Um planeta é um corpo celeste que orbita uma estrela ou um remanescente de estrela, com massa suficiente para se tornar esférico pela sua própria gravidade, mas não ao ponto de causar fusão termonuclear, e que tenha limpo de planetesimais a sua região vizinha (dominância orbital). Entretanto, dos planetas existentes destaca-se a terra, por em primeiro lugar ser o nosso planeta.
São várias teorias que se sustentam no que diz respeito a formação da terra, mas a mais comum é da teoria de BigBang, que afirma-se ter ocorrido há mais ou menos 3,5 bilhões de anos atrás. Portanto, neste trabalho pretende-se abordar sobre a Terra e o seu entendimento e aplicação nas diferentes áreas de conhecimento.


Terra
O planeta Terra é um sistema formado por milhões de organismo vivos, que possui um detalhado processo para a manutenção da vida. A existência da vida é uma das características que a diferencia de outros planetas do sistema solar, sendo o terceiro mais próximo do Sol, dos oito planetas que o compõem. (McMichael, 1993)
A área do conhecimento responsável pelo estudo da Terra, bem como, sua origem, evolução, funcionamento e também das formas de preservação dos habitats naturais, é a Geologia.

Conceito
A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é conhecida a existência de vida.

Origem do Universo
O surgimento do planeta, assim como do Universo, ocorreu há bilhões de anos. A hipótese mais aceita sobre a origem do Universo é a da Grande Explosão, conhecida como Teoria do BigBang, que afirma que ele surgiu por meio de uma explosão cósmica, entre 13 e 14 bilhões de anos. Assim, através disso, ele se dividiu e formou estrelas e galáxias. Depois, deu origem ao planeta Terra. (FRYE, 1983)

Idade da Terra
Através de rochas radioativas, que possuem vestígios de elementos radioativos que se solidificaram em um determinado período, localizadas na crosta terrestre, é possível descobrir a idade do planeta Terra. Os cálculos são feitos baseados nisso e com a descoberta das meias-vidas dos elementos pode-se encontrar o intervalo de tempo. Mas, para que o cálculo seja real, a amostra não pode estar contaminada com elementos radioativos estranhos.
Como surgiu o planeta Terra? FRYE, 1983, fundamenta que Existem duas teorias para explicar a formação do planeta. A conhecida discordância entre a teoria criacionista e a evolutiva ainda rende discussão em todo mundo. O planeta surgiu há bilhões de anos e com isso, sofreu várias mudanças que deixaram marcas significativas na história do mundo. Para descobrir, a idade do planeta, é necessário realizar um cálculo a partir de rochas com elementos radioativos.
De acordo com a ciência, a evolução do planeta é resultado de aquecimentos, explosões, congelamentos e uma reunião de materiais, processo que durou bilhões de anos para fazê-lo ser o que é atualmente.

Teoria Criacionista
Segundo FRYE 1983, a primeira, a criacionista, crê em um ser superior responsável pela origem da vida. Para eles Deus fez todo o planeta, assim como as plantas e os corpos celestes. A Terra, segundo o criacionismo, teria entre 6 a 10 mil anos, sendo criada num período de 6 dias, segundo o livro de Gênesis, no capítulo 1 da Bíblia. Quanto às formações biológicas da Terra, acredita-se que tenha sido causada pelo dilúvio ocorrido nela, o qual teria destruído tudo, menos Noé, sua família e os animais que estavam dentro da arca.

Teoria do BigBang
A outra versão para a formação da Terra parte de uma possível explosão, muito potente, há 13 bilhões de anos, apelidada de BigBang. Essa teoria foi proposta pelo físico George Gamow e o astrônomo Georges Lemaitre, ambos baseando-se na Teoria da Relatividade de Albert Einstein e de MelvinSlipher e Edwin P. Hubble, que observaram o afastamento da galáxia, uma das outras. (SCLATER, 1981)
A grande explosão teria dado origem à matéria de todo o Universo. A Terra teria sido formada há, aproximadamente, 4,5 bilhões de anos, resultante de uma poeira e gases espaciais que sobraram da formação do Sol. Tendo seu início em estado de fusão, o tempo, e outros fatores, fizeram com que uma parte ficasse seca, separando essa porção da água. Essa porção seca da terra estava agrupada numa espécie de supercontinente, que mais tarde foi chamado de “Rodínia”. Depois, com separações e reagrupamentos de terra, foram formados outros “supercontinentes” chamados de Panótia e depois Pangeia.


Eras Geológicas
Seguindo a teoria científica, no princípio, o planeta era composto por gás e poeira. Enormes meteoros e cometas contribuíram para seu aquecimento. Esse período foi chamado pelos cientistas por Hadeano, aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
A partir da solidificação da Terra em torno das águas e da formação dos “supercontinentes”, foram divididas eras para organizar os períodos de grandes mudanças. São as chamadas Eras Geológicas, divididas dentro dos éons (grande intervalo de tempo) Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico.

Camadas da Terra
A Terra tem várias camadas internas. A crosta é a camada mais externa e onde vivemos. Ela, junto a uma camada acima do manto, é chamado de Litosfera, que é totalmente sólida. Abaixo existe o manto, uma camada composta de silício, ferro e magnésio. O mais interno é o núcleo, que tem uma parte líquida e outra sólida, mesmo estando à altíssimas temperaturas. (SCHOPF, 2007)

Biosfera
A Biosfera é formada por toda a parte da vida presente no planeta Terra, tanto animal, quanto a vegetal. É nela que existe o solo, o ar, a luz, os alimentos, os seres vivos e todos os elementos importantes para a existência da vida. Além dela, existe a atmosfera, a litosfera e a hidrosfera.

Atmosfera Terrestre
A Terra possui uma característica importante para que haja vida em seu interior: a existência de atmosfera. Ela é constituída por outras camadas que vão desde a superfície da terra até a parte mais externa do planeta. É composta por vários gases, sendo o nitrogênio, o oxigênio e o argônio os três principais. Ela serve para vários fins, dentre eles, proteger a Terra dos raios ultravioleta e prover oxigênio para a respiração dos seres vivos.

Movimentos de Rotação e Translação
A Terra realiza o movimento de translação, que é o movimento em torno do Sol, durando 365 dias (um ano) e o movimento de rotação, em torno de seu próprio eixo, que dura cerca de um dia (24 horas).

Entendimento e aplicação nas diferentes áreas de conhecimento
Ciências da Terra (ou Geociências), é um termo abrangente aplicado às ciências relacionadas com o estudo do planeta Terra. Existem abordagens reducionistas e holísticas relativamente às ciências da Terra. As principais disciplinas historicamente aplicam conhecimentos de física, geografia, matemática, química e biologia de modo a construir um conhecimento quantitativo das principais áreas ou esferas do sistema Terra.

Principais esferas da terra
As ciências da Terra reconhecem em geral quatro esferas: a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, correspondendo respectivamente às rochas, à água, ao ar e à vida. Ocasionalmente são consideradas, como parte das esferas da Terra a criosfera (correspondendo ao gelo) como parte distinta da hidrosfera, e a pedosfera (correspondente ao solo) como uma esfera ativa de caráter misto.
  • Atmosfera
  • Biosfera
  • Hidrosfera
  • Litosfera ou geosfera
  • Pedosfera
  • Sistemas

Principais tópicos de estudo das ciências da Terra
Na obra de Moraes, destacam-se:
  • Geologia - estuda a constituição e a história do desenvolvimento das partes rochosas da crusta (ou litosfera). Como sub-disciplinas principais temos: a mineralogia e petrologia, geoquímica, geomorfologia, paleontologia, estratigrafia e sedimentologia.
  • Geofísica e Geodésia (ou Geodesia): estudam a forma da Terra, a sua reação a forças e os seus campos potenciais (magnético e gravítico). Os geofísicos estudam também o núcleo e o manto da Terra bem como depósitos minerais; os geodesistas ou geodetas o movimento das estrelas e satélites.
  • Ciências do solo - debruçam-se sobre a camada mais exterior da crosta terrestre que é submetida a processos que levam à formação de solo (ou pedosfera). As sub-disciplinas principais são a pedologia e a edafologia.
  • Oceanografia , Hidrologia e Limnologia - descrevem os domínios da água salgada e da água doce respetivamente (que compõem a hidrosfera). As principais disciplinas são a hidrogeologia e a oceanografia biológica, física e química. Na estrutura da UIGG estão associadas à geofísica, excetuando as especialidades químicas e biológicas.
  • Glaciologia - refere-se ao estudo das zonas da Terra cobertas por gelo (ou criosfera).
  • Ciências da Atmosfera - estudam as zonas gasosas da Terra (atmosfera) situadas entre a superfície e a exosfera. As sub-disciplinas principais são a meteorologia, climatologia e aeronomia.

Geografia relaciona as diversas esferas da Terra no intuito de compreender o espaço, que é seu objeto de estudo, tem como intuito compreender as interações existentes entre todos os elementos do local, para entre outras finalidades interpretar a paisagem regional e global, o específico e o todo, de um determinado espaço. A Geografia pode ser vista como ciência humana pois relaciona o homem com a natureza, e também é vista como ciência natural pois tem como objeto de estudo o Espaço, entendido como o espaço concreto da superfície terrestre.

No entanto, devido às numerosas interacções entre as várias esferas muitas disciplinas modernas assumem uma abordagem interdisciplinar, não encaixando bem nesta esquematização. Nem mesmo as especialidades acima descritas funcionam de forma isolada. Por exemplo, para entender a circulação oceânica têm que ser consideradas as interações entre oceano, atmosfera e a própria rotação da Terra.

Campos de estudo interdisciplinares
Ainda no livro de Moraes, encontram-se os seguintes campos de estudo interdisciplinares:
  • Biogeoquímica - estuda o movimento dos elementos entre as várias esferas, mediado por processos biológicos e geológicos e , sobretudo, a sua distribuição e os seus fluxos entre reservatórios.
  • Mineralogia e Física dos minerais - tratam dos minerais que constituem as rochas à escala atómica, como parte integrante dos sistemas geológicos e cada vez mais tendo em vista as suas aplicações tecnológicas (por exemplo como catalisadores ou aproveitando as suas propriedades (ferroelétricas); nesta última área ocorre uma grande sobreposição com a física do estado sólido, química dos cristais e ciência dos materiais.
  • Paleoceanografia e Paleoclimatologia - usam as propriedades dos sedimentos, amostras de gelo antigo e de materiais biológicos para inferir das características dos oceanos, clima e atmosfera no passado.
  • Meteorologia - descreve, explica e prevê o tempo baseando-se principalmente na interação entre oceanos e atmosfera.
  • Climatologia - descreve e explica o clima em termos das interações entre as várias esferas (litosfera, pedosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera).
  • Química atmosférica - descreve, explica e prevê a composição química da atmosfera tendo em conta sobretudo as interações entre a atmosfera, oceanos, biosfera e efeitos produzidos pelo Homem.

Ciência do sistema terrestre
Actualmente muitos cientistas começam a utilizar uma abordagem conhecida como ciência do sistema terrestre a qual trata a própria Terra como um sistema que evolui como resultado das várias interacções entre os sistemas que constituem o sistema Terra. Esta abordagem, possibilitada pelo uso de modelos matemáticos como hipóteses testadas por dados de satélite e recolhidos por navios, confere aos cientistas uma capacidade cada vez maior para explicar o comportamento passado e possível comportamento futuro do sistema Terra.
Modelos matemáticos complexos que procuram modelar diferentes componentes dos sistema Terra e as relações entre eles são designados por modelos do sistema Terra. Muitos deles baseiam-se em modelos climáticos globais e incluem sub-modelos para oceanos, atmosfera, biosfera e outras partes do sistema Terra. Estas interacções são de particular importância quando se tenta compreender as possíveis mudanças ao longo de décadas ou séculos e até em períodos mais longos. (McMichael, 1993)



Bibliografia

McMichael, Anthony J. (1993). PlanetaryOverload: Global EnvironmentalChangeandtheHealthoftheHumanSpecies. [S.l.]: Cambridge UniversityPress.

FRYE, Roland Mushat (1983). Is God a Creationist? TheReligious Case AgainstCreation-Science. [S.l.]: Scribner's.

SCLATER, John G; Parsons, Barry; Jaupart, Claude (1981). «OceansandContinents: SimilaritiesandDifferences in theMechanismsofHeatLoss». JournalofGeophysical Research. 86 (B12): 11535.

SCHOPF, J. William; Kudryavtsev, AnatoliyB.;Czaja, Andrew D.; Tripathi, Abhishek B. (5 de outubro de 2007). «EvidenceofArcheanlife: Stromatolitesandmicrofossils». Precambrian Research. 158 (3–4). Amsterdã, Países Baixos: Elsevier. pp. 141–155.

MORAES, Antonio Carlos Robert de. Geografia: Pequena História Crítica. Resumo