A teoria das relações humanas efetivamente surgiu com a experiencia de Hawthorne, desligando totalmente a preocupação anteriormente voltada para as tarefas e para a estrutura, para virá-la para a preocupação com as pessoas. Com as conclusões iniciais tomadas a partir da experiencia de Hawthorne, novas variáveis são acrescentadas ao já enriquecido dicionário da administração:

A integração social e comportamento social dos empregados;

As necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa e sanções não-materiais;

O estudo de grupos informais e da chamada organização formal;

O despertar para as relações humanas dentro das organizações;

Enfase nos aspetos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas;

A importância do conteúdo dos cargos e tarefas as pessoas.

Enfase: pessoas

Enfoque: organização informal, motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo;

A teoria das relações obtidas na experiencia em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à teoria clássica da administração.

A origem da teoria das relações humanas

A necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da teoria clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano;

O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia;

As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram captais para o humanismo na administração;

As conclusões da experiencia em Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo.

Os estudos em Hawthorne e Elton George Mayo (1880-1949)

Destacamos a seguir as principais conclusões:

Nível de produção é resultante da integração social e não da capacidade física ou filosófica do empregado (como afirmava a teoria clássica), mas por normas sociais e expectativas que o envolvem.

É a capacidade social do trabalhador que estabelece seu nível de competência e de eficiência.

Quanto mais integrado socialmente no grupo de trabalho, tanto maior a sua disposição de produzir.

Comportamento social dos empregados se apoia totalmente no grupo. Os trabalhadores não reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros do grupo. O grupo que define a quota de produção. O grupo pune o individuo que sai das normas grupais.

Grupos informais os pesquisadores de Hawthorne concentraram suas pesquisas sobre os aspetos informais da organização. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de diversos grupos sociais informais. Esses grupos informais definem suas regras de comportamento, suas formas de recompensas ou sanções sociais, seus objetivos, sua escala de valores sociais, suas crenças e expectativas. Delineou-se com essa teoria o conceito de organização informal.

As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contactos entre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantem-se uma constante interação social. Relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contactos entre pessoas e grupos.

Cada individuo é uma personalidade diferenciada que influi no comportamento e atitudes uns dos outros com quem mantem contactos. É exatamente a compreensão da natureza dessas relações humanas que permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados.

A importância do centeúdo do cargo. A maior especialização e portanto a maior fragmentação do trabalho não é a forma mais eficiente do trabalho. Mayo e seus colaboradores verificaram que a extrema especialização defendida pela teoria clássica não cria necessariamente a organização mais eficiente.  Foi observado que os operários trocavam de posição para variar a monotonia, contraindo a politica da empresa. Essas trocas eram negativas na produção, mas elevava o moral do grupo.

Enfase nos aspetos emocionais. Os elementos emocionais, não planeados e mesmo irracionais do comportamento humano passam a merecer atenção especial por parte de quase todas as grandes figuras da teoria das relações humanas.

Teoria de clássica Teoria de relações humanas
Trata a organização como maquina Trata a organização como um grupo de pessoas
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas
Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistema de psicologia
Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade
Linhas claras de autoridade Autonomia do emprego
Especialização, competência e técnica Confiança e abertura
Acentuada divisão de trabalho Enfâse nas relações humanas e entre pessoas
Confiança nas regras e regulamentos Confiança nas pessoas
Clara separação entre as linhas do staff Dinâmica grupal e interpessoal

Decorrências da teoria das relações humanas

A organização passa a ser considerada como conjunto de seres humanos que carecem de motivação, incentivos e estímulos para produzirem.

Surgimento de novas terminologias na linguagem da administração, fatores intangíveis e subjetivos:

A organização passa a ser considerada como um conjunto de seres humanos que carecem de motivação, incentivos e estímulos para produzirem;

Surgimento de novas terminologias na linguagem da administração, fatores intangíveis e subjetivos:

Motivação: é a tensão persistente que leva o individuo a alguma forma de comportamento visando a satisfação de uma ou mais necessidades. A compreensão da motivação do comportamento humano exige o conhecimento das necessidades humanas fundamentais.

Necessidades ou motivos: são forcas conscientes ou inconscientes que levam o individuo a um determinado comportamento. A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades (fisiológicas; psicológicas de autorrealização).

Liderança: conduzir as pessoas rumo ao objetivo, utilizando a comunicacao e as questoes motivacionais.

O administrador precisa conhecer a motivacao humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar.

Estilos de lideranca:

Liderança autocrática – o líder define e impõe

Liderança democrática – o grupo é quem decide

Liderança liberal ou laissez – consenso grupal, sem ou com um mínimo de participação do líder.

Comunicação: é oferecer a informação e a compreensão necessárias para a realização das continuamente dos superiores um fluxo de comunicações capaz de supri-lhes as necessidades. Por outro lado, os superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de lhes oferecer uma ideia adequada do que está acontecendo.

Organização formal e organização informal:

Organização formal – a empresa com os seus cargos, tarefas, hierarquia, relações funcionais e departamentos.

Organização informal – origina-se da necessidade dos indivíduos de conviverem com outros seres humanos, o que ocorre naturalmente, através de identificação de interesses entre os participantes.

Dinâmica de grupo: os processos grupais e os hábitos sociais não são estáticos, ao contrário, são processos vivos e dinâmicos decorrentes de uma constelação de forcas causais. Como a mudança ou a resistência à mudança são grandemente influenciadas pela natureza dos grupos aos quais a pessoa pertence, as tentativas de mudança devem necessariamente considerar a dinâmica de grupo.

Criticas à teoria das relações humanas

Uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradualmente a teoria a um certo descredito. A concepção ingénua e romântica do operário e a enfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixaram de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos. Ao receber tantas críticas, a teoria das relações humanas precisou de atravessar uma reestruturação completa a partir da teoria comportamental.