Estruturas Psícossexuais

Freud, considera que a personalidade é constituida por um conjunto de forças intimas concorentes prepetuamente em conflitos, e a natureza humana é vista como resultante de conflitos internos entre as diferentes forças: Id, Ego e Superego.

O Id

É a fonte de energia psiquica, de origem organica e hereditária. Tem a função de procurar prazer e evitar sofrimento, localiza se na zona do Inconsciente da mente. O mesmo não conhece a realidade objectiva, a lei ética e social, que nos impede de reagir perante determinadas situações devido as conclusões de interpretações que os demais possam fazer, por isso é que surge o Ego.

Ego

Deriva do Latim e significa Eu. É responsável pelo conceito de psiquismo com o mundo, com realidade. Actua de acordo com princípios da realidade. Portanto este estabelece o equilíbrio entre as revindicações do Id e as exigências do Superego com as do mundo externo.

Superego

Actua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através de sistema de castigo e recompensa impostos à criança. São os nossos conceitos do que é certo e do é errado. O Superego controla nos e pune-nos, através do remorso, do sentimento de culpa, quando fazemos algo errado ,  também recompensa-nos e sentimos satisfação, orgulho quando faz algo com mérito. Procura inibir os impulsos do Id uma vez que este não conhece a moralidade é a componente social da personalidade.

Freud faz uma descrição da mente, onde enfatiza o papel fundamental do inconsciente na psique humana como resultado de um jogo e de troca de energia.

Freud contribuiu para principal posição básica entre a sanidade e a loucura ao colocar a normalidade num contínuo e procurou compreender o funcionamento do psiquismo normal através da génese e da evolução das doenças psíquicas.

Teoria do desenvolvimento psicossexual Segundo Sigmund Freud

Para FREUD, a sexualidade no homem não é apenas dada pelo desenvolvimento biológico, mas é formada, principalmente, por uma energia que é chamada libido, que é o motor de busca de satisfação de nossos desejos. A sexualidade tem origem desde o primeiro dia de vida do individuo. O que foi bastante revolucionário na sua teoria, foi o facto de ter mostrado que o impulso sexual também se manifesta nos bebés, e tende a uma definição de escolha de actividade sexual no adulto.

Fases Psicossexuais

FREUD descreveu a sequência característica das manifestações do impulso sexual distinguindo assim no seu livro as cinco fases, nomeadamente: Oral, Anal, Fálica, de Latência e genital.

Fase Oral (0 – 1 ano)

Durante o primeiro ano e meio fazem parte dos princípios de prazer e satisfação os Lábios, Boca e a Língua. Isto significa que seus desejos e satisfações são orais. Freud afirmou isto baseando se na análise clínica de crianças e adultos.

Se as necessidades de sugar, pôr coisas na boca e morder, forem satisfeitas, a pessoa crescerá psicologicamente saudável e caso contrário a criança crescerá com um Ego.

“Se por exemplo as necessidades orais forem frustradas na fase oral, por desmame prematuro, por afastamento rigoroso de todos objectos para sugar, o Ego poderá ser incapaz de superar os desejos orais superados”. Parafraseando a citação acima diríamos que a criança que passa por muitas frustrações nesta fase terá grande probabilidade de fazê-lo numa outra fase mais adiantada ou quando adulta. Alguns psicanalistas atribuem como causa o alcoolismo, a frustração na fase oral.

Fase Anal (1 -3anos)

De um ano e meio em diante, é a época em que a criança está a ser ensinada a controlar as fezes e a urina. A atenção está focalizada no funcionamento Anal. Por isso, esta região torna se o centro de experiencias frustradoras e compensadoras.

Os pais aprovam e recompensam á criança por uma defecação no local e no momento certo mas procuram não estimular a mesma actividade em momentos inadequados. As sensações de prazer ou desprazer associam se tanto na expulsão como na retenção das fezes.

Se durante este estágio persistirem muitas frustrações devido ao treino excessivo, severo controlo dos esfíncteres, o Ego poderá ser prejudicado em seu desenvolvimento.

Alguns psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação com a limpeza e a meticulosidade a frustrações ocorridas na fase Anal. A avareza o acúmulo de bens pode advir de prazer que a criança experimentou em reter as fezes. A preocupação exagerada com a limpeza tem como causa provável as exigências excessivas que os pais fazem as crianças nesta fase.

Fase Fálica (3-5anos)

 Nesta fase deve se fazer menção a certas manifestações do impulso sexual. Uma delas é o interesse pelas diferenças anatómicas entre os sexos. A criança deseja ver os órgãos genitais das outras e também mostrar os seus. É neste período que a criança se interessa pela vida sexual dos pais, procura saber como nascem os bebés, sendo estes frequentes nas suas fantasias. Ainda nesta fase aparecem os complexos do Édipo, Electra e de castração.

Complexo de Édipo e Electra é para os psicanalistas atracção da criança pelo progenitor do sexo oposto ao da criança que ocorre aproximadamente a partir dos cinco anos.

É neste período que cada um ganha a sua identidade sexual para toda vida. Ainda de acordo com Freud, citado por Barros (2005), o “ o complexo de Édipo e Electra é reprimido no menino e revertido de angústia de castração”. Uma vez reprimido o complexo de Édipo, o menino, na sua imaginação infantil na sua relação com o pai que inicialmente era amado, passa a ser temido pois o menino receia que por ciúme que o queira retirar lhe os órgãos genitais.

Tanto nos meninos como nas meninas, neste período desenvolve se a consciência moral ou de Superego. Estas ao identificarem se com os pais adquirem os padrões de valores segundo o que o ambiente no lar mostra, estas fazem o que os seus pais fazem e evitam o que os mesmos condenam. Quando a criança transgride uma destas leis vigentes em seu lar, algo condena-a, fá-la sentir-se culpada. A obediência a seus pais ajuda para que as crianças não percam o amor dos seus pais.

Freud considera que a pratica inadequada de educação das crianças pode levar a uma falta de ajustamento na fase adulta, assim a personalidade do adulto é grandemente afectada pelas experiencias emocionais na infância ou seja esta personalidade vai depender muito da qualidade de interacção havida entre ela os adultos.

Fase de Latência (5 anos-puberdade)

Este período corresponde aos primeiros anos da escolaridade, quando a criança está pré disposta á aquisição de novas habilidades, valores culturalmente aceites. Esta fase tende a ser mas calma que a fase anterior cheia de tensões e dificuldades. Esta fase é denominada de Latência porque os impulsos são impedidos de se manifestar, é nesta fase que aparecem barreiras mentais que impede a criança de manifestar o libido. A essas barreiras o Freud identificou como repugnância, vergonha, e moralidade. O desejo sexual dirige se agora para finalidades culturais: domínio de leitura, escrita, e de muitas outras habilidades.

Neste período uma separação nítida entre os meninos e as meninas e um ambiente de rivalidade entre os dois grupos.

Fase Genital (Adolescência)

Os impulsos Orais e Anais agrupam se nas zonas genitais. Na rapariga extingue o complexo de Electra e descobre os seus órgãos genitais ou sexuais, é também neste estagio que a criança descobre o acto sexual. Os impulsos sexuais, reprimidos na latência, reaparecem com todo vigor e são dirigidos para o sexo oposto. A meta é uma sexualidade adulta e madura que tem como objectivo a reprodução. O amor é mais altruísta e menos centrados na auto-satisfação. A escolha do companheiro não é independente da evolução anterior.

Análise crítica da teoria Freudiana

A teoria de Freud tem sido muito criticada, mesmo pelas pessoas que apoiam a sua linha geral de interpretação pontuam que suas opiniões basearam-se s muito na época histórica em que ele viveu e foram excessivamente influenciadas pelos seus costumes sexuais rígidos (DUFRESNE, 1997). Freud foi criticado particularmente por declarar que a falta de um pénis torna as meninas inferiores aos meninos, por supor que a identificação sexual de uma menina só acontece como um mecanismo de defesa e por concluir que o caminho das mulheres para identidade as torna inferiores aos homens.

Nancy Chodorow (1974), reconheceu a diferença na experiencia dos dois sexos da interacção social precosse e em seus papeis biológicos diferentes, mas sua difere da de Freud. Chodorow considerava a identificação um processo de mão dupla envolvendo tanto o pai e mãe, quanto a criança, chodorow declarou que, assim acomo as filhas se identificam com as mães essas vem suas filhas como elas próprias, em contraste com isso, as mães vem seus filhos como um oposto masculino.

As ideias de Freud continuam a influenciar tanto o pensamento popular quanto o pensamento académico sobre a aquisição dos papéis sexuais. O desafio enfrentado por aqueles que disputam suas teorias é proporcionar uma melhor explicação sobre os processos em andamentos.

Implicações Pedagógicas

Analisado a teoria psicossexual de Sigmund Freud pode se informar aos que penalizam algumas pessoas na fase adulta sobre o facto de chupar o dedo ou esferográfica por exemplo que esse facto não acontece por acaso mas sim porque a mesma, durante o desenvolvimento psicossexual não feita a manifestação dos impulsos durante as fases decorridas, e quanto aos alunos podem se desconcentrar da matéria ou aula, e consequentemente baixo aproveitamento. E aos indivíduos com problemas de controle das suas necessidades biológicas nas idades avançadas pode ser um dos caso da fase anal, que não teve as exigências de quando, como e a onde as realizá-las.

 

Bibliografia

COLE, Michael; SHEILA R. Cole. O desenvolvimento da criança e do adolescente. 4ª ed. , Porto Alegre, Armed, 2003.
RODRIGUES, Ana C. Morais; et. al. ,Psicopedagogia, Módulo IV: Psicologia de aprendizagem. Maputo, 2007.MWAMENDA, Tuntufye S. Psicologia Educacional: uma perspectiva Africana Textos Editores, 2004.GLEITMAN, Henry; et. al. Psicologia. 8ª ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2009