Textos multiusos: o texto expositivo argumentativo

 

Contextualização e definição do texto expositivo argumentativo


Desde os tempos remotos, o homem começou a conviver em comunidade, daí, o surgimento da palavra argumentação que foi usada com o objectivo de dar a conhecer aos outros, as convicções de cada um. É importante frisar, antes de mais, que a argumentação foi concebida muito antes, por autores antigos tais como Sócrates, Aristóteles e Cícero, Aristóteles concebeu a argumentação como sendo “a arte de falar de modo a convencer”.

 
Actualmente, as pessoas no seu quotidiano são obrigadas a utilizar a linguagem, nos mais diversos sectores da vida pessoal e profissional para convencer alguém, e para além de modo oral, há também uma via escrita. para tipo de situação, entretanto, são vários os casos em que solicita-se a construção de textos expositivos-argumentativos, como por exemplo nos críticos de cinema na literatura na musíca e principalmente na filosofia. Neste contexto, o texto expositivo argumentativo pode ser definido como aquele tipo de texto que visa convencer, persuadir, ou influenciar o destinatário ao qual se apresenta o ponto de vista cuja autenticidade, ou validade se deve provar (GRAMÁTICA, 2010: 322).
 
 A clareza do texto expositivo argumentativo depende, muito da forma como ele é estruturada, portanto, é necessário que haja organização de  argumentos, que se use registro adequado à situação e ao destinatário, e recorrer sempre que necessário a exemplificação, o uso correcto dos conectores, o respeito pelas regras da concordância, o uso adequado dos pronomes que evitam as repetições do nome e a utilização de vocabulário variado com recurso a sinónimos, antónimos, hiperônimos e hipônimos.
 
A arte de falar e escrever precisa assentar analogamente, numa actividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido, depende muito de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida de autocrítica e pela observação cuidadosa do que os outros, com bom resultado escreveram(CAMARA e MATTOSO, 1986:61)
 
 Para Lopes (2012:31) a elaboração de um texto expositivo-argumentativo passa por três momentos, a saber: invençãodisposição e elocução. O primeiro corresponde à fase da enumeração de tudo aquilo que pode servir a causa da defesa, este momento exige imaginação e criatividade para produzir argumentos extremamente convincentes, o segundo corresponde à fase da avaliação e hierarquização dos argumentos, em que deverão ser agrupados em três categorias fundamentais: os que irão ser utilizados, os que ficam de reserva e os que serão rejeitados, esta planificação dos argumentos, permite evitar dificuldades, incoerência e contradições, e por fim o último momento, o da elocução, procede a organização do discurso, no qual é escolhido o modo mais expressivo para a  transmissão da mensagem tendo em conta o público alvo. Feito isto, segue-se o momento em que o enunciado é proferido, a enunciação, e, a reprodução dos enunciados podem ser efectuadas através do discurso directo ou indirecto.
 

Características do texto expositivo-argumentativo[1]

 

 

Razoável grau de objectividade.

Linguagem cuidada, com estruturas lexicais, correctas e adequadas.

Clareza, simplicidade e rigor.

Uso de estruturas impessoais.

Uso de nominações e modalidades de possibilidade.

Certeza ou probabilidade em vez de juízos de valor ou sentimentos de apreciação


Estrutura do texto


 
Introdução

Desenvolvimento

Conclusão
Na introdução (parágrafo inicial), o autor do texto apresenta a tese (ponto de vista), esta deve ser apresentada num estilo assertivo, claro e preciso sem, no entanto mencionar quaisquer razões ou provas. No desenvolvimento, o autor explica a sua proposição e apresenta os argumentos que atestam a veracidade da enunciação do parágrafo introdutor apoiando em provas que podem ser de diversa índole, como factos, exemplos, citações testemunhos ou mesmo dados estatísticos. Na conclusão o autor estabelece uma síntese da demonstração feita no segmento do desenvolvimento. Contudo toda a construção deverá obedecer a algumas imposições apriorísticas, como o uso de um registro adequado ao objectivo, ao contexto e acima de tudo ao destinatário.
 

 

A diferença entre o texto expositivo-argumentativo e os outros tipos de texto. 

 
 
Não existe um texto verdadeiramente puro, por regra, um texto pode apresentar as  características de outros tipos de textos, dependendo do contexto, sendo que por exemplo na literatura há uma  maior liberdade textual, vezes há, em que o autor pode narrar, argumentar e explicar no mesmo texto. Portanto, não existe um padrão verdadeiro e puro como foi referido anteriormente, entretanto apenas existem aspectos que permitem distinguir um texto do outro texto.
 
O texto narrativo diferencia-se pela presença de um narrador, e pode surgir em forma de narrativa, enquanto relato dos acontecimentos ou em forma de descrição através da qual  pode se representar por imagens das personagens, objetos e tempos.
 
O texto expositivo explicativo diferencia-se pelo facto de apresentar um estudo ou conceitos já usados de modo a explicar seu verdadeiro significado, recorrendo ao uso da terceira pessoa, e usando expressões que explicitam os termos.
 
Num sentido lato, o texto argumentativo consiste na verificação ou contestação de uma tese por meio de argumentos com o objectivo de ter uma aprovação ou modificar opiniões ou crenças. Este tipo de texto é essencialmente subjectivo o que o torna diferente do explicativo por ser essencialmente objectivo. O texto argumentativo reflete a opinião pessoal de quem escreve e apresenta os verbos na primeira pessoa do singular, enquanto o explicativo apresenta os verbos na terceira pessoa do plural.  
 

Alguns articuladores argumentativos[2]

 
Para reiterar, afirmar.
Retomando a questão , penso , pensa que, a meu ver, creio que, estou certo, em nosso entender.
Para concordar, provar, exprimir certeza.
efectivamente, com efeito.
Para refutar, manifestar oposição, restringir ideias.
No entanto, mas, todavia, contudo, porém, apesar de, em sentido contrário, por outro lado, com a ressalva de.
Exemplificação
Por exemplo, como se pode ver, assim, tome-se como exemplo, é o caso de, é o que acontece com.
Para explicitar
Significa isto que, explicitando melhor, não se pretende com isto, quer isto dizer, a saber, isto é, por outras palavras.
Para concluir
Finalmente, enfim, em conclusão, concluindo, para terminar, em suma, por conseguinte, por consequência.
Para indicar ordem
Em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar, seguidamente, em seguida, começando por, antes de mais, por último, por fim.
Para estabelecer conexões de tempo
Então, após, depois, antes, anteriormente, em seguida, seguidamente, quando, até que, a princípio, por fim.
Para referenciar espaço
Aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar onde, ao lado de, à esquerda, à direita, ao centro, no meio, mais adiante.
Para estabelecer conexões de causa
Porque, visto que, dado que, uma vez que
Para estabelecer conexões de consequência
De tal modo que, de forma que, tanto que, e por isso.
Para expressar condição hipótese
Se, amenos que, a não ser que, desde que, supondo que, se por hipótese, admitindo que, excepto que se por acaso.
Para estabelecer condições de fim
Para que, para, com o fim de, a fim de que, com o intuito de.
Para estabelecer relações aditivas
E, ora, e também, e ainda.
Para estabelecer relações disjuntivas
Ou, ou então, seja... seja, quer...quer.
Para expressar semelhança, comparação.
Do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, pela mesma razão igualmente, assim como.


CONCLUSĂO

Os textos expositivo-argumentativos, são relevantes na medida, em que ajudam, a convencer o leitor, a aderir às ideias ou o ponto de vista do autor, é de salientar que desde a antiguidade os homens usavam os argumentos para poder persuadir os outros. 
 
Os sofistas ensinavam os cidadãos atenienses, a retórica que significa a arte de bem falar, Sócrates foi um dos filósofos que acreditou na palavra, para melhor expressar o seu ponto de vista, por exemplo, Sócrates discutia com os sofistas, ele afirmava que não se podia ensinar a arte de bem falar, porque acreditava que era algo inato a todos os homens, enquanto os sofistas consideravam professores da arte de bem falar (argumentação), para, além disso, essa tipologia textual serve também, para evidenciar bases para elaborar uma boa defesa em casos em que é necessária, é sabido que na vida quotidiana são vários os casos em que solicitam uma boa defesa, para além da academia ou de sectores profissionais, entretanto, estes se tornam cada vez mais úteis, por serem dinâmicos e ricos em conteúdo. 
 
Os textos expositivos-argumentativos procuram defender uma tese, apresentado dados e observações que a confirmem. Neste discurso, é onde se valoriza a capacidade de apreensão, de construção e de expressão de argumentos, é constituído por uma ideia principal, confirmada por dados e razoes que defendem a opinião emitida, por fim, argumentar, pode ser importante principalmente para os estudantes, sobretudo os recém-formados, pois podem lhes facilitar no mercado de emprego, isto é, pode persuadir o empregador a contrata-lo. 
 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

CAMARA, Júnior e MATTOSO, Joaquim. (1886). Manual de expressão oral e escrita. 
 
Petrópolis, Vozes. GRAMÁTICA... (2010). Gramática Moderna da língua portuguesa, Lisboa, escolar. 
 
LOPES, Sandra Liliana Pereira. (2012). Ensinar a escrever na aula de português: o texto argumentativo. [s.l , s.n.]. ESCOLA... [2012?]. 
 
Escola Básica 2, 3 ̸ S de vale de Cambra Português - 11ͦ ano. [s.l, s.n.].
 

[1] Conf. manual de português, 11º ano.
 
[2] http:⁄⁄www.esffl.pt⁄index.php?option=com_content&task=view&id=1019&Itemid=395
 
 
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