A autópsia é o exame detalhado de um cadáver e de seus órgãos para determinar a causa da morte, observar os efeitos da doença, identificar as sequências de alterações e, assim, demonstrar a evolução e os mecanismos dos processos mórbidos.

É muito importante para determinar a causa da morte, a autópsia desempenha importante papel na elaboração de estatísticas de mortalidade e na indicação de contágios e epidemias. Ajuda também a revelar erros, a detectar novos males e modalidades de doenças.

As primeiras dissecações para estudo de doenças, realizadas por médicos de Alexandria, ocorreram por volta do século III a.C., mas foi Galeno, no final do século II e.C., o primeiro a comparar os sintomas e os sinais mórbidos do paciente com as constatações feitas no exame da parte lesada do cadáver.

Como fazer a Autópsia

O primeiro passo é uma inspeção completa da parte externa do cadáver, em busca de alguma anormalidade ou lesão, é um exame minucioso do interior do corpo e de seus órgãos. Em geral, seguem-se outros estudos, como análises microscópicas de células e tecidos, culturas e análises químicas.

Faz-se no torso uma incisão em forma de Y, que parte de cada axila ou de cada ombro até a base do esterno e daí continua até o baixo abdome, onde as virilhas se unem na área genital. Cada órgão pode ser removido separadamente para exame, ou o conjunto dos órgãos torácicos são extraídos em um único grupo e os abdominais em outro grupo. Os grandes vasos do pescoço, cabeça e braços são ligados e os órgãos retirados em bloco para dissecação. Os órgãos do pescoço são examinados no local ou removidos por baixo. O cérebro é examinado no crânio, e depois de seccionadas suas ligações, é removido em bloco. A medula espinhal também pode ser extraída.

Daí em diante a dissecação efetua-se pelas costas,  exceto quando se encontra algo que exija modificação no método. Em geral, os grupos de órgãos são removidos juntos para que se determine se há alteração em suas interações funcionais.

O anatomista passa então a examinar a superfície externa e seccionada de cada órgão, suas estruturas vasculares, inclusive artérias, vasos linfáticos, tecido fibroso e nervos. Se necessário, ele pode recolher material para exames posteriores. Imediatamente após a conclusão do processo, todos os órgãos são devolvidos ao corpo e as incisões cuidadosamente suturadas. Uma vez reconstituído o corpo, não resta nenhum indício da autópsia. Concluídos todos os exames — histológico, químico, toxicológico, bacteriológico e virológico — elabora-se um relatório que descreve a causa do óbito.

Na medicina forense, é empregada em casos de crimes e acidentes, a autópsia forense deve descrever em detalhes a aparência exterior e as partes internas do cadáver. A investigação do local do óbito é importante, pois a avaliação das circunstâncias pode ser fundamental para se esclarecer uma morte suspeita, como, por exemplo, causada por suicídio. A documentação fotográfica também é necessária. A autópsia deve ser sempre completa a fim de excluir qualquer causa que possa ter contribuído para o óbito.

Se possível, a hora da morte e o grupo sanguíneo devem ser determinados. Em todas as autópsias, e sobretudo em casos de medicina legal, convém que as descobertas sejam ditadas a um estenógrafo ou gravador mesmo enquanto o anatomista executa o procedimento. Esse registro muitas vezes se torna uma prova legal e deve, portanto, ser completo e preciso.

Material Utilizado para fazer a Autópsia

Actualmente, os instrumentos usados para realizar a autopsia têm sofrido diversas alterações, como o uso de algumas serras elétricas:

  • Serra para ossos – usada para cortar os ossos ou o crânio;
  • Faca com serra – usada para cortar pedaços dos órgãos para exame;
  • Enterótomo – tesoura especial usada para abrir os intestinos;
  • Agulha de sutura – uma agulha grossa usada para costurar o corpo após o exame; Martelo cirúrgico com gancho – usado para abrir a tampa do crânio;
  • Talhador de costelas – tesoura grande especial para cortar as costelas;
  • Bisturi – como o bisturi de cirurgia, porém, com a lâmina mais larga possível para fazer cortes longos e profundos ou para retirar tecidos;
  • Tesouras – usadas para abrir órgãos ocos e cortar os vasos sanguíneos;
  • Pinça dente de rato – usada para segurar órgãos pesados.
  • Mesa de Autópsia;
  • Cinzel de crânio – usado para ajudar a alavancar cuidadosamente a tampa do crânio;
  • Serra Stryker – serra elétrica usada para cortar o crânio de modo a remover o cérebro.