1.0.Investigação científica

Segundo Oliveira (2013, p.7):

 Ciência é um conjunto de conhecimentos exactos, universais e verificáveis, expressos por meio de leis, que o homem tem sobre si próprio, sobre a natureza, a sociedade, o pensamento, etc.. O objectivo ultimo da ciência é, pois, ir além do que actualmente se conhece sobre as vertentes física, biologia e social do mundo em que vivemos. Em termos práticos, pretende se aplicar o conhecimento adquirido no sentido de melhorar as condições de vida de pessoas, animais, plantas, preservando o ambiente de forma sustentável.

O mesmo autor define investigação como uma actividade criativa e produtiva, assente em base ética, que procura a compreensão, em profundidade, de fenómenos relevantes. De pendor mais fundamental ou preferencialmente aplicado, a investigação é o instrumento primordial de que se socorre a ciência para atingir os seus objectivos.

Investigação científica é o processo de aproximação sucessiva, de carácter criativo e inovador que pretende encontrar resposta para problemas transcendentes e com isso lograr descobertas significativas que aumentem o conhecimento humano e o enriqueçam. Esse processo implica concatenação lógica e rigorosa duma série de fases ou tarefas do processo de conhecimento (Ramos & Naranjo, 2014, p.13).

De acordo com Vilelas (2017, p.16):

O que distingue a investigação cientifica de outras formas de indagação acerca do nosso mundo é que esta tem subjacente um método especifico. Há um modo de fazer as coisas, de colocarmos as questões de formularmos as respoostas, que é caracteristico da ciência, que permite o investigador desenvolver o seu trabalho de um modo sistematico. Mas esse método não é um caminho fixo ou irrefutavel e ainda menos uma lista de acções que se cumprem como uma rotina. Porque o conhecimento ciêntifico não se adquire através de um processo idêntico  a uma produção de bens numa cadeia de montagem, mas vai se desenvolvendo, graças à liberdade do pensamento, à crítica, à análise, á correcção dos erros e à discussão.

1.1.Caracteristicas da investigação científica

Vilelas (2017, p.32), afirma que, como toda a actividade humana, o trabalho dos investigadores está naturalmente marcado pelas necessidades e pelas ideias do seu tempo e da sua sociedade.

Portanto, as qualidades específicas da ciência, que permitem distingui-la com muita nitidez do pensar qoutidiano e das outras formas de conhecimento, são:

  • Objectividade

Tem a ver com o que se estuda, a coisa ou o problema acerca do qual desejamos saber algo. A objectividade significa, portanto, obter um conhecimento que concorde com a realidade do objecto, que o descreva ou explique tal como é, e não como desejariamos que fosse. Ser objectivo é tratar de encontrar a realidade do objecto ou fenómeno estudado, formulando hipóteses que reflitam as suas quaidades.

  • Racionalidade

É outra caracteristica de suma importância para definir a actividade científica, referindo-se ao facto de que a ciência utiliza a razào como arma essencial para chegar aos resultados. Os investigadores trabalham ao mais possivel com conceitos, com a lógica e a razão e não com sensações, imagens ou impressões. A racionalidade afasta a ciência da religião, e de todos os sistemas onde aparecem elementos não-racionais ou onde se apela aos principios explicativos sobrenaturais, subordinados ou sentimentos e sensações.

  • Sistematização

A ciência é sistémica, organizada na sua procura e nos seus resultados. Preocupa-se em organizar as suas ideias coerentemente e incluir todo o conhecimento parcial em conjuntos cada vez mais amplos. Não passa por apresentar os dados que podem ser relevantes para um problema, sem antes os ter conjugado com teorias e leis gerais. Não aceita uns dados e regeita outros sem previamente os ter incluido em modelos que possam ser ordenados.

  • Generalidade

A preucupação da ciencia não é somente aprofunda e completar o conhecimento de um só objecto individual, mas também proporcionar que cada conhecimento parcial sirva como ponte para alcançar uma maior compreensão.

  • Fiabilidade

A ciência é um dos poucos sistemas elaborados pelo homem onde se reconhece explicitamente a propria possibilidade de equívocos e da ocorrência de erros. Nesta tomada de consciência das suas limitações reside a sua verdadeira capacidade de se autocorrigir e superar, desprendendo-se de todas as conclusões que foram anteriormente aceites, perante comprovação da sua falsidade (Vilelas, 2017, p.32-35).

1.2.Etapas da investigação científica

Percorrer o procedimento científico é o mínimo que o investigador deve fazer para que o seu trabalho possa ser considerado científico, pois ele estipula os critérios a ter em conta na investigação sobre determinado objecto. De um modo simples, o procedimento científico é o conjunto de acções levadas a cabo pelo investigador quando quer fazer uma investigação científica.

O processo de investigação é composto por uma série de etapas, que derivam umas das outras. Ao levar a cabo uma investigação, não podemos omitir etapas nem alterar a sua ordem, sob o risco de a investigação resultante não ser válida ou confiável, ou não cumprir com os propósitos pelos quais se realizou (Oliveira, 2013, p.9-18):

  • Eleição da questão central

De uma forma geral, qualquer processo de investigação tem por ponto de partida um problema que se pretende resolver, uma questão que se procura dar resposta, um fenómeno que se ambiciona entender, explicar e/ou prever.

  • Estado da arte/ revisão da literatura

É essencial conhecer o que se sabe já sobre a questão eleita como tema central, a fim de sobre ela poder dar um contributo que seja realmente original. Nesse sentido há que se consultar, de forma abrangente mas também selectiva, convergente e aprofundada, o que a comunidade científica produziu e relatou sobre o tema.

  • Ideia original/delimitação do tema/hipótese de partida

O salto em frente que se espera de uma investigação de sucesso resulta quase sempre de uma ideia original, que depois se desenvolve, testa, valida e aplica a circunstâncias práticas.

  • Metodologia e métodos

Uma vez definido, delimitado e caracterizado o problema eleito como questão central, e tendo por base a ideia de fundo que norteará a correspondente investigação, há que seleccionar a estratégia de trabalho a adoptar, ou seja, a correspondente metodologia.

  • Financiamento

Investigação exige dispêndio de verbas, não raro avultadas, as chamadas despesas directas integram itens como remuneração das pessoas envolvidas, aquisição e actualização de bibliografia, de meios computacionais e correspondente software, de material para a realização de experiências (laboratoriais ou de campo), deslocações e estadias para participação em encontros, reuniões ou estágios científicos, ou simplesmente, material consumível (artigos de escritório, reagentes, suportes de informação.

  • Obtenção de resultados

A partir do momento em que os métodos – de natureza teórica e/ou experimental – seleccionados para a investigação se encontrem operacionais, a fase seguinte do processo consiste em usa-los para gerar informação (sob a forma de um conjunto de dados) conducente à obtenção de resultados com significado físico.

  • Discussão local e alargada. Apresentações. Gestão de dados

Ainda que a obtenção dos resultados possa ter sido levada a cabo por um investigador de forma predominantemente isolada, a fase de reflexão sobre esses resultados terá tudo a beneficiar se for conduzida em forte interacção com a comunidade científica. De facto, os resultados obtidos carecem de ser analisados criticamente, interpretados, discutidos, comparados com resultados afins relatados por outros investigadores.

  • Publicação

Um trabalho científico apenas existe, face à comunidade científica, se for publicado. É por essa via que o conhecimento individual se converte e conhecimento generalizado a toda comunidade científica, e por ela reconhecido. Compreende se pois que a publicação do trabalho seja o grande objectivo de qualquer investigador ou equipa de investigação.

1.3.Métodos da investigação científica

Para que um conhecimento possa ser considerado científico, é necessário identificar as operações mentais e as técnicas que permitem a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilita chegar ao conhecimento.

Vilelas (2017, p.59), define método como um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para se atingir um conhecimento.

  • Método histórico

O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade contemporânea e para melhor compreender a função que actualmente desempenham na sociedade.

  • Método comparativo

Consiste no método de realizar comparações visando verificar semelhanças e explicar possíveis divergências entre os resultados obtidos, sejam estes dados de grupos em qualquer tempo, seja no presente ou no passado. Por constituir uma indirecta, é usado em estudos de grandes dimensões, tais como: desenvolvimento de uma sociedade, eleições, estudos quantitativos e qualitativos. Pode ser usado em qualquer etapa da investigação.

  • Método monográfico

O método monográfico procura fazer generalizações, já que parte do principio de que qualquer objecto de um estudo aprofundado, é também representativo de outros casos semelhantes. Procura partir um pequeno grupo, como o estudo de uma família, e ir tomando dimensões menores, seja a comunidade ou grupos maiores, como cidades, estados, países. A sua vantagem é que, ao iniciar-se num grupo menor, preservam se as características principais do próprio grupo.

  • Método estatístico

O método estatístico significa a redução de fenómenos sociológicos, políticos e económicos, a termos quantitativos. O seu papel é fornecer uma descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado.

 

  • Método fenomenológico

O método fenomenológico não parte do gizar de uma teoria, mas do mundo conhecido, do qual faz-se uma analise descritiva com base nas experiencias partilhadas. Do mundo conhecido e das experiencias intersubjectivas obtêm-se as vivências, os sinais, as indicações para interpretar a diversidade de símbolos. Nessa perspectiva o pesquisador não parte de um referencial teórico estabelecido a priori, sendo considerado o seu mundo-vida.

  • Método experimental

Na investigação experimental, os participantes no teste (humanos ou animais) são seleccionados de acordo com características relevantes e são distribuídos aleatoriamente entre um grupo experimental e um grupo de controlo. É o chamado ensaio aleatorizado controlado. A distribuição aleatória assegura que os factores (designados por variáveis) que podem afectar os resultados do estudo são distribuídos igualmente entre os grupos, não podendo assim originar diferenças no efeito de uma investigação.

  • Método observacional

A investigação observacional envolve o exame de factores específicos em grupos definidos de indivíduos, de forma a investigar as relações entre esses factores e aspectos da saúde ou doença. No entanto a investigação observacional apenas pode sugerir relações entre factores; cabe à investigação experimental determinar causas e efeitos (Vilelas, 2017, p. 59-65)

 

 

2.0.Constatações

Finda a realização do presente trabalho, constatou-se que: o que distingue a investigação cientifica de outras formas de indagação acerca do nosso mundo é que esta tem subjacente um método especifico. Há um modo de fazer as coisas, de colocarmos as questões de formularmos as respoostas, que é caracteristico da ciência, que permite o investigador desenvolver o seu trabalho de um modo sistematico.

as qualidades específicas da ciência, que permitem distingui-la com muita nitidez do pensar qoutidiano e das outras formas de conhecimento, incluem a Objectividade, a racionalidade, sistematização, generalidade e a fiabilidade.

O processo de investigação é composto por uma série de etapas, que derivam umas das outras. Ao levar a cabo uma investigação, não podemos omitir etapas nem alterar a sua ordem, sob o risco de a investigação resultante não ser válida ou confiável, ou não cumprir com os propósitos pelos quais se realizou.

Para que um conhecimento possa ser considerado científico, é necessário identificar as operações mentais e as técnicas que permitem a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilita chegar ao conhecimento.

 

 

 

3.0.Bibliografia

FONSECA, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. (1a ed. Fortaleza): UEC.

Oliveira, L. A. (2013). Ética em investigação cientifica, guia das boas praticas com estudo de caso. lidel.

Ramos, S. T., & Naranjo, E. S. (2014). Metodologi da investigação científica. Angola : Escolar editora.

Vilelas, J. (2017). investigação. o processo de construção do conhecimento (2a ed.). Sílabo.