a China atraem cerca de metade do investimento estrangeiro total europeu. No entanto, alguns países asiáticos são mais atraentes para investidores estrangeiros da Europa do que da Ásia. É o caso da Coréia, Mongólia, Cingapura e Rússia.

Relações da Ásia e os EUA

No âmbito económico, pelo que afigura-se, olha se numa asia dependente dos EUA, mas que esta dependência nos dias actuais, é pouco visível, pois por um lado encontramos China e Japão apresentando saltos tecnológicos significantes, e com maior número de população emergente, portanto, estes dois elementos concorrem na redução da dependência da Asia aos EUA. Entretanto, pretende-se dizer que, encontramos relações de interdependência económica, da Asia perante os EUA, pois deparamo-nos com uma Asia rica em minerais e petróleo, mas que esta riqueza por algum momento pode depender dos EUA para a sua exploração, como sabemos os EUA é conhecido historicamente como potência com recursos necessários para a exploração destes recursos.

Nos dias de hoje admite-se hipótese de que a Asia esteja gozando de boas relações comerciais com este continente, embora com algumas dificuldades de exportação de alguns produtos para os EUA, devido a competição da China e os EUA em querer se mostrar como primeira potência mundial.

Geralmente pontos que podemos tocar como partes integrantes das relações entre estes dois continentes, é, sem dúvida questões ligados ao comércio de alto escalão, admite-se que mais de 38% automóveis circundantes nos EUA são fabricados na Asia concretamente em Japão.

No âmbito político, a acomodação da Asia sobretudo do Japão e da Coreia do Sul aos Estados Unidos, sem duvidar, Fiori (2012) declara que, derrotados na guerra, os dois países asiáticos transformaram-se em verdadeiros protectorados militares dos EUA. Essa não pode ser interpretada apenas como uma estratégia norte-americana de fortalecimento dos bastiões do capitalismo no Leste Asiático, em plena Guerra Fria. Numa conjuntura de total prostração militar, fazia sentido ao Japão e à Coreia buscarem protecção sob o guarda-chuva militar americano e apostar em rápida industrialização. Dentro das restrições geopolíticas que enfrentavam, parecia melhor coadunar os interesses nacionais do que desafiar a hegemonia americana na região através de um projeto nacional-militar autónomo.

 

Bibliografia

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