Concito de nação
Para melhor percepção do conceito e sobre tudo a origem do Nacionalismo Africano, é necessário perceber o que se entende por Nação.
O principal significado de nação é o político e este está associado à ideia de “povo”, a “nossa terra comum”, o “público”, o “bem-estar público”. Pode assim referir-se que se trata afinal de um “corpo de cidadãos cuja soberania colectiva constituía um Estado”.
Porém, para John Stuart Mill a posse do sentimento nacional não esgota o conceito de nação. Para este filósofo inglês os membros de uma nacionalidade “desejam estar sob o mesmo governo e ser governados por eles próprios ou por uma parte deles, exclusivamente”. No fundo, o chão moral comum onde estão ancoradas as raízes, em que se encontram a raça ou a língua, dá consistência à história imaginada das comunidades.
Nacionalismo Africano e a sua origem
A ligação de um conjunto de cidadãos a uma descendência comum, normalmente pressupõe a existência de um território. E a terra de onde as pessoas são originárias conduz ao surgimento da ideia de pátria, ou seja, local de nascimento, e assenta na combinação da terra e do sangue, no chão sagrado dos (nossos) mortos. A veneração da pátria e de um conjunto de coisas materiais e imateriais do passado, presente e futuro reflecte-se em patriotismo e representa sobretudo a total lealdade dos seus membros. O nacionalismo pode ser definido como a ideologia política que defende e exalta a nação, tendo por base sentimentos comuns do grupo numa lógica identitária que procura, por um lado, a autodeterminação e, por outro, assenta em sentimentos de lealdade que são partilhados por um conjunto de indivíduos que têm valores culturais, religiosos, étnicos ou linguísticos comuns aos restantes membros.
Deste modo, pode se dizer que o nacionalismo Africano tem suas raízes nos valores culturais, religiosos, étnicos ou comuns aos restantes membros. Pode se colocar a história comum (a colonização) do povo africano como pilar “originário” do nacionalismo do povo do continente negro. Assim, unidos por uma e única causa justa (libertar-se do jugo colonial), os africanos formavam uma nação (Africana) contra a dominação estrangeira.
Referencia:
DE SOUSA JR Fernando. O nacionalismo africano no caminho para a democracia: a transição do poder colonial para o partido único nos PALOP. CESA, 2013.