2.1. HIV/SIDA

De acordo com AMABIS & MARTHO (2004), a mais terrível das DTS é a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou AIDS (do inglês, Acquired Immunodificience Sindrome), doença até então incurável, embora já existam formas de tratamento que podem melhorar a condição de vida aos doentes.

Síndroma: conjunto de sinais e sintomas; Imuno: sistema imunitário, o sistema de defesa do organismo humano; Deficiência: não funciona bem; Adquirida: foi contraída e não hereditária.

SIDA é uma doença causada por vírus de Imunodeficiência Humana, chamado HIV (do inglês, Human Immunodeficience Virus), é um micróbio que só se consegue ver com microscópio especial. Nos doentes com SIDA, o sistema imunitário não funciona bem. O sistema imunitário é o conjunto das defesas naturais contra as doenças, o HIV ataca essas células (o sistema de defesa de organismo humano). Pouco a pouco, essas células tornam-se incapazes de proteger o organismo humano contra infecções e tumores. Por isso, as pessoas que têm SIDA apanham doenças que o organismo não consegue combater.

Ainda não existe cura nem uma vacina para esta doença, mas existem actualmente medicamentos capazes de controlar a infecção e permitir uma vida mais saudável e longa.

2.1.1. Historial da descoberta de HIV/SIDA

Na perspectiva de LIMA (2006),

o Síndrome de Imunodeficiência Adquirida foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um número de elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam Sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumpcystiscarniie comprometimento do sistema imune. Todos esses factos convergiram para a inferência de que se trata de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.

Em 1983 o agente etiológico foi identificado: tratava-se de um retrovírus humano, actualmente denominado de vírus de imunodeficiência humana, HIV 1, que anteriormente foi denominado LAV e HTLV-III. Em 1986 foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus extremamente relacionado ao HIV-1, denominado HIV-2. Embora não se saiba ao certo qual é a origem dos HIV-1 e 2 sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanas na África sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genómica semelhante, apresentando hemoglobina em torno de 50%. Além disso todos têm a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente o HIV-1 e HIV-2 passaram a infectar o homem a várias décadas. O HIV-1 tem-se mostrado mais virulento do que o HIV-2.

Numerosos vírus de primatas não-humanos encontrados em áfrica têm mostrado grande similaridade com HIV-1 e com HIV-2. O Vírus de Imunodeficiência Símia (SIV) presente com muita frequência nos macacos verdes africanos e muito próximo aos HIV-2, sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por estes factores supõe-se que o HIV tenha origem geográfica em africana e que sua disseminação se deve ás características da sociedade contemporânea.

2.1.2. Transmissão de HIV/SIDA

AMABIS & MARTHO (2004) e o MISAU (2008), relatam que o HIV/SIDA é transmitida da seguinte forma:

  • Pelo contacto sexual com pessoas infectadas e também pelo sangue;
  • Pelo compartilhamento de seringas, no uso de drogas injectáveis ou por transfusão de sangue contaminado;
  • Recém nascidos filhos de mães portadoras de HIV podem adquirir o vírus durante o parto ou ao ser amamentados com leite materno;
  • Agulhas, seringas e qualquer instrumenta que corta ou perfura a pele (lâmina, bisturi, etc.), e que não foi esterilizado;
  • Transfusão de sangue se o sangue não foi testado para garantir que não tem o HIV;
  • Sangue de uma pessoa que entra em contacto com um corte ou uma ferida aberta de outra pessoa.

Segundo a OMS e a UNAIDS (1998), uma pessoa infectada com HIV não é um perigo para a saúde publica. Os adultos, os jovens e as crianças precisam de saber não corre quaisquer riscos de apanharem o vírus através de contacto social vulgar com adultos ou crianças infectadas com HIV. Os profissionais da área de saúde podem desempenhar um papel da maior importância no encorajamento de pessoas de todas as idades a serem solidárias para com as pessoas infectadas com o HIV.

2.1.3. Doenças que levam á suspeita de infecção pelo HIV

De cordo com MISAU (2008), deve-se suspeitar que um doente tem o HIV se apresenta infecções repetidas. Por vezes, os doentes com o HIV apresentam mais duma doença ao mesmo tempo.

Idem, sempre que aparecem pessoas portadoras das doenças e condições abaixo mencionados deve se pensar sempre na possibilidade de estarem infectadas pelo HIV:

  • Tuberculose,
  • Infecções de tracto respiratório superior, repetitivas;
  • Diarreia persistente de mais de um mês de duração;
  • Candidíase vaginal que não responde ao tratamento correcto em duas consultas consecutivas;
  • Úlceras na boca com mais de um mês de duração;

Os doentes com estas manifestações devem fazer o teste do HIV e serem avaliados pelo clínico,

Os doentes graves devem ser transferidos com urgência para uma unidade sanitária com mais recursos. Os sinais de perigo de num doente com SIDA, indicativos da necessidade de transferência, são os mesmos que outras doenças.

2.1.4. Prevenção

Do ponto de vista de AYRES (2002),

a prevenção do HIV/SIDA tem sido uma questão crucial para os programas de controle de AIDS. Os enormes progressos de conhecimento e da técnica nesse campo não chegaram a alterar substantivamente os determinantes fundamentais da infecção e adoecimento de significativos contingentes populacionais.

No documento intitulado “ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO” (2001), sugere-se que a prevenção pode ser reforçada através de alterações de comportamento, através da melhoria dos conhecimentos, durante um tratamento, e através da criação de um ambiente não discriminatório.

No olhar de LIMA, at al. (2006);

existem três estratégias principais de intervenção empregadas pelos programas nacionais de controle para prevenção de HIV/SIDA por via sexual, envolvem a promoção de uso de preservativos, a selecção e redução de número de parceiros sexuais e o controle de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Infelizmente, a realidade na maioria desses países é que os doentes com HIV/AIDS apenas receberão uns poucos tratamentos com antibióticos para tratar de infecções relacionadas com HIV quando essas surgirem e possivelmente analgésicos nos últimos estádios da doença.

2.1.5. Tratamento

De ponto de vista de CHRISTO (2010), recentes avanços no tratamento da infecção pelo HIV aumentaram a espectativa de vida dos pacientes tornando mais provável que médicos e psicólogos encontrem na prática clínica diária pacientes com manifestações neuro-psiquiatricas da doença.

Não há cura para o HIV/AIDS e os cientistas não pensam ser provável que se venha a desenvolver brevemente, pois embora não haja cura, há alguns antibióticos que ajudam os doentes com HIV/AIDS a viver vidas mais longas e saudáveis. No entanto, o seu custo elevado não pode ser suportado pela maioria dos doentes com HIV/SIDA nos países em vias de desenvolvimento, onde os orçamentos para a saúde são limitados.

Na perspectiva de MARTINS (2010)

o contesto da vida de pessoas vivendo com HIV/SIDA vem se modificando nos últimos anos, em grande parte por causa dos avanços relacionados ao surgimento da terapia anti-retroviral (TARV), que resultou em aumento da sobrevida, diminuição das infecções por doenças oportunistas e a queda da mortalidade.

OMS & UNAIDS (1998) justificando que:

Os objectivos do TARV são reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio da supressão viral, o que permite retardar ou evitar o surgimento da imunodeficiência. Os resultados obtidos com o tratamento – a redução progressiva da carga viral e a manutenção e/ou restauração do funcionamento do sistema imunológico – têm sido associados a benefícios marcantes na saúde física das pessoas seropositivas e permitindo que elas retornem e concretizem os projectos de vida.

2.1.6. Início de TARV

Segundo MISAU (2008), o início de TARV para pacientes sintomáticos pode estar revestido de esperança e de espectativas positivas quanto ao alívio de sintomas, melhora do estado geral, ganho de peso, eliminação de fadiga e retorno às actividades quotidianas. O facto da terapia anti-retroviral acarretar, a curto e médio prazo, a melhoria das condições de saúde pode ser um grande aliado para a adesão.

2.1.7. Aconselhamento pré-TARV

Segundo MISAU (2008), para o aconselhamento pré-TARV é preciso ter em conta os seguintes aspectos:

  • Orientações e aconselhamentos que antecedem e/ou são concomitantes ao início da terapia tem como objectivo preparar o paciente para início de tratamento, favorecer a adesão adequada, incorporar a tomada de medicamentos no quotidiano e evitar a interrupção ou o abandono do tratamento;
  • Com serviço deve possuir um fluxo, incluindo a definição dos profissionais que se responsabilizam por este atendimento;
  • É importante que sejam valorizados e abordados alguns aspectos de acordo com as vivências trazidas por cada usuário.

2.2. Serviço de Atendimento aos Adolescentes e Jovens (SAAJ)

JÚNIOR (2007), relata que o Ministério de Educação e Cultura Juventude e Tecnologias e Desportos, em parceria com organizações não-governamentais nacionais e internacionais das Nações Unidas, vem implantando centros de aconselhamentos e referência para os 180 Serviços de Atendimento aos Adolescentes e Jovens (SAAJ) que são serviços de saúde dirigidos exclusivamente aos adolescentes e jovens entre 10 á 24 anos, espalhados por nove das 11 províncias do país.

O grande desafio do SAAJ é de transformar este tema de HIV/SIDA numa urgência nacional, através de uma resposta multissectorial efectiva e sustentável, não só contribua para estancar o índice de novas infecções, como ainda para prolongar a esperança de vida das pessoas vivendo com HIV/SIDA, através de provimento de cuidados e tratamentos adequados e melhoria das suas condições sócio sanitárias.

No documento intitulado “PARPA “2006-2009” (2006);

…este desafio pressupõe o reconhecimento de que o HIV/SIDA constitui um entrave ao desenvolvimento, e a adopção de estratégias sectoriais consentâneas, incluindo a criação e viabilização de um ambiente jurídico e legal favorável e de uma cada vez maior articulação da resposta á pandemia a partir da realidade sócio cultural do país.

Mobilizar significa fazer as pessoas participarem em determinada acção ou em algo, porém esta participação não deve apenas ser no sentido de “tomar parte”, por forma a permitir um envolvimento ainda mais profundo. Neste sentido, percebe-se que a mobilização não deve apenas preocupar-se com o número de pessoas que participam, mas também com o seu nível de envolvimento.

Oferece aconselhamento (inclusive sobre os riscos da gravidez precoce) e métodos contraceptivos aos adolescentes através das unidades sanitárias, SAAJ’s.

As acções deste programa estão voltadas para entre outros, responder as necessidades dos adolescentes e jovens, na área de saúde sexual e reprodutiva, tendo um forte componente clínico associado a rede nacional de saúde, que é a componente conhecida como SAAJ (Serviços Amigo de Adolescentes e Jovens), além das componentes escolares e comunitárias.

Esta componente é materializada pela parceria do Programa com os Serviços de Saúde, onde se escreve um espaço e um número de profissionais de saúde específico, que são treinados em um atendimento que seja “acolhedor para os adolescentes e jovens”.

Segundo MISAU (2006), a adolescência constitui um momento de transformações físicas, psicológicas, sociais e cognitivas intensas, que progridem inexoravelmente, podendo gerar ao jovem e seus familiares muitos receios e dúvidas.

2.2.1. Adolescente e jovem

A Organização Mundial de Saúde (OMS)[1],

entende a adolescência como um processo biológico, que vai dos 10 aos 19 anos de idade, abrangendo a pré-adolescência (10 a 14 anos) e a adolescência propriamente dita (15 a 19 anos). Já a juventude, para OMS, é considerada uma categoria sociológica que implica na preparação dos indivíduos para os exercícios da vida adulta, abrangendo dos 15 aos 24 anos de idade.

2.2.1.1. Sinais de adolescência

Idem, um conjunto de sinais específicos surgirá. A esse denomina-se Síndrome da Adolescência Normal por um grupo de autores, que compreende:

  • Busca de si mesmo e de sua identidade;
  • Tendência grupal;
  • Necessidade de intelectualizar e fantasiar;
  • Crises religiosas;
  • Deslocação temporal;
  • Evolução da sexualidade;
  • Atitude social reivindicatório;
  • Contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta;
  • Separação progressiva dos pais;
  • Constantes flutuações do humor.

2.2.2. Aspectos a ter em conta ao adolescente e jovem vivendo com HIV/SIDA

Segundo MISAU (2006), para prestar uma assistência mais adequada ao adolescente e jovem vivendo com HIV/SIDA é importante considerar:

  • Pode haver atraso de desenvolvimento pondero – estrutural e na maturação sexual;
  • A fantasia de invulnerabilidade, própria do adolescente, pode dificultar a assimilação do viver com HIV/SIDA. Seguir um esquema terapêutico, comparecer ao serviço de saúde, realizar exames laboratoriais, principalmente se ainda não houver sintomas marcantes de doença, vai de encontro á sua maneira mágica de se relacionar com o tempo e com a ideia de indestrubilidade e cura.
  • A atitude contestadora e transgressora e a busca de independência podem dificultar ou mesmo impedem numa boa adesão ao tratamento. Depender de médicos, medicamentos, controles rigorosos de saúde estão na contramão de todo o esforço para a conquista da independência e da autonomia; e esta sempre deve ser proporcionada conforme as capacidades do adolescente.
  • Uma atitude independente em relação aos pais ou responsáveis pode ser adiada pela situação de saúde e necessidade de cuidados;
  • O desconhecimento do diagnóstico ou o acordo tácito entre adolescentes e pais que não falar sobre a questão pode prolongar ainda mais a dependência, adiando a autonomia e o autocuidado;
  • A identificação com o grupo de pares, tão importantes nesse período de vida, pode ser prejudicada se o adolescente sente-se ou é visto como diferente;
  • A auto-estima pode ser fragilizada pela doença, pela imagem corporal, ou pelos efeitos da medicação usada;
  • O sentimento da solidão, o preconceito, a descriminação e o sofrimento moral existente quando se carrega, em segredo, o diagnóstico de uma doença crónica.

Inserir o adolescente activamente no seu tratamento e confiar sua capacidade de autocuidado é o primeiro passo para o estabelecimento de uma relação de confiança.

O aconselhamento é um diálogo confidencial que envolve uma relação entre pessoas ou grupo de pessoas que buscam apoio e alguém que ajuda a resolver ou a encarar o problema.

2.3. Seroprevalência

Segundo WIKIPÉDIA (2016)[2]seroprevalência é o número de casos de uma doença ou de pessoas doentes existentes numa determinada população, independentemente de se tratarem de casos novos ou casos antigos.

CAPÍTULO III

3.0. Metodologia do trabalho

3.1. Localização e descrição de local de pesquisa (SAAJ)

O SAAJ é uma ramificação dos SDSMAS, localiza-se na vila Municipal de Massinga, aos 30 metros da rua da Escola Secundária de Massinga. Ao norte temos o antigo edifício do Conselho Municipal de Massinga, a Sul temos o campo do clube desportivo de Massinga, e a Este temos o Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social e a Oeste temos a Escola de Condução Lomela. ROSILDA (Cp).

3.2. Classificação da pesquisa

Quanto ao objectivo, a pesquisa foi exploratória, permitiu um contacto directo com os entrevistados, onde procurou-se saber sobre os aspectos relacionados com o tema em estudo, sendo que o mesmo estava acompanhado de uma entrevista em forma de questionário previamente elaborado para permitir um maior aprofundamento das questões levantadas sobre o desempenho do SAAJ e os resultados que tem colhido face ao seu desempenho, pois segundo Gil citado por GERHARDT & DE SOUZA (2009), uma pesquisa exploratória tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a tomá-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Quanto aos procedimentos, esta pesquisa enquadra-se na pesquisa analítica pois consistiu na análise dos dados fornecidos pelo SAAJ através de documentos oficiais como relatórios de balanço mensal e anual, assim como qualquer extracção feita pelos agentes do SAAJ do distrito de Massinga com vista a relatar o índice de seroprevalência neste distrito.

Quanto ao método de abordagem, esta pesquisa teve uma abordagem mista isto é, envolve o estudo qualitativo, visto que descreve o desempenho do SAAJ no combate ao HIV/SIDA no distrito de Massinga sem empregar os dados estatísticos, sem envolver manipulações de variáveis e nem estudos experimentais durante a análise e estudo quantitativo, visto que fez se levantamento de dados estatísticos onde quantificou-se o índice de seroprevalência e a sua frequência.

3.3. Etapas da pesquisa

Esta pesquisa teve três etapas a referir:

1ª Etapa: consistiu na realização de entrevista ao médico chefe de SDSMAS e técnicos de SAAJ de Massinga com finalidade de conhecer as actividades desenvolvidas pelo SAAJ, os seus desafios e perspectivas.

2ª Etapa: consistiu no levantamento de dados referentes ao índice de seroprevalência, número de testados no período de 2012 a 2015.

3ª Etapa: corresponde a última fase, é onde o pesquisador fez apresentação, análise e discussão dos resultados.

3.5. Técnicas de recolha de dados

Para a realização da presente pesquisa, usou-se duas técnicas a referir:

  • Entrevista semi-estruturada, a qual foi direccionada aos médicos, enfermeiros, técnicos de Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social (SDSMAS) e Serviço de Atendimento aos Adolescentes e Jovens (SAAJ) do distrito de Massinga com finalidade de obter informações de índice de seroprevalência de HIV/SIDA dos adolescentes e jovens no período de 2012-2015.
  • Consulta bibliográfica: com o uso desta técnica tinha como finalidade de fazer a análise do assunto tratado baseando-se noutros autores que fizeram estudos idênticos.
  • Pesquisa documental: esta técnica foi aplicada no momento de levantamento de dados estatísticos que retratam a testagem de adolescentes e jovens e o índice de seroprevalência.

3.4. Tratamento de dados

Conforme o que vem referenciado logo a prior, nesta pesquisa houve necessidade de ter gráficos e tabelas, não obstante, houve a necessidade de usar algumas técnicas de informática como o Microsoft Word Excel para traduzir os resultados.

3.5. Amostragem

Nesta pesquisa a amostragem foi não probabilística por acessibilidade, tendo-se envolvido todos os membros para entrevista. A pesquisa foi dirigida aos agentes do SAAJ de Massinga dando oportunidade de fazer parte da amostra a todos os envolvidos naquele local, tendo-se efectuado á cinco (5) agentes, sendo (2) enfermeiras afectas no SAAJ, (1) médico chefe afecto no SDSMAS e (2) técnicos responsáveis pelos dados estatísticos do SAAJ.

CAPÍTULO IV

4.0. Apresentação e discussão dos resultados

Nesta unidade fez-se a apresentação, análise, interpretação e discussão de resultados obtidos durante a pesquisa realizada no Serviço de Atendimento aos Adolescentes e Jovens de Massinga e encontra-se em tabelas, gráficos e a justificação em forma de testo.

Os resultados estão apresentados de acordo com os objectivos do trabalho e alguns resultados que estão directamente ligados aos objectivos não foram descartados assim foram colocados na página referente aos apêndices.

4.1. Identificação das actividades desenvolvidas pelo SAAJ de modo a prevenir/mitigar o HIV/SIDA em adolescentes e jovens do distrito de Massinga de 2012-2015

Os resultados que se apresentarão neste ponto correspondem ao primeiro objectivo específico, os mesmos foram obtidos a partir de uma entrevista semiestruturada direccionada aos agentes do SAAJ com finalidade de identificar as actividades que eles desenvolveram de modo a prevenir o HIV/SIDA em adolescentes e jovens do distrito de Massinga de 2012-2015, eis os resultados.

Actividades desenvolvidas pelo SAAJ de modo a prevenir/mitigar o HIV/SIDA em adolescentes e jovens do distrito de Massinga de 2012-2015

Em relação a questão 3 (vide o guião de entrevista) virada às actividades desenvolvidas pelo SAAJ neste distrito para prevenir o HIV/SIDA, os agentes afirmaram o seguinte:

Agente Resposta
Agente 1 O Serviço Amigo de Adolescentes e Jovens faz aconselhamento para qualquer preocupação dos adolescentes e jovens, testagem do HIV/SIDA, planeamento familiar e também tira-se quaisquer dúvidas e preocupações aos adolescentes e jovens em relação á saúde sexual e reprodutiva, aconselha para que os adolescentes e jovens se previnam de todas doenças de transmissão sexual.
Agente 2 O Serviço Amigo de Adolescentes e Jovens (SAAJ) de Massinga tem desenvolvido várias actividades com vista a mobilizar e incentivar aos adolescentes e jovens a se prevenirem do HIV/SIDA e de outras doenças sexualmente transmissíveis, visto que este tem formado/capacitado um grupo de activistas assim como os adolescentes e jovens onde após a capacitação tem feito palestras nas escolas e nas comunidades de modo a distribuir e incentivar o uso de preservativo e explicarem a importância do uso do mesmo.
Agente 3 O SAAJ é responsável pela inscrição de todos os adolescentes e jovens do distrito testados seja no mesmo local assim como pelas brigadas móveis ou centros de saúde deste distrito pois aquele local é a paragem única onde esta camada social (adolescentes e jovens) são 100% inscritos sejam testados em situação de HIV positivo assim como negativo para se saber da situação de seroprevalência em Massinga.

Como se pode perceber os agentes foram unânimes em indicar as actividades desenvolvidas pelo SAAJ para prevenir o HIV/SIDA em adolescentes e jovens do distrito de Massinga, esses em linhas gerais apresentarão as seguintes actividades: testagem do HIV/SIDA, distribuição de preservativos, capacitação de activistas que depois fazem campanhas, palestras de sensibilização incentivando para prevenção do HIV/SIDA e outras ITS’s.

Segundo o SDSMAS DE MASSINGA (2016), o SAAJ realiza as seguintes actividades: campanhas de sensibilização de HIV-SIDA no local de trabalho; testagem e aconselhamentos; expansão de unidades de aconselhamento e testagem de HIV no hospital distrital de Massinga e nos centros hospitalares; recolha e envio de dados semanais e resumos mensais a direcção provincial de saúde; distribuição de preservativos para prevenção de ITS, incluindo o HIV e expansão de TARV nos centros de saúde.

Pensamentos idênticos são citados por LIMA (2006), que realça que para reduzir o risco de transmissão do HIV/SIDA, há três estratégias principais de intervenção empregadas pelos programas nacionais de controle que envolvem a promoção do uso de preservativos, a selecção e redução do número de parceiros sexuais e o controle de outras DST.O mesmo realça que a prevenção, o diagnóstico e o tratamento precoces de DST podem reduzir significativamente a transmissão do HIV.

Comparando o pensamento dos agentes do SAAJ e dos pesquisadores citados nota-se que em algum momento esses projectam as actividades da mesma forma a partir daquele momento que intervêm justificando que de modo a mitigar novos casos de seropositividade aos adolescentes e jovens o serviço de saúde está intensificar cada vez mais o conhecimento das boas formas de uso de preservativo masculino e feminino, aconselhamento á redução de parceiros, diagnóstico e aconselhamento sensibilizando aos adolescentes e jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva, expansão do TARV nos centros de saúde.

Medidas que estão sendo tomadas pelo SAAJ de modo a mitigar novos casos de seropositividade em adolescentes e jovens

Em relação a questão 7 (vide o guião de entrevista) referente as medidas tomadas pelo SAAJ de modo a mitigar novos casos de seropositividade aos adolescentes e jovens, os agentes afirmaram o seguinte:

Agente Resposta
Agente 1

Com vista a mitigar o HIV/SIDA nos adolescentes e jovens do distrito de Massinga, o SAAJ tem desafiado desenvolvido várias actividades como diagnosticar e aconselhar aos adolescentes e jovens a usarem o preservativo durante as actividades sexuais, informar-se sobre as preocupações dos adolescentes e jovens, orienta os adolescentes e jovens para escolha de método anticonceptivo conforme os casos, demonstra como o HIV/SIDA é transmitido, como se prevenir, como melhorar os cuidados e tratamento no caso de ser infectado.

Com as actividades feitas o SAAJ tem perspectiva de nos últimos anos haver uma diminuição de indivíduos em situação positiva,

 

 

 

Agente 2

O SAAJ projecta intensificar cada vez mais as actividades de aconselhamento e sensibilização aos adolescentes e jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva, aumento das capacidades para a vida e do poder de tomada de decisão das mulheres jovens, traça estratégia com vista á mudar do comportamento dessa camada social, aconselha os adolescentes e jovens no seu acesso, o aconselhamento e a testagem em saúde nesta camada social fazendo encaminhamento correcto de casos de violência doméstica e abuso sexual desses indivíduos, tem evidenciado no aumento de conhecimento do uso correcto e do preservativo masculino e feminino por forma a permitir redução de índice de seropositividade aos adolescentes e jovens.
 

 

Agente 3

O SAAJ revela o diagnóstico, oferece apoio e orientações precisas acerca das formas de transmissão e prevenção do HIV/SIDA, favorecendo acolhimento e encontros contínuos articulando com escolas, comunidades, sectores públicos na prevenção dessa doença, pois este local é um lugar que favorece a interacção dos profissionais com grupos de jovens, pois também favorecerá a intervenção de acções de Educação em Saúde.

Face às ideias citadas pelos agentes, constata-se que foram unânimes, pois eles realçam que o SAAJ de modo a evitar novos casos tem desenvolvido actividades como: traçar estratégias de mudança de comportamento aos adolescentes e jovens na sua vida sexual e reprodutiva, faz encaminhamento correcto de casos de violência doméstica e abuso sexual dos adolescentes e jovens, evidencia no aumento de conhecimento do uso correcto do preservativo masculino e feminino.

Segundo OMS & UNAIDS (1998) para prevenir a as DTS’s em muitos países estão a organizar programas de controlo de HIV e DST combinados, pois ambos exigem tipos de educação e esforços de prevenção semelhantes. Durante os últimos anos, vários países relataram uma redução de DST curáveis, conseguida através das medidas que se seguem:

  • Promoção de comportamento sexual mais seguro e fornecimento de preservativos;
  • Tratamento eficaz e precoce de homens e mulheres a preços acessíveis;
  • Integração da prevenção e cuidados de DST nos serviços de saúde básicos (elemento chave);
  • Registo, tratamento e aconselhamento de parceiros sexuais.
  • Acompanhamento clínico apropriado.

4.2. Análise de índice de seroprevalência em adolescentes e jovens do distrito de Massinga no período de 2012 – 2015

Os resultados para este ponto vão corresponder ao segundo objectivo específico, estes resultados foram obtidos a partir de consulta de relatórios do SAAJ relacionados a testagem aos adolescentes e jovens desde Janeiro de 2012 á Dezembro de 2015, eis os resultados:

Adolescentes e jovens testados pelo SAAJ de 2012 – 2015

Em relação aos dados referentes aos adolescentes e jovens testados pelo SAAJ de 2012 – 2015 (vide tabelas 1-5 em anexo), nota-se que em 2012 foram testados 692 Homens correspondentes a 38.44% e 1108 Mulheres correspondentes a 61.56% do total de 1800 testados; em 2013 foram testados 601 Homens correspondente á 31,75% e 1292 Mulheres correspondente á 68,25% no total de 1893 testados; em 2014 foram testados 951 Homens correspondente á 31.17% e 2100 Mulheres correspondente á 68.83% do total de 3051 testados e em 2015 foram testados 906 Homens correspondente á 33.48% e 1800 Mulheres correspondente á 66.52% no total de 2706 testados, eis o gráfico.

Gráfico 1: Percentagem dos testados pelo SAAJ de 2012 á 2015

Analisando o gráfico 1 percebe-se que o número dos homens testados de 2012 – 2013 houve uma diminuição de 6.69%, de 2013 – 2014 houve uma diminuição de testados em 0.58% e de 2014 – 2015 houve um aumento de Homens testados em 2.31%. enquanto que as mulheres testadas no mesmo período nota-se que de 2012 – 2013 houve um aumento em 6.67%, de 2015 – 2014 houve um aumento de mulheres testadas em 0.6% e de 2014 – 2015 houve uma diminuição de mulheres testadas de em 2.35%. De forma generalizada nota-se que de 2012 – 2015 as mulheres é que foram mais testadas comparativamente aos homens.

Na perspectiva do pesquisador, há maior aderência por parte de mulheres ao serviço de testagem possivelmente por elas se preocuparem muito pela sua saúde também por essas serem sempre submetidas ao teste obrigatório de HIV/SIDA quando estão grávidas e por essas serem mais vulneráveis ao HIV/SIDA e demais doenças, estas e mais razões fazem com que as mulheres procurem mais pelos serviços de atendimento, aconselhamento e testagem voluntária mais que os Homens.

Os Homens raramente têm tido essa obrigação de testagem, têm tido vergonha em estarem nesses locais e acham que por eles mesmos podem se responsabilizarem pela sua própria saúde recorrendo á automedicação sempre que descobrirem algumas diferenças no seu organismo, eles sempre tem ignorados essa parte de cuidados de saúde seguindo ao atendimento pelos serviço de saúde quando verem que a situação está grave e outro factor sugere-se que possa ser a desmotivação dos próprios programas de saúde que tem se publicado nos rádios, televisão e outras fontes de comunicação que muito olham nas crianças, mulheres e idosos, duma forma indirecta excluem o próprio homem nessas ocasiões e ele sente-se excluído e razão pela qual levam aos homens a se sentirem excluídos nos atendimentos do SAAJ assim como doutros atendimentos de Saúde.

Segundo MACHIN, at al., (2001),

a diferenciação de ausência dos Homens para cuidados de saúde é descrita como do âmbito da cultura, entendida por referência a uma identidade de género, enquanto se atribui, por oposição, uma especificidade á mulher ancorada na biologia tendo por referencia questões ligadas á reprodução, contracepção e gestação. O aspecto cultural é associado a um ser homem, que tende a reforçar um modelo de masculinidade idealizada (força, virilidade, objectividade, distanciamento emocional, comportamento de risco), em oposição ao ser mulher identificada com fragilidade e sensibilidade. Os ciclos de vida são mencionados numa perspectiva que diferencia os sexos, mas baseados no contesto reprodutivo (feminino), não considerando outras dimensões sociais da vida que podem implicar em adoecimento para os homens como, por exemplo, a actividade profissional.

De ponto de vista de Connel at all citados por MAIA (2009),

(…) os relatórios dos homens também apontam que, socialmente, as mulheres teriam melhores condições para assumirem os cuidados com a saúde: assistem mais a televisão e se interessam mais sobre a saúde, bem como disponibilizam mais tempo para procurar serviços de saúde e se interessam mais sobre saúde, e realizar exames preventivos, talvez considerar aqui o trabalho doméstico como sendo um trabalho que requer menos empenho pessoal. De qualquer forma, esses compartimentos em relação á saúde têm relação directa com concepção social de género e são determinantes na reprodução de práticas culturais respaldadas em valores e regras sexistas.

DA COSTA (2009), justifica que

as mulheres assumem maior grau de atitudes preventivos de cuidados com a saúde, lidam melhor com o enfraquecimento do diagnóstico e a adesão do tratamento. Segundo os relatos, os homens se previnem menos e evitam as orientações médicas quando ainda não estão acometidos severamente. A procura por tratamento médico torna-se prioridade apenas quando os sintomas determinam restrições físicas, laborais ou prazerosas, quando os limites impostos pela doença sinalizam possíveis consequências graves quando comparadas á possibilidade de se sentir frágil ou improdutivo”.

Relacionando as ideias do pesquisador com as obras pesquisadas nota-se uma similaridade de ideias, a partir daquele momento que todos realçam que os homens não aderem em maior numero ao SAAJ e aos outros serviços de saúde porque sentem-se excluídos dos programas apresentados na televisão ou outras vias de transmissão de informação, pensam no resultado se no caso der positivo acham que pode se publicar seus resultados, culturalmente eles optam nos cuidados de saúde quando percebem que a situação está grave por receio de um dia se publicar o seu estado de saúde, ao passo que as mulheres procuram mais os cuidados de saúde por vários motivos, sejam eles: a sua constituição biológica, maior insistência de saúde para o diagnóstico e tratamento, elas também estão mais preocupadas com sua saúde.

Dados referentes aos resultados de testagem de HIV/SIDA no período de 2012 a 2015

Em relação aos resultados que relatam os resultados de testagem (tabela 6 em anexo) nota-se que em 2012 dos 1800 testados, 1699 tiveram resultado negativo correspondente á 94.39% e 101 tiveram resultado positivo correspondente á 5.61%; dos 1893 testados em 2013, 1705 tiveram resultado negativo correspondente á 90.07% e 188 tiveram resultado positivo correspondente á 9.93%; dos 3051 testados em 2014, 2469 correspondente á 80.92% tiveram resultado negativo e 502 correspondente á 16.45% tiveram resultado positivo; dos 2706 testados em 2015, 2135 que corresponde á 78.89% tiveram resultado negativo e 571 que correspondente á 21.1 % tiveram resultado positivo, eis o gráfico abaixo.

Gráfico 2: Percentagem de índice de seroprevalência de adolescentes e jovens no período de 2012 á 2015

Analisando os dados que justificam a percentagem dos resultados de testagem de HIV/SIDA no período de 2012 – 2015 face aos resultados negativos nota-se que de 2012 – 2013 houve uma diminuição em 4.32%, de 2013 – 2014 houve uma diminuição em 9.15% e de 2014 – 2015 houve uma diminuição em 2.03%, quanto aos testados com situação positivo verifica-se o seguinte comportamento de dados: de 2012 – 2013 houve um aumento em 4.32%, de 2013 – 2014 houve um aumento em 6.52% e de 2014 – 2015 houve um aumento de testados em situação positiva em 4.65%. Duma forma generalizada, nota-se que de 2012 – 2015 houve um crescimento no que confere a percentagem de adolescentes e jovens em situação positiva e uma diminuição de adolescentes e jovens com resultado de HIV/SIDA negativo.

Este facto pode ser justificado pela fraca disponibilização de serviços de atendimento por agentes do SAAJ, fraca disposição e instrução de uso de preservativo masculino e feminino ou o não uso de preservativo por medo de ser desconfiado de ser seropositivo, a realização de palestras educativas nas escolas e nas comunidades mas sem efeito por parte de adolescentes e jovens, fraco envolvimento de pais e encarregados de educação na saúde dos seus filhos, falta de confiança aos profissionais de saúde, dificuldades em como lidar com a doença e pode ser ainda a ignorância por parte de adolescentes e jovens não levando a sério que esta doença é uma preocupação.

Na óptica de MISAU (2001), o índice de seroprevalência em adolescentes e jovens tende a elevar por vários motivos sejam eles a não aplicação do sexo seguro, isto é, não usam preservativo nas suas actividades sexuais, consomem o álcool, tabaco e injectam drogas compartilhando instrumentos perfurantes.

Segundo estudos feitos por GEBALA & MAGALHÃES (2015), o insucesso na consecução dos objectivos de redução de índice de seroprevalência deve-se pelo fraco envolvimento dos familiares e comunitário por parte do Ministério da Saúde, pouco comprometimento das lideranças e das personalidades influentes a nível local; e, ao insuficiente aproveitamento das estruturas comunitárias educativas, incluindo a família são as mais apropriadas para influenciar o comportamento individual. Outro factor é devido os actos sexuais não protegidos.

CAPÍTULO V

5. Conclusão e recomendações

5.1. Conclusão

Com esta pesquisa de análise de desempenho do SAAJ na prevenção de HIV/SIDA em adolescentes e jovens do distrito de Massinga no período de 2012 a 2015, concluiu-se que:

  • O SAAJ desenvolve as seguintes actividades: testagem do HIV/SIDA, distribuição de preservativos, capacitação de activistas, palestras de sensibilização incentivando para prevenção do HIV/SIDA e outras ITS’s, tratamento precoce de ITS podem reduzir significativamente a transmissão do HIV, aconselhamento à redução de parceiros, expansão do TARV nos centros de saúde, traçou estratégias de mudança de comportamento aos adolescentes e jovens na sua vida sexual e reprodutiva, faz encaminhamento correcto de casos de violência doméstica e abuso sexual dos adolescentes e jovens, evidencia no aumento de conhecimento do uso correcto do preservativo masculino e feminino.
  • Quanto ao índice de seroprevalência dos adolescentes e jovens no período de 2012 – 2015 concluiu-se face aos resultados negativos de 2012 – 2013 houve uma diminuição em 4.32%, de 2013 – 2014 houve uma diminuição em 9.15% e de 2014 – 2015 houve uma diminuição em 2.03%, quanto aos testados com situação positivo verifica-se o seguinte comportamento de dados: de 2012 – 2013 houve um aumento em 4.32%, de 2013 – 2014 houve um aumento em 6.52% e de 2014 – 2015 houve um aumento de testados em situação positiva em 4.65%. Duma forma generalizada, nota-se que de 2012 – 2015 houve um crescimento no que confere a percentagem de adolescentes e jovens em situação positiva e uma diminuição de adolescentes e jovens com resultado de HIV/SIDA negativo.

5.2. Recomendações

5.2.1. Medidas a serem tomadas pelo SAAJ, MISAU e MINEDH

  • Produzir programas em forma de debates nas comunidades e na rádio Kussinga de modo a promover a participação de homens e mulheres na prevenção de HIV/SIDA, com temas ligados ao comportamento da saúde sexual e reprodutiva, a desvantagens de não uso de preservativos durante a actividade sexual, a fidelidade;
  • O SAAJ deve se fazer sentir nas comunidades, reforçando o envolvimento comunitário de modo que os líderes, país e ou encarregados de educação se sintam responsabilizados em estimular aos adolescentes e jovens o conhecimento preciso do HIV/SIDA, sobre como é transmitido, como se previne, como melhorar os cuidados e tratamentos de que os seropositivos necessitam e também para sensibilizar os seus filhos a aderir nas actividades e serviços de prevenção e testagem de HIV/SIDA;
  • Que o MINEDH inclua no plano curricular do ensino geral uma disciplina podendo ser mesmo SAAJ e formar professores ligados á área para disseminar informações que estão ligados á saúde sexual e reprodutiva aos alunos e lhes encorajar para aderir constantemente ao SAAJ para ter aconselhamento, fazer teste e para ver este local como centro de convivência juvenil.

5.2.2. Medidas a serem tomadas pelos adolescentes e jovens

  • Os adolescentes e jovens devem encarar a problemática de HIV/SIDA como sendo um caso urgente a ser resolvido, pois cada um deve assumir que esta doença existe e a única forma de evitar é a abstinência até a fase adulta e se não for possível que faça a escolha certa do (a) parceiro (a) e o uso contínuo de preservativo;
  • Que sejam autoritários deles mesmo, que mantenham relações sexuais enquanto for uma necessidade biológica e não em troca de bens materiais como dinheiro e outros recursos, com isso o indivíduo que paga faz as suas vontades porque no fim vai pagar.

5.3. Bibliografia

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  • BESERRA, E. P.. Adolescência e Vulnerabilidade ás Doenças Sexualmente Transmissíveis: Uma Pesquisa Documental. 1ª ed.. Brasil, S.e., 2008;
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  • DA COSTA-JÚNIOR, F. M.; MAIA, A. C. B.. Concepções dos Homens Hospitalizados sobre a Relação entre Género e Saúde. 1ª ed., Brasília, Vol. 25, 2009;
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  • Manual de Adesão ao Tratamento Para Pessoas Vivendo com HIV e AIDS. 1ª ed., Brasil, Editora: Série A. Normas e Manuais Técnicos, 2008;
  • Manual de Prevenção das DST/HIV/AIDS em Comunidades Populares. 1ª ed., Brasil, Editora: Projecto Gráfico, capa, diagramação e ilustração, 2008;
  • Manual de Rotinas para Assistência a Adolescentes Vivendo com HIV/AIDS: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e AIDS. S.e., MISAU, 2006;
  • Manual Técnico para o Diagnostico da Infecção Pelo HIV. S.e., Brasília, 2013;
  • Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV/SIDA (2015-2019). S.e., Maputo, Editora: Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA, 2015;
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  • XXVII Concelho Nacional Coordenador de Saúde: Dignidade e Satisfação do Doente São o Termómetro da nossa Prestação. 1ª Série, 4º Suplemento, 2001;
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  • PARPA, Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (2006-2009) (PARPA II). Maputo, S.e., 2006;
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  • SDSMAS DE MASSINGA. Relatório Anual do Balanço das Actividades 2013/2014. S.e., Massinga, Editora: Governo do Distrito de Massinga, 2015;
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  • SERRA, Andreia. Manual de Metodologias de Investigação Científica. S.e., Maputo, 2003;
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