Por: dr. Merisse

Formação da personalidade na perspectiva.


Sigmund Freud, desenvolveu um estudo com diversos pacientes neuróticos e buscava compreender efectivamente a questão da formação da personalidade. Através dos métodos da auto-observação e em teorias biológicas, explicou a personalidade normal e anormal e descreveu como tratar de pessoas psicologicamente perturbadas. Ao conjunto destes estudos, chamou de psicanálise.

No entender de Freud, as pessoas são inconscientes de apenas uma pequena parte de sua vida mental. Alguns conteúdos são pré-conscientes, enterrados logo abaixo da consciência, de onde são finalmente recuperados. A vasta maior de conteúdo, é consciente. Entre os conteúdos do inconsciente estão as pulsões, os componentes e conflitos psicológicos intensos.

Os conteúdos inconscientes entram na consciência e temos que prestar muita atenção ao sexo que a qualquer outro instinto. Entretanto, a expressão “instinto sexual” é ampla e abrange inúmeras pulsões corporais prazerosas, incluindo a sucção e a defecação. Estas pulsões sexuais diferentes funcionavam independentemente uma da outra durante a infância, mas eram fundidas na puberdade, para servir ao objectivo da reprodução.

Segundo Freud os instintos de vida desempenham seu trabalho gerando energia chamado libido. Esta energia é semelhante a energia física. Mas supre qualquer energia necessária para o pensamento e o comportamento. Se os instintos da vida não serem satisfeitos, a libido pode se acumular e gerar pressão, assim como a água bombeada para uma pipa com uma válvula fechada.

Para as pessoas funcionarem normalmente, a pressão deve ser reduzida. Do contrário, a libido finalmente explode, resultando em comportamento anormal. Freud desenhou um modelo da mente dividido em partes, que são: id, ego, superego e dilema do ego.

O id, é considerado a casa dos instintos. Reside no âmago primitivo da personalidade. É um caos, um caldeirão de excitação insaciável. O id opera de acordo com o princípio do prazer. O ego emerge nas crianças em desenvolvimento a medida que elas aprendem que há uma realidade distinta das próprias necessidades e desejos. Tendo sido parte do id, o ego evolui para lidar com o mundo. A principal tarefa do ego é localizar os objectos para satisfazer o id. Por isso que o ego lida com as questões do id e do meio ambiente.

Opera de acordo com o princípio da realidade. O superego ocorre quando as crianças identificam-se com os seus pais e internalizam valores e padrões, o superego separa-se do ego. Funciona de forma independente e luta pela perfeição e admirando o idealismo, o auto-sacrifício e o heroísmo. Quando as acções ou pensamentos do ego vão contra os princípios morais, o superego gera sentimentos de culpa, mas quando o ego comporta-se moralmente, o superego é satisfeito.

Segundo Freud, o desenvolvimento da personalidade ocorre em três fases:

a) fase anal, que ocorre durante o segundo e terceiro ano de vida, onde o prazer é obtido basicamente da região anal. A criança gosta de urinar e defecar;

b) fase fálica, ocorre entre três a cinco anos. A fase fálica as crianças descobrem que os genitais fornecem prazer. As crianças pequenas começam a se masturbar. A criança ama o pai de sexo oposto e desenvolve rivalidade com o pai do mesmo sexo;

c) período da latência, que ocorre com o término da fase fálica e ocorre por volta dos cinco anos. A personalidade está essencialmente formada. Nos seus anos a seguir, as necessidades sexuais ficam dormentes. Não aparecem mudanças nem conflitos importantes;

d) fase genital, que ocorre quando os interesses sexuais são despertados novamente no início da puberdade. Durante a fase genital que se estende por toda adolescência e fase adulta, as pessoas orientam-se para os outros e formam relacionamentos sexuais satisfatórios.