O Mapa Político de África nas Vésperas da Partilha
Depois de cerca de três séculos em África, em 1880 os europeus
ocupavam apenas algumas regiões ao longo da costa, cuja extensão
representava cerca de 20% do território africano. A única região em que
se notava a presença europeia no interior era o extremo sul do continente,
onde havia europeus no interior da cidade do Cabo. O restante do
continente africano mantinha a sua total autonomia sob a direcção dos
reis, rainhas e chefes africanos. 

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A África em 1880
Agora veja como é que tudo aconteceu, até princípios de 1880.
A corrida imperialista
Entretanto, em pouco mais de trinta anos, esta situação política, marcada
pela autonomia das sociedades africanas, alterou-se profundamente. Em
1914 toda a África, exceptuando a Etiópia e a Libéria, encontrava-se sob
domínio dos europeus ou em processo irreversível para esse ponto.
O quadro descrito acima irá alterar-se drasticamente no último quartel
com o início daquilo a que se chamou corrida imperialista.
Corrida imperialista é como se convencionou chamar ao ambiente de
disputa entre os estados europeus pela África, entre finais da década de
1870 e princípios de 80.
Os Factores que Desencadearam a Corrida
Em 1876 o rei Leopoldo II convocou a Conferência Geográfica de
Bruxelas na qual fundou a Associação Internacional Africana tendo como
objectivos a exploração do continente, o combate ao tráfico esclavagista e
a introdução da civilização (europeia).
Para perseguir estes objectivos, em 1879, Leopoldo II contratou Stanley
para a Associação com a tarefa de criar postos e assinar tratados com os
chefes africanos.
As actividades de Stanley, em representação da Bélgica, no Congo
originaram de imediato reacções de outros países europeus, com destaque
para os franceses e portugueses.

A França que, à chegada de Stanley, já tinha Brazza em missão
exploratória não cedeu às pretensões belgas e instalou-se a disputa da
região entre estes dois países. Paralelamente, lançou-se na consolidação
do seu domínio nos territórios sob sua influência, nomeadamente
Madagáscar, Argélia e outros.
Por seu turno os portugueses, temendo perder os territórios que
consideravam de sua influência, começaram a ocupar os seus territórios
do interior de Moçambique.
Era o início da corrida entre os estados europeus pela ocupação de
territórios, e que rapidamente iria envolver outros estados.
A Inglaterra, não querendo ficar atrás, começou a mudar a sua atitude em
relação as áreas de sua influência optando por impor maior domínio. Já a
Alemanha, que até esta altura tinha se instalado em Walvis Bay, Namíbia,
começou a avançar para o interior.
 Esta corrida imperialista não foi pacífica, mas sim marcada por conflitos.
Na busca de soluções para os conflitos inter-imperialistas, que
ameaçavam levar a confrontação, Portugal avançou a proposta de uma
conferência internacional. Esta ideia não vingou sob os auspícios dos
portugueses, mas foi retomada pelos alemães que, em 1884/85,
organizaram a Conferência de Berlim. 

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