Escola secundaria zona verde

Nome: Daniel A Ngovene

Tema: Logica racional ou discursivo: noção e divisão do raciocínio

  • Fundamentos do raciocínio, as inferências (simples ou imediatas, complexas ou mediatas)
  • Silogismo e falacias (sofismas)

Objectivo geral:

  • Compreender a lógica racional ou discursiva, noção e divisão do raciocínio.

Objectivos específicos: 

    • Definir e analisar o conceito logica racional ou discursiva, inferencias.
    • Distinguir as inferencias quanto á sua simplicidade e complexidade.
  • Analisar o silogismo e falacias (sofismas).

 

A palavra lógica pode denotar tanto um conjunto de regras racionais para a obtenção de um conhecimento quanto a área da filosofia que estuda a validade formal das proposições linguísticas matemáticas. A lógica é de fundamental importância para a racionalidade. Argumentos podem ser lógicos, se eles são conduzidos ou avaliados de acordo com princípios estritos de validade, enquanto são racionais, de acordo com a exigência mais ampla que eles se baseiam na razão e conhecimento.

A logica e racionalidade têm sido tomadas como conceitos fundamentais na filosofia. O racionalismo filosófico na sua forma mais extrema é a doutrina de que o conhecimento pode, em última instância, ser fundamentado na razão pura, enquanto o logicismo é a doutrina de que os conceitos matemáticos, entre outos, são redutíveis aa lógica pura.

Inferência é a passagem logica de uma preposição a outra ou outras, ou seja, é uma dedução feita com base em informações ou um raciocínio que usa dados disponíveis para se chegar a uma conclusão. 

Exemplo:

  • Todo jovem é feliz
  • Nenhum jovem é feliz

 

  • Todo homem é mortal
  • António é homem logo António é mortal. 

As inferências

  • Simples ou imediatas (oposição e Conversão)
  • Complexas ou mediatas (dedução e indução).          

As inferências simples ou imediatas: são aquelas cujas proposições contem os mesmos termos.

Exemplo: Alguns alunos são inteligentes.

              Alguns alunas não são inteligentes.

As inferências complexas: são as que exigem o termo medio para que da proposição dada chegue a proposição inferida. 

Exemplo: Os bitongas são cacatas 

                 Lopes é bitonga logo Lopes é cacata

Oposição de proposições: quando duas proposições teeem o mesmo sujeito e o mesmo predicado mas se diferem quer na quantidade, quer na qualidade ou nas duas em simultâneo então diz-se que elas são opostas.

Exemplo: Todo o animal é vertebrado. (A)

                 Nenhum animal é vertebrado. (E)

 

                 Todo animal é vertebrado. (A)

                 Alguns animais são vertebrados. (I)      

Tipos de oposição: a) proposições contrárias (AE), são duas proposições universais diferentes na qualidade.

Exemplo: Todo o animal é vertebrado

                  Nenhum animal é vertebrado       

  1. b) Proposições contraditórias (AO; EI), são duas proposições diferentes na quantidade e qualidade ao mesmo tempo.

Exemplo: Todo o animal é vertebrado.

                 Alguns animais não são vertebrados.   

  1. c) Proposições subcontrárias (IO), são duas proposições particulares diferentes na qualidade.

Exemplo: Alguns animais são vertebrados.

                 Alguns animais não são vertebrados.

  1. d) Proposições subalternas (AI e EO), são duas proposições com a mesma qualidade e diferentes na quantidade.

Exemplo: Todo o animal é vertebrado.

                 Alguns animais são vertebrados.

 

                   Nenhum animal é vertebrado.

                   Alguns animais não são vertebrados. 

Leis de oposição das proposições contrárias: duas proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras mas ambas podem ser falsas. Dada uma proposição universal verdadeira a sua contraia será necessariamente falsa.

Exemplo: Todo homem é mamífero. (A) Verdadeira

                  Nenhum homem é mamífero. (E) Falsa

 

                 Todo homem é sábio (A) Falso

                Nenhum homem é sábio. (E) indefinido 

 

Lei das subcontrária: duas proposições subcontrárias não podem ser ambas falsas mas podem ser ambas verdadeiras. Dada uma proposição particular falsa a sua subcontrária sera necessariamente verdadeira, mas se a dada for verdadeira então a subcontrária pode ser falsa

 Exemplo: Alguns homens tem assas. (I) Falsa

                 Alguns homens não tem assas. (O) Verdadeira

 

                Alguns alunos são pontuais. (I) Verdadeira 

               Alguns alunos não são pontuais. (O) Indefinido

 

Lei das contraditórias: duas proposições contraditórias não podem ser falsas nem ambas verdadeiras. Isto é, se uma é verdadeira a outra é falsa e vice-versa.

Exemplo: Todo homem é mortal. (A) Verdadeira

               Alguns homens não são mortais. (O) Falsa

 

               Alguns alunos são pontuais. (I) Verdadeira

               Nenhum aluno ee pontual. (E) Falsa

 

Lei das sub-alternas: duas proposições subalternas são ambas verdadeiras se a universal for verdadeira e ambas falsas se a particular for falsa. Mas se a universal for falsa a particular for verdadeira ambas podem ser falsas.

Exemplo: Toda a galinha é ave. (A) Verdadeira

                 Alguma galinha é ave. (I) Verdadeira

 

                Algumas plantas são voadoras. (I) Falsa

                Todas plantas são voadoras. (A) Falsa

Conversão de proposições: converter uma proposição significa permutar a ordem dos termos ou seja, o sujeito muda para o lugar do predicado e este para o do sujeito. Sem qu a nova proposição inferida tenha um valor destinto da primeira.

Exemplo: Todo triângulo é um polígono de 3 lados.

               Todo polígeno de 3 lados é um triângulo.

 

Tipos de conversão: a) conversão simples: ocorre em proposições do tipo A definitórias I e E. consiste apenas em permutar a ordem dos termos de modo que conservem a mesma extensão.

Exemplo: Todo homem é animal racional.

                  Todo animal racional é homem.

 

                   Alguns alunos são inteligentes.

                   Alguns inteligentes são alunos.

 

  1. b) Conversão por limitação: ocorre em proposições tipo A não definitórias. Consiste em não apenas em permutar a ordem dos termos mas tornando particular a proposição inferida.

Exemplo: Todo homem é mamífero.

                Algum mamífero é homem.

 

  1. c) Conversão por negação: Aplica-se em proposições do tipo O cujo sujeito e predicado possuem extensão particular e universal. Como não se pode aplicar a conversão simples sob o risco de a tornar invalida então cumprem-se o seguinte artifício logico: transpõem-se a negação constante da cópula para junto do predicado da proposição dada.

Exemplo: Alguns alunos não são pontuais.

                Alguns alunos são não pontuais.

                Alguns não pontuais são alunos.

 

  1. d) Conversão por contraposição (pouco usada e violenta): aplica-se em proposições do tipo A e O. Obtém-se atribuindo uma negação ao sujeito e outra ao predicado e invertendo de seguida a ordem dos termos.

Exemplo: Todos os Moçambicanos são africanos.

                Todos os não Moçambicanos são não africanos.

               Todos os não africanos são não Moçambicanos.

 

Silogismo: é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram uma conclusão. 

O precursor desta linha de pensamento lógico foi o filósofo grego Aristóteles, conhecido por ser um dos primeiros pensadores e filósofos de todos os tempos. O chamado silogismo aristotélico é formado por três principais características: mediado, dedutivo e necessário. 

 

Para identificar os termos de um silogismo e, por conseguinte as premissas maior e menor usam.se os seguintes critérios:

  • O sujeito da conclusão é sempre o termo menor;
  • O predicado da conclusão é sempre termo maior;
  • O termo que aparece repetido nas premissas e não consta na conclusão é medio;
  • As premissas maior e menor são as que contem os termos maior e menor respectivamente. 

 

Exemplo: Todos os ruminantes são herbívoros. P maior

                 Todos os bois são ruminates. P menor

                  Logo, todos os bois são herbívoros.

Tipos de silogismo.

  • Silogismo Dialético: baseado em juízos hipotéticos ou incertos.
  • Silogismo Científico: baseado em argumentos científicos, os quais contêm o valor de verdade seja nas premissas e nas conclusões

Para que um silogismo seja válido, sua estrutura deve respeitar regras. Tais regras, em número de oito, permitem verificar a correcção ou incorreção do silogismo. As quatro primeiras regras são relativas aos termos e as quatro últimas são relativas às premissas. São : 

  • Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor; 
  • Os termos da conclusão não podem ter extensão maior que os termos das premissas; 
  • O termo médio não pode entrar na conclusão; 
  • O termo médio deve ser universal ao menos uma vez; 
  • De duas premissas negativas, nada se conclui; 
  • De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa; 
  • A conclusão segue sempre a premissa mais fraca; 
  • De duas premissas particulares, nada se conclui.



Falácia: significa erro, engano ou falsidade. Normalmente, uma falácia é uma ideia errada que é transmitida como verdadeira, enganando outras pessoas. No âmbito da lógica, uma falácia consiste no ato de chegar a uma determinada conclusão errada a partir de proposições que são falsas. 

 

A filosofia de Aristóteles abordou a chamada “falácia formal” como um sofisma, ou seja, um raciocínio errado que tenta passar como verdadeiro, normalmente com o intuito de ludibriar outras pessoas 

 

Falácias formais 

Falácias formais são erros que dizem respeito à forma de um raciocínio, independentemente de seu conteúdo, violando, assim, alguma regra formal das diversas que são tratadas no campo da lógica. 

 

Falácias não-formais 

Diferentemente das falácias formais, as falácias não-formais são os erros de raciocínio em que é possível incorrer por falta de atenção, de cuidado, de conhecimento, por um engano provocado por alguma ambiguidade da linguagem ou, ainda, por uso de alguma argumentação maliciosa no que diz respeito ao tema tratado

leia também: Capacidades didácticas essenciais do professor

Bibliografia 

ALVES, Fátima; ARÊDES, José; CARVALHO, José. Filosofia: Pensar e ser 12ano. Lisboa, Texto editora,1991.

REIS, Alfredo; PISSARRA, Mário. Rumos da Filosofia 12ºano. 2ed., Lisboa, Edições Rumo, 1994.