NOVOS DOMÍNIOS DA LÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE O HOMEM E A SOCIEDADE
Cibernética
Cibernética é uma tentativa de compreender a comunicação e o controle de máquinas, seres vivos e grupos sociais através de analogias com as máquinas eletrônicas (homeostatos, servomecanismos, etc.).
Estas analogias tornam-se possíveis, na Cibernética, por esta estudar o tratamento da informação no interior destes processos como codificação e descodificação, retroação ou realimentação (feedback), aprendizagem, etc. Segundo Wiener (1968), do ponto de vista da transmissão da informação, a distinção entre máquinas e seres vivos, humanos ou não, é mera questão de semântica.
 
Fundamentos da cibernética
O princípio básico da cibernética é a chamada realimentação (feedback), que consiste na contínua correção dos erros cometidos pelo sistema, considerado como um conjunto global. O cérebro humano utiliza esse princípio, inconscientemente, em inúmeras tarefas, como é o caso da direção de um automóvel.
 
Delimitação do âmbito da cibernética
A possibilidade de um sistema controlar a si mesmo até automatizar o processo que realiza pode ser considerada a principal vantagem proporcionada pelos princípios da cibernética. Isso permite aumentar a complexidade do sistema e acrescentar várias partes ou etapas independentes que funcionarão realimentadas entre si, de modo que não seja necessário vigiar o correto funcionamento de cada uma delas separadamente. Assim, as máquinas projetadas de acordo com tais critérios parecem mais inteligentes que aquelas que requerem a operação permanente de um trabalhador, ao mesmo tempo em que são menos afetadas pelas pequenas perturbações procedentes do exterior.
 
Processos cibernéticos
Nos grandes sistemas, costuma-se manipular um grande número de variáveis de entrada e de saída, relacionadas entre si de forma complexa. Em conseqüência, tais sistemas não podem ser abordados diretamente, mas são decompostos em modelos mais simples, cujo comportamento seja equivalente ao do sistema original. Assim enfocado, o estudo é realizado pela simulação ou observação da resposta do modelo nas diferentes condições a que se submete o sistema sucessivamente. As conclusões obtidas são utilizadas para projetar um controlador que servirá de base ao modelo definitivo de automatização do processo.
De modo geral, os procedimentos mecânicos (não eletrônicos) carecem das características adequadas para reagir com rapidez e precisão, bem como de maneira controlada e previsível. Entretanto, um ramo da cibernética conhecido como pneumática exerce funções dessa natureza mediante diferenças de pressão em fluidos, aplicáveis em refinarias, instalações petroquímicas, indústria de refrigeração etc.
O modelo, as variáveis e as funções que configuram o projeto cibernético recebem o nome de suporte lógico do controle ou software. O controlador, os sensores e, em suma, o conjunto de dispositivos físicos, geralmente eletrônicos, são conhecidos como suporte físico do sistema, ou hardware.
Aplicações. Considera-se, de modo geral, que a evolução da astronáutica e a conseqüente corrida espacial constituíram o fator que desencadeou o desenvolvimento da cibernética. No entanto, são inúmeras as aplicações industriais de suas teorias, todas elas tendentes a automatizar os processos de produção, permitindo que grandes unidades industriais requeiram poucos trabalhadores, cuja principal missão passa a ser comprovar que efetivamente tudo funciona segundo o previsto.
Podem-se considerar como manifestações avançadas da cibernética a robótica (criação de máquinas que substituem as atividades físicas humanas) e, em especial, a inteligência artificial, que constitui uma de suas disciplinas afins e cuja finalidade consiste em dotar a máquina de capacidade de decisão. Embora não se possa conferir às máquinas juízo crítico, a capacidade de decisão das máquinas programadas para resolver situações previamente definidas é, em muitas ocasiões, superior à do ser humano. Todavia, a capacidade de adaptação e de resolução de problemas completamente novos, incluída aí a de concebê-los, são dons naturais situados fora dos princípios da cibernética.
 
Informática
Informática é um termo usado para descrever o conjunto das ciências relacionadas ao armazenamento, transmissão e processamento de informações em meios digitais, estando incluídas neste grupo: a ciência da computação, a teoria da informação, o processo de cálculo, a análise numérica e os métodos teóricos da representação dos conhecimentos e da modelagem dos problemas. Mas também a informática pode ser entendida como ciência que estuda o conjunto de informações e conhecimentos por meios digitais.
O termo informática, sendo dicionarizado com o mesmo significado amplo nos dois lados do Atlântico, assume em Portugal o sentido sinónimo da ciência da computação, enquanto que no Brasil é habitualmente usado para rever especificamente o processo de tratamento da informação por meio de maquinas electrónicas definidas como computadores.
O estudo da informação começou na matemática quando nomes como Alan Turing, Kurt Gödel e Alonzo Church, começaram a estudar que tipos de problemas poderiam ser resolvidos, ou computados, por elementos humanos que seguissem uma série de instruções simples, independente do tempo requerido para isso. A motivação por trás destas pesquisas era o avanço durante a revolução industrial e da promessa que máquinas poderiam futuramente conseguir resolver os mesmos problemas de forma mais rápida e mais eficaz. Do mesmo jeito que as indústrias manuseiam matéria-prima para transformá-la em um produto final, os algoritmos foram desenhados para que um dia uma máquina pudesse tratar informações.
 
Etimologia
A palavra surge, em meados do século XX, da junção de, duas outras palavras, processamento da informação por meios automáticos analógicos ou digitais (quer sejam binários ou não, como "qubit" ou bit quântico). O meio mais comum da utilização de informática são os computadores que tratam informações de maneira automática.
A informática é a disciplina que lida com o tratamento racional e sistemático da informação por meios automáticos e electrónicos. Representa o tratamento automático da informação. 
Constitui o emprego da ciência da informação através do computador. Embora não se deva confundir informática com computadores, na verdade ela existe por que estes existem.
 
 
Origem e concepção
Em 1956, o cientista da computação alemão Karl Steinbuch publicou o periódico Informatik: AutomatischeInformationsverarbeitung ("Informática: processamento automático de informação"), a palavra se estabeleceu como o termo alemão para a ciência da computação, uma disciplina progenitora para o campo mais vasto da informática.
Em 1966, o pesquisador russo AlexanderMikhailov, junto com colaboradores, chegou a utilizar o conceito "Informatika" relacionado a uma disciplina que estuda, organiza e dissemina a informação científica (ligada a Ciência da Informação). Entretanto, essa definição ficou restrita a antiga União Soviética e aos países do Bloco comunista. 
A palavra portuguesa é derivada do francêsinformatique, vocábulo criado por Philippe Dreyfus, em 1962, a partir do radical do verbo francês informer, por analogia com mathématique, électronique, etc.
Em português, a palavra informática é formada pela junção das palavras informação + automática. Pode dizer-se que informática é a informática que estuda o processamento automático de informações por meio do computador.
Há uma linha de pensamento que conduz o termo "informática" à junção dos conceitos "informação" e "matemática".
 
Inteligência artificial
Inteligência artificial (IA) é a inteligência similar a humana exibida por mecanismos ou software. Também é um campo de estudo acadêmico. Os principais pesquisadores e livros didáticos definem o campo como "o estudo e projeto de agentes inteligentes", onde um agente inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso. John McCarthy, quem cunhou o termo em 1955, a define como "a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes".
 
Visão geral
A questão sobre o que é "inteligência artificial", mesmo como definida anteriormente, pode ser separada em duas partes: "qual a natureza do artificial" e "o que é inteligência". A primeira questão é de resolução relativamente fácil, apontando no entanto para a questão de o que poderá o homem construir.
A segunda questão seria consideravelmente mais difícil, levantando a questão da consciência, identidade e mente (incluindo a mente inconsciente) juntamente com a questão de que componentes estão envolvidos no único tipo de inteligência que universalmente se aceita como estando ao alcance do nosso estudo: a inteligência do ser humano. O estudo de animais e de sistemas artificiais que não são modelos triviais, começam a ser considerados como matéria de estudo na área da inteligência.
Ao conceituar inteligência artificial, presume-se a interação com o ambiente, diante de necessidades reais como relações entre indivíduos semelhantes, a disputa entre indivíduos diferentes, perseguição e fuga; além da comunicação simbólica específica de causa e efeito em diversos níveis de compreensão intuitiva, consciente ou não.
 
Abordagens
Não existe uma teoria ou paradigma unificador que orienta a pesquisa de IA. Pesquisadores descordam sobre várias questões. Algumas das perguntas constantes mais longas que ficaram sem resposta são as seguintes: a inteligência artificial deve simular inteligência natural, estudando psicologia ou neurologia? Ou será que a biologia humana é tão irrelevante para a pesquisa de IA como a biologia das aves é para a engenharia aeronáutica? O comportamento inteligente pode ser descrito usando princípios simples e elegantes (como lógica ou otimização)? Ou ela necessariamente requer que se resolva um grande número de problemas completamente não relacionados? A inteligência pode ser reproduzida usando símbolos de alto nível, similares às palavras e ideias? Ou ela requer processamento "sub-simbólico?" John Haugeland, que cunhou o termo GOFAI (GoodOld-Fashioned Artificial Intelligence - Boa Inteligência Artificial à Moda Antiga), também propôs que a IA deve ser mais apropriadamente chamada de inteligência sintética, um termo que já foi adotado por alguns pesquisadores não-GOFAI.
 
IA forte e IA fraca
Entre os teóricos que estudam o que é possível fazer com a IA existe uma discussão onde se consideram duas propostas básicas: uma conhecida como "forte" e outra conhecida como "fraca". Basicamente, a hipótese da IA forte considera ser possível criar uma máquina consciente, ou seja afirma que os sistemas artificiais devem replicar a mentalidade humana.
 
Inteligência artificial forte
A investigação em Inteligência Artificial Forte aborda a criação da forma de inteligência baseada em computador que consiga raciocinar e resolver problemas; uma forma de IA forte é classificada como auto-conscienteA IA forte é tema bastante controverso, pois envolve temas como consciência e fortes problemas éticos ligados ao que fazer com uma entidade que seja cognitivamente indiferenciável de seres humanos.
 
Inteligência artificial fraca
Trata-se da noção de como lidar com problemas não determinísticos.Uma contribuição prática de Alan Turing foi o que se chamou depois de Teste de Turing (TT), de 1950: em lugar de responder à pergunta "podem-se ter computadores inteligentes?" ele formulou seu teste, que se tornou praticamente o ponto de partida da pesquisa em "Inteligência Artificial". O teste consiste em se fazer perguntas a uma pessoa e um computador escondidos. Um computador e seus programas passam no TT se, pelas respostas, for impossível a alguém distinguir qual interlocutor é a máquina e qual é a pessoa.
 
 
leia também
 
Bibliografia
 

GEROVITCH, Slava. "CyberneticsandInformationTheory in the United States, France andtheSovietUnion". In: WALKER, Mark (Dir.). ScienceandIdeology: a comparativehistory. Londres: Rotledge, 2003. Disponível em: 

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração, Volume 2 (em português). [S.l.]: Elsevier Brasil, 2001. Capítulo: Conceito de informática. , 538 pp. p. 256.

Luger, George F. Inteligência Artificial: Estruturas e Estratégias para a Solução de Problemas Complexos. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. 774 pp. p. 23.