Por: Francisco

Características da pessoa

 

Conceito de pessoa


Definir o conceito pessoa parece em sim, uma tarefa fácil. Isso porque, de forma inadvertida pensamos, que a nossa existência é um meio através da qual sabemos que é ser pessoa. No entanto, saber o quê significa ser pessoa, foge, nalgum momento, da nossa convicção de que só por existir sabemos quem somos e que sabemos, consequentemente, o quê é, em termos conceptuais, ser pessoa. Essa, é uma questão complexa de lidar com ela.

O que testemunha isso, segundo Biriate e Jeque (2010: 40), entende-se no facto de que o conceito de pessoa teria sido, ao longo da história da humanidade, um problema que vários filósofos e não filósofos se ocuparam dele (do conceito) com o propósito último de chegar a uma definição aceitável.
Dadas vicissitudes que acima foram avançadas importa, saber, então, o quê é pessoa ou qual é o entendimento que se pode ter sobre ela?

Uma vez que fora referenciado que este constitui um tema de análise de vários filósofos, parece, por assim dizer, ser apropriado, começar com a sua definição etimológica. Terminologicamente, a palavra “pessoa”, vem do vocábulo grego PRÓSOPON e, igualmente do vocábulo latino PERSONARE, que significa máscara ou tudo aquilo que um actor punha no âmbito da representação de uma peça teatral (ibidem).

Por via disso, pode se chegar a constatação de que a pessoa, do ponto de vista prático de compreender, ela é, um ser que em si carrega consigo um mistério; ou seja, não se pode dizer que se conhece uma pessoa na sua efectividade sem que esta seja um Homem de relações com o meio e consigo própria. o que quer dizer que, a pessoa só se conhece minimamente quando está na relação com os outros.
Por isso que daqui, desabrocha todo um avalanche de filósofos que, por via da sua experiência particular ou por via de observação de alguns elementos comuns em pessoas, chegou a alguma conclusão do que é de facto, pessoa. Senão vejamos abaixo:

Segundo Biriate e Jeque (apud Boécio, 2010: 40), afirmam que para ele, a pessoa é uma substância individual de natureza racional; na mesma época histórica que Boecio, São Tomás de Aquino, definiu pessoa como um subsistente de natureza racional; Cícero, define pessoa como um ser de direitos e deveres. Esta ultima definição esta vinculada ao facto de a pessoa ser entendida como um ser jurídico, imposta algumas limitações para a sua liberdade na ser plena.

O que há de nítido nessas definições, são três elementos: a substancialidade, a individualidade e a racionalidade. O primeiro dá conta do facto de que a pessoa deve ser, em função da sua existência, não mutável. A pessoa nesse sentido de entender, não muda porque constitui em si, uma essência. Entretanto, mesmo que alguns acidentes como a obesidade, ser baixo, alto, magro, etc, mudem. No segundo caso, dá-se a entender que a pessoa é una; ou seja, irredutível e, por fim, no terceiro elemento, a pessoa é dotada de racionalidade devido a sua capacidade de reflectir, avaliar, analisar, interpretar suas acções.

Características da pessoa


Definir pessoa, significa, ao mesmo tempo, encontrar algumas características que lhe são peculiares e que a estas, fazem dele um ser Supremo. Por isso, a pessoa, dentre várias características, tem algumas essenciais, que são respectivamente:

    • Singularidade: cada ser humano é uno, irredutível, indivisível, autêntico, irrepetível e insubstituível. Com isso entende-se que, a pessoa goza de uma singularidade sem igual e que constitui para si, um diferencial de todos outros seres que existem no mundo;

 

    • Unidade: não obstante as partes do corpo que a constitui, a pessoa é uma totalidade em si;
      Interioridade: no ser humano existe, uma parte não violável, inacessível. Trata-se, neste caso, da consciência;

 

    • Autonomia: na sua qualidade de pessoa, o ser humano goza de uma liberdade que lhe permite agir por si e para si;

 

    • Projecto: o facto de existirmos não faz de nós, automaticamente pessoas. Pois, numa visão interpretativa disso, percebe-se que ser pessoa é um processo que deva ser projectado/construído quotidianamente;

 

    • Valor em si: a pessoa em algum momento deve ser usada como meio para se chegar a determinados fins alheios. Ela é, em si, um valor supremo, não susceptível de ser instrumentalizado.



Bibliografia


GEQUE, Eduardo; BRIATE, Manuel. (2010). Filosofia 11a classe: Pré-universitário, Maputo, Longman Moçambique.