Comportamento sexual humano é um conjunto complexo de atitudes e posicionamentos que variam com o passar das gerações e é determinado por três factores:

  1. Herança genética que caracteriza biologicamente o individuo;
  2. Factor social composto por influências da sociedade (educação, família) sobre o individuo e;
  3. Factor psicológico formado pelos mecanismos psíquicos inconscientes.

Sexo biológico

No contexto biológico, sexo significa reprodução. Na maioria das espécies de animais observamos que a cópula é estimulada por instintos primitivos a fim de dar continuidade a espécie, muitas dessas espécies apresentam épocas determinadas para reprodução.

De acordo com a genética os homens e as mulheres são iguais em vinte e dois pares de cromossomas e diferem no vigésimo par, sendo 44XX para sexo feminino e 44XY para homens.

Apesar da diferença referida, em muitos aspectos o programa para o desenvolvimento subjacente a todos os aspectos da determinação sexual é o mesmo em ambos os sexos. Um só gene determina o tipo da gônada (célula que produz gâmeta). A gônada, por sua vez, influencia o ambiente hormonal do feto em desenvolvimento ou da criança.

O sexo de um indivíduo é definido quando o espermatozóide contribui com um cromossoma X ou Y. O cromossoma determina se a gônada embrionária que irá se diferenciar num ovário ou num testículo. As etapas subsequentes da diferenciação sexual resultam da acção das hormonas. Se um cromossoma Y estiver presente, desenvolvem-se testículos e suas secreções hormonais resultam no desenvolvimento de um macho fenotípico. Se apenas cromossomas X estiverem presentes, desenvolvem-se ovários e daí resulta o fenótipo feminino. A função do cromossoma Y é modificar o programa do desenvolvimento das células precursoras nas gônadas indiferenciadas da via do desenvolvimento das células foliculares (características do ovários) para a das células de Sertoli (características do testículo). Portanto, os embriões mamíferos que têm um cromossoma Y se desenvolvem como machos não importando o número de cromossomas X.

Os testículos secretam principalmente androgênios e os ovários secretam estrogênios. Uma linha de raciocínio foi aceite durante muitos anos a qual afirma que, os padrões de comportamento relacionados ao sexo poderiam ser explicados inteiramente pelo tipo de hormonas presente no adulto. No entanto, sabe-se agora que os padrões de comportamento sexualmente dimórficos em muitas espécies de vertebrados, inclusive a nossa, dependem de ações qualitativamente diferentes das hormonas gonádicas em estágios diferentes do ciclo vital.

Sexo no contexto psicológico

O comportamento sexual humano é controlado por uma das partes mais primitivas do cérebro humano, mas nem por isso deve ser pensado que o sexo segue apenas a instintos primitivos como nas espécies precedentes ao Homo sapiens sapiens. Essa região chamada de cérebro visceral é filogeneticamente a mais antiga e conservada do cérebro humano, composta por hipotálamo, hipófise, sistema límbico e regiões do mesencéfalo.

Sexo no contexto sociocultural

O comportamento sexual humano também é influenciado pelo contexto sociocultural no qual o indivíduo é inserido, impondo regras e condições para actos sexuais. O sexo para o ser humano não existe apenas porque temos órgãos sexuais, mas mostra que o ser humano relaciona-se em si com afectividade, o amor mostrado de forma corpórea e psicológica.

 Pergunta de reflexão: o que estimula a copula nos seres humanos?

Desenvolvimento do comportamento sexual do Homem

O acto sexual existe para conduzir os gâmetas masculinos, espermatozóides, ao encontro de gâmeta feminino – o óvulo. No entanto, o sexo é praticado também como acto de amor entre casais ao invés de ser puramente um acto reprodutivo, como ocorre entre os animais irracionais.

A principal diferença entre o comportamento sexual de animais irracionais e o dos humanos é o sentimento de amor. Não se encontra no reino animal outros seres cuja aproximação se dê pelo sentimento de amor, independente da atracção sexual. Vergonha e culpa também são sentimentos exclusivos dos seres humanos, devido a posicionamentos culturais variantes, adoptados há séculos ou mesmo milénios de desenvolvimento cultural. Há milhares de anos os humanos praticavam o acto sexual sem discriminação ou medo.

A evolução da socialização sucedeu-se de tal forma que, em alguns períodos, o comportamento e a liberdade sexual foram castigados e duramente reprimidos. Principalmente em relação às mulheres e aos homossexuais. Devido à inoculação pela Igreja da ideia do pecado original, ou seja, de que seríamos culpados pelas relações sexuais entre nossos pais, hoje os humanos efectuam o acto longe dos olhos e ouvidos de outros.

Actualmente, com o avanço da medicina e da educação sexual nas escolas, a sexualidade é tratada de forma científica, sem interferências de crenças ou religiões, sendo orientada para o controle da natalidade, controle da gravidez precoce em adolescentes, planeamento familiar consciente e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Orientação sexual

É a atracão emocional, sexual ou afectiva contínua por outra pessoa. Pode ser distinguida dos outros aspectos da sexualidade, incluindo o sexo biológico, identidade de género (o sentido psicológico do ser masculino ou feminino) e o papel social de género (a adopção de normas culturais para os comportamentos masculinos e femininos).

Heterossexual – se o individuo sente-se atraído por pessoas de sexo diferente;

Homossexual – se o individuo sente-se atraído por pessoas de mesmo sexo;

Bissexual – se o individuo sente-se atraído por pessoas de ambos sexos;

Assexual – se o individuo não se sente atracção sexual

Pansexuais – se indivíduo cuja identificação com outro não depende de seu género.

Transexual, quando o individuo não se identifica com o seu género biológico.

Bagemihl citado por MARILIA (s/d) derruba teorias que afirmam que a homossexualidade surge por falta de opção ou porque os animais se confundem. Para ele, os animais homossexuais são assim por um motivo muito simples: porque apreciam o facto de ter parceiros do mesmo sexo que eles.

Outros indícios sugerem, no entanto, que a orientação sexual da pessoa é definida no útero materno. Em mamíferos, o sexo do bebé é definido pelo pai, que traz o cromossoma X ou Y para o filho. No entanto entre 4 a 8 semanas depois da fecundação, a mãe grávida libera uma hormona sexual no embrião – hormona que só vai ter efeitos mesmo durante a adolescência.

É essa substância que, segundo alguns pesquisadores, seria responsável pela orientação sexual da pessoa. Se a combinação entre sexo do embrião e hormona bater, o indivíduo será heterossexual. Se não, será gay. Por exemplo, um embrião do sexo feminino que receber hormona feminina vai crescer e passar a ter atracão por homens. Se o embrião feminino, no entanto, receber hormona masculina, as chances de virar homossexual são maioresÉ difícil afirmar que esse mecanismo, sozinho, possa controlar toda a complexidade que é o comportamento sexual humano. E, por isso, as bases biológicas da homossexualidade seguem sob debate.

Pergunta de reflexão: é lógico afirmar que a homossexualidade surge por falta de opção?

Comportamento sexual do homem segundo as faixas etárias

Comportamento sexual humano na infância

O termo infância pode abranger até idades quatro, cinco, ou seis anos, dependendo do foco principal da pesquisada ou comentário. Durante este período as crianças costumam tocar nos seus genitais ou masturbarem-se, em público ou em privado tocarem ou quererem ver os genitais de um amigo da escola ou do irmão ou irmã, mostrar os seus genitais aos amigos ou procurarem oportunidades de ver os adultos despidos.

As crianças frequentemente são curiosas sobre onde provêm os bebés. Elas podem explorar o corpo de outras crianças e de adultos por curiosidade, aos quatro anos podem mostrar um apego significativo ao progenitor do sexo oposto, começam a ter um sentimento de modéstia e da diferença entre comportamento público e privado, muitas das crianças tocam genitais, especialmente quando elas estão cansadas ou perturbadas.

Na idade escolar as crianças tornam-se mais conscientes das diferenças entre os sexos, e tendem a escolher amigos ou companheiro no jogo do mesmo sexo, ainda há menosprezo pelo sexo oposto. As crianças podem soltar a sua estreita ligação ao seu progenitor sexo oposto e tornar-se mais ligado ao seu progenitor do mesmo sexo.

Comportamento sexual do adolescente

Período de transição entre a infância e a idade adulta, começando num acontecimento biológico (a puberdade) e terminando num acontecimento psicossocial (a independência em relação aos pais). É nesta fase em que são estabelecidos padrões básicos de comportamento que se perpetuarão ao longo da vida e o momento na qual ocorre a iniciação sexual.

Surge nesta fase ideias falsas, como por exemplo, a rapariga não pode engravidar se lavar a vagina após a cópula, se o rapaz tirar o penes da vagina antes de ejacular, entre outras. O aumento do impulso sexual nos adolescentes leva-os a quererem experimentar a sexualidade. Os rapazes são encorajadas a ter relações sexuais e as raparigas são encorajadas a ser castas.

Razões que levam os homens e as mulheres a iniciarem a vida sexual

 Para as mulheres, o principal motivo é o amor pelo parceiro, e em último lugar apresentam a curiosidade em experimentar.

Para os homens invertem a questão (coloca em primeiro lugar a curiosidade sexual).

Comportamento sexual dos jovens

Durante a juventude tomar decisões e fazer escolhas são grandes tormentos, gerando dúvidas e conflitos principalmente para os jovens que estão vivendo um momento de transição entre a adolescência e a fase adulta.

Actualmente, os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, por exemplo, a virginidade feminina, que antes era super valorizada e hoje é vista como um problema para muitas meninas. Muitas raparigas iniciam a vida sexual de forma precipitada, mais para responder a uma exigência do grupo do que a uma escolha pessoal, o que as tornam menos propensas a assumir as responsabilidades que uma vida sexual activa requer.

O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, mas as pesquisas mostram que quando o assunto é sexo há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situações.

Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes sobre a sexualidade e das relações afectivas. Hoje existe uma aparente liberdade sexual, ao mesmo tempo em que as pessoas são, em comparações há anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afectivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade, e esta cobrança acaba sendo internalizada, e assim as pessoas acabam assumindo comportamentos e valores adotados pela maioria.

Comportamento sexual do idoso

A organização Mundial da Saúde classifica como idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 65 anos. A terceira idade é um período caracterizado por intensas mudanças físicas, patológicas, sociais e emocionais.

O idoso revê seus conceitos sobre dinheiro, trabalho, ambições, beleza, vida, prazer e sexo; prefere mais qualidade ao invés de quantidade em tudo, inclusive nas suas relações sexuais.
A sua função sexual se altera basicamente pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do organismo provocadas pelo próprio processo de envelhecimento. Porém, não se pode associar essa fase da vida à perda ou à incapacidade de manter relações sexuais.

As dificuldades normalmente se iniciam a partir dos 40-50 anos, pois além da diminuição lenta e gradual da testosterona, há uma maior incidência de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e dislipidemias muitas vezes agravadas pelo fumo, álcool, estresse, sedentarismo e outros fatores de risco.

 Não existe uma disfunção erétil que seja específica do homem idoso, mas sim uma diminuição da sua capacidade sexual global. Ao atingir a maturidade, o sexo é cada vez menos carnal, tornando-se cada vez mais afectivo. As relações são menos sexuais e mais sensuais.

Escolha de parceiros sexuais

Darwin definiu a selecção sexual como a luta entre indivíduos de um sexo, geralmente os machos, pela posse do outro sexo. Como as demais espécies o Homo sapiens, também faz sua escolha, através de qualidades que classificam o parceiro como apto a reprodução.

 Os factores de escolha dos machos estão geralmente ligados à expressão fenotípica das fêmeas, o que resultaria numa tendência em humanos para escolha de alegorias associadas à beleza e/ou às qualidades que denotam juventude (maior probabilidade de acréscimo no fitness feminino). Enquanto as características relacionados à escolha dos machos pelas fêmeas estão conectadas à maior possibilidade do macho de manutenção de recursos (maior probabilidade de acréscimo no fitness masculino).

Algumas características preferenciais na selecção de parceiros na espécie humana: bondade, compreensão, beleza física, boa saúde, adaptabilidade, criatividade, desejo de filhos e boa hereditariedade, inteligência, personalidade excitante, bom poder aquisitivo, boa doméstica, e orientação religiosa.

Os critérios de selecção, ou seja, o comportamento sexual humano referente a escolha de parceiro depende da conduta social privilegiada e de certos interesses numa determinada zona. Actualmente as mulheres preferem homens mais altos, fortes e com condições financeiras para sustentar uma mulher e seus filhos.

Pergunta de reflexão: qual é o principal objectivo na escolha do parceiro?