Por: Tiago Augusto Volante
Karl Marx e a luta de classes
Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trier, na Alemanha. Foi um dos mais importantes pensadores do Socialismo. Juntamente com seu amigo Friedrich Engels, escreveu uma vasta obra que vai da filosofia à política, da religião à economia.
Marx, diferentemente dos socialistas primitivos, considerava impossível uma conciliação amigável e racional entre patrões e empregados. Assim como Auguste Comte, Marx era um determinista. Ele acreditava na existência de leis que regiam a história humana, logrando para si tê-las descoberto. Ao contrário do românticos – para quem a finalidade última da vida repousava nos sentimentos, na metafísica –, o filósofo pautou a essência humana na realidade material. A religião, dizia ele, “é o ópio do povo”, uma fabricação humana para as classes dominantes ludibriar os mais pobres.
O motor da História, a grande lei que move a humanidade, era, para Marx, a economia: o modo de produção de mercadorias e a distribuição de riquezas. O modo de produção carrega em si também uma contradição que atravessa toda a história humana: a luta de classes!
A luta de classe se dá pelo fato de uma elite minoritária deter os meios de produção – e, consequentemente, o poder político –, enquanto a grande maioria, excluída, se vê obrigada a vender a sua força de trabalho em troca de um salário miserável. Historicamente, a luta de classes acontece desde os tempos mais remotos. “No mundo antigo, quando a riqueza estava baseada na terra, a luta ocorria entre donos de escravos e escravos, patrícios e plebeus; durante a Idade Média, quando a terra ainda era o modo de produção dominante, a luta era entre senhores e servos. No mundo moderno, industrial e capitalista, duas classes agudamente opostas confrontavam-se – burgueses proprietários das fábricas, minas, bancos e sistemas de transporte e os trabalhadores explorados, o proletariado.” A esse processo puramente material e contraditório, Marx chamou de “Materialismo-Histórico-Dialético”.
Além de deter os meios de produção (aquilo que Marx chamou de infraestrutura), as classes dominantes também controlam a cultura e as instituições sociais (a superestrutura). Ao controlar todos os mecanismos que regem a vida humana em uma sociedade, a Burguesia – elite dominante no modo de produção capitalista, ao qual estava inserido Marx – dispõe de todos os meios cabíveis para oprimir os trabalhadores assalariados e se perpetuar no poder.
Ao elaborar as suas análises baseando-se nos fatos históricos e econômicos, ao lograr ter descoberto as leis sociais que movem a humanidade, Marx deu para a sua especulação filosófica o título de ciência. Ele e Engels chamaram de “utópicos” os socialistas primitivos, pois, para eles, o verdadeiro Socialismo era científico, pautado no Materialismo-Histórico-Dialético, e totalmente incompatível com a equivocada proposta de conciliação entre patrões e empregados.
Se a História humana é uma eterna luta de classes e se a burguesia tomou o poder e utiliza-se dos meios de produção, da cultura e do aparelho do Estado para confinar os trabalhadores num estado de miséria e exploração, como reverter esta situação e criar uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária, tal como sugerem as premissas do Socialismo?
Por: Tiago Augusto Volante