Por: Leonardo Américo Machava

Determinação do sexo nos animais

Existem dois grandes grupos de determinação do sexo nos animais: o grupo que envolve apenas os cromossomas sexuais, do qual fazem parte os sistemas XY, XO, ZW e ZO, e o grupo que não envolve s cromossomas sexuais, interferindo nesse caso outros factores, como os ambientais (temperatura, por exemplo).

Sistema XY

Edmund B.Wilson trabalhando com o insecto heminóptero Lygaeus turicus, observou que ambos os sexos apresentam 14 cromossomas. Doze desses cromossomas são autossómicos. Além disso, as fêmeas têm dois cromossomas X enquanto os machos tem um único cromossoma X e um pequeno heterocromossoma designado cromossoma Y. As fêmeas desta espécie produzem um único tipo de gâmeta cuja constituição cromossómica é 6A + X e os machos produzem dois tipos de gâmetas em igual proporção: 6A + X e 6A + Y (o A significa cromossoma autossómico). Assim, os machos são considerados heterogaméticos pois produzem dois tipos de gâmetas diferentes e as fêmeas são consideradas homogaméticas pois produzem um único tipo de gâmeta. Este sistema é também verificado no homem e em todos outros mamíferos, onde a presença do cromossoma Y pode determinar a tendência à masculinidade. Nesse sistema o sexo dos descendentes é determinado pelos gametas masculinos.

O sistema XO

Nesse sistema, os machos são 2AXO e as fêmeas são 2AXX. Os machos são o sexo heterogaméticos pois produzem dois tipos de gâmetas quanto aos cromossomos sexuais: um que apresenta o cromossoma X e outro que não conte cromossoma sexual. As fêmeas, por sua vez, são o sexo homogamético, pois todos seus gâmetas possuem um cromossoma X.

A presença ou ausência do cromossoma x nos gâmetas do macho fornece um eficiente mecanismo para a determinação do sexo nesta espécie. O sistema XO de determinação do sexo, depende da distribuição ao acaso do cromossoma x pela metade dos gâmetas do macho durante a segregação. Este sistema de determinação do sexo pode ser encontrado em percevejos, gafanhotos, baratas, etc.

Sistema ZW

No sistema ZW, as fêmeas apresenta dois cromossomas sexuais diferentes, sendo o sexo heterogamético, enquanto os machos apresentam dois cromossomas sexuais iguais, sendo sexo homogamético. Os cromossomas sexuais, nesse caso, são denominados Z e W. a utilização dessas letras é simplesmente uma convenção a fim de diferenciar esse sistema do sistema XY, portanto, As fêmeas tem um cromossoma similar ao cromossoma Y do homem.

O sistema ZW de determinação do sexo ocorre em borboletas, mariposa, em alguns peixes e em várias aves.

Sistema ZO

As fêmeas de outras espécies, como por exemplo, a galinha doméstica, não têm homólogo ao único cromossoma sexual, à semelhança do sistema XO. Tratado anteriormente. Os machos serão ZZ (Homogamética) e as fêmeas ZO (Heterogamética). Esse sistema ocorre também em alguns répteis.

Sistemas de determinação do sexo que não envolvem cromossomas sexuais

Haploidia (machos) e Diploidia (fêmeas)

Em formigas, abelhas e outros insectos da ordem Hymenoptera, o sexo não é determinado pelos cromossomas sexuais, mas pelo número do conjunto de cromossomas: as fêmeas diploides, resultam da fecundação de um ovulo por um espermatozoide; já os machos, haploides, originam-se de óvulos não fecundados que se dividem e formam um individuo (partenogénese). Portanto nesse caso a determinação do sexo depende da haploidia ou da diploidia.

No caso das abelhas, os óvulos fecundados (diploides) podem dar origem às operárias que são estéreis ou à rainha que é fértil, dependendo da quantidade e da qualidade do alimento recebido pela larva durante o seu desenvolvimento. Dessa forma o caracter esterilidade das fêmeas está vinculado ao meio ambiente. Em uma colmeia há apenas uma fêmea fértil, que é a rainha. Os machos (haploides) são férteis e produzem espermatozoides por mitose (nesse caso não ocorre meiose).

Fatores ambientais

Nos répteis o sexo pode ser determinado por meio de cromossomas sexuais (determinação genotípica) ou pelo meio ambiente onde a temperatura é o fator mais comum.

A determinação genotípica ocorre na grande maioria das serpentes e lagartos, e tautaras e em somente algumas espécies de quelónios.

A determinação sexual vinculada à temperatura ocorre em todos crocodilianos e na maioria dos quelónios, sendo rara em lagartos e ausente no grupo das serpentes. Nesse caso o sexo é determinado de acordo com a temperatura média à qual os ovos estão submetidos durante o período de desenvolvimento embrionário. Em lagartos e crocodilos, temperaturas mais baixas determinam as fêmeas, enquanto temperaturas mais altas determinam machos. No caso dos quelónios, porem, ocorre o inverso. A diferença da temperatura que favorece um sexo é pequena, da ordem de 1 a 2oC.

 

 

 

Referências bibliográficas

André Machava Manhiça. Módulo de Genética Geral e das Populações. Curso de licenciatura em ensino de biologia. Universidade pedagógica departamento de biologia. 2a edição 2016.

LOPES, Sónia. Bio – volume único. Saraiva S. A. – livreiros Editores, São Paulo, 2004.