A partir de 1880, a disputa pelo domínio do território africano intensificou-se, fazendo com que alguns países europeus se organizassem para evitar confrontos desgastantes para todos. Em 1884, as principais potências europeias reuniram-se na Conferência de Berlim, a fim de normalizar a ocupação da África. Dividiram o continente entre si sem respeitar as características étnicas, culturais, linguísticas e histéricas de cada povo. Das quarenta unidades Políticas divididas até 1913, trinta e seis passaram directamente ao controle europeu. Apenas a Etiópia, que expulsou os italianos de seu território, e a Libéria, ligada aos EUA, mantiveram-se independentes.

Em 1939, sete potências europeias ainda mantinham domínios na África e, algumas delas passaram a estimular o autogoverno, mas sem a concessão de independência política. A Partir do final da Segunda Guerra Mundial, uma Europa destruída e politicamente enfraquecida assistiu a uma série de movimentos separatistas por toda a África. Contudo, a independência da maior parte dos países africanos concretizou-se nas décadas de 60 e 70 do século XX.

Muitos desses movimentos separatistas contaram com o apoio militar e bélico da então URSS, que tinha como objectivo expandir os seus domínios e via, nos novos países, um terreno fértil. Isso foi o estopim para que os EUA passassem a a apoiar as facções contrárias aos soviéticos e a pressionar os países europeus a realizar uma independência negociada com os africanos, para mantê-los sob o regime capitalista. Assim, mas a África deixou de ser explorada pelos europeus, passou a ser palco de conflitos gerados pela Guerra Fria entre as novas superpotências mundiais: EUA e a então URSS.

Com o fim da Guerra Fria, os países africanos deixaram de ser interessantes para as superpotências e passaram a enfrentar as consequências de sua história. Sua independência foi acompanhada de violência e da imposição de regimes políticos repressores. As fronteiras artificialmente criadas colocaram, num mesmo território, povos diferentes e tribos milenarmente inimigas.

Consequências da Descolonização da África

O Processo de colonização gerou conflitos. Entre estes destacam-se: a guerra entre a Somália e a Etiópia, de 1977 a 1988; a guerra civil da Nigéria, conhecida como Guerra de Biafra, de 1966 a 1970; e a guerra pela independência da Namíbia, de 1966 até o final da década de 80, com guerrilhas contra a África do Sul, que tinha o domínio sobre a região. Esses combates, entre outros, levaram milhões de africanos à morte directamente ou pela fome.