Para provar a existência de Deus, Anselmo segue métodos diferentes no "Monologium" e no "Proslogium".

No "Monologium" procede "a posteriori", isto é, parte dos factos.

No "Proslogium" procede "a priori", isto é, parte da definição de Deus para deduzir dela a sua existência.

No "Monologium" , Anselmo recorre às provas tradicionais baseadas na contigência dos seres finitos e nos graus de perfeição.

No "Proslogium" ele procura uma prova irrefutável da existência de Deus, uma prova que não possa ser negada nem pelo estulto do Salmo 13 que "diz no seu coração: 'Não há Deus' ".

A prova baseia-se na "ideia", isto é, na definição de Deus. Ora, a ideia que todos têm de Deus é a de ser tal que "não se pode pensar nenhum maior do que ele" (quo maius cogitari nequit). Mas, "aquilo, maior do que o qual não se pode pensar nada, não pode existir só no intelecto. Porque, se existisse só no intelecto, poderia ser pensado outro que existisse também na realidade, e este seria maior. Se, pois, aquilo maior do que o qual não se pode pensar nada seria, ao contrário, aquilo maior do que o qual se pode pensar alguma coisa. Mas isto certamente é impossível. Logo, não há dúvida de que aquilo  maior do que o qual não se pode pensar nada existe tanto no intelecto como na realidade. 

O argumento funda-sr em dois princípios:

- O que existe na realidade é maior ou mais perfeito do que o que existe só no intelecto.

- Afirmar não existe na esfera do real aquilo maior do que o qual não se pode pensar nada implica uma contradição , porque significa admitir e ao mesmo tempo não admitir que se possa pensar outro maior do que ele, isto é, existente na realidade. 

O monge Gaunilon foi o primeiro a criticar o argumento ontológico, como é chamado. Ele escreveu a Anselmo que, admitindo-se que o conceito de Deus corresponda ao de ser perfeitíssimo, deste conceito não se pode deduzir a existência de Deus como do conceito de uma ilha perfeitíssima não se pode deduzir a existência da ilha.