Urbano é um aglomerado populacionais com 10.000 e mais habitante, cuja actividade económica principal não pertence ao sector agrário, e com uma infra-estrutura socioeconómica e administrativa considerada mínima.

A definição do espaço urbano deve atender os seguintes critérios:

  • Lugares com um certo grão de urbanização administrativa;
  • Núcleos populacionais com um determinado número de habitantes, o qual pode variar de pais para pais e de época param época;
  • Combinação de número de habitante com a organização administrativa;
  • Combinação de número de habitante com actividade essencial do grupo.

São aqui considerados três indicadores fundamentais: número de habitante; principal actividade da população residente e organização administrativa. Para o caso concreto de Moçambique se deve adoptar uma classificação de urbano com base nos seguintes critérios:

  • Organização administrativa, segundo o qual será urbano toda população que vive nas capitais provinciais;
  • Numero de habitantes, considerando-se urbanos os aglomerados com 10.000 e mais residentes;
  • Existência de infra-estrutura socioeconómica como seja: serviços (saúde, ensino, administração, agua, luz, etc.), comercio, construção, transporte e comunicação;
  • Função económica, que deve situar-se maioritariamente fora do sector agrário;
  • Papel histórico desempenhado pelo centro populacional e perspectiva de desenvolvimento dos sectores secundário e terciário.

Cidade é lugar que estrutura, coordena, e organiza os vários campos de actividade que se encontra no interior de si própria. Nesta ordem de ideia esta definição aparece como valida para dois tipos fundamentais de cidade;

A cidade de prestação de serviços, que apresenta a sua actividade no que se convencionou chamar por “serviços não económicos” fornecidos a um determinado território no qual esta incluído o espaço rural que, em troca, assegura aquela as possibilidades de sobrevivência;

A cidade que desempenha um papel directo na actividade económica, em particular através da produção industrial e tecnológica, o que lhe permite aumentar o seu raio de influência e autonomizar-se do meio ambiente circundante através da organização de trocas a longa distancia.

As cidades apresentam-se sem dúvida a grande conquista do homem moderno. Hoje em dia, são elas que dirigem o mundo e organizam os espaços vistos concentrarem-se nas mesmas os grandes centros de decisões políticos económicos e científico-tecnológicas. Apesar disso a sua dependência em relação ao meio rural continua existindo.

Características das Cidades

  • As cidades constituem importantes aglomerados populacionais;
  • A grande maioria dos seus habitantes dedica-se as actividades secundárias (industriais), terciárias (serviços), que são os sectores fundamentais das áreas urbanas;
  • O dinamismo e a diversificação das actividades permitem maior oferta de empregos e maiores números de profissões;
  • Como as pessoas isoladamente não produzem todos os bens de que necessita (alimentos, vestimentas, etc.), o comércio torna-se necessário intenso nas cidades;
  • As cidades grandes exercem uma forte atracção sobre os habitantes do meio rural;
  • A cidade além de comercializar seus próprios produtos, comercializa também os provenientes do meio rural (alimentos e matéria prima);
  • A cidade distribui produtos industriais e serviços para a sua população e também para os habitantes das áreas vizinhas e das áreas rurais;
  • Concentrando indústrias, universidades e cientistas, as cidades tornam-se os grandes centros de inovações e conquistas tecnológicas;
  • O crescimento acelerado e desordenado de muitas cidades faz com que as mesmas se tornem problemáticas afectando a vida das pessoas.

Actividades das populações urbanas

A população urbana desempenha as seguintes actividades: as atividades econômicas secundárias e terciárias, ou seja, trabalham na indústria ou no sector de serviços (lojas, posto de gasolina, comércio em geral).

Problemas urbanos

Os problemas urbanos são vários e bem diversificados: as grandes cidades sofrem principalmente com as poluições, engarafamentos, violência, desemprego, desigualdade social, locais inadequados para moradia, saúde, educação e infra-estruturas.

Os diversos tipos de poluição (hídrica, visual do solo, sonora atmosférica) são causados principalmente pelo modo de produção e consumo estabelecidos pelo capitalismo. A poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, em que o intenso fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis pelo lançamento de gases tóxicos na atmosfera. Outros problemas ambientais decorrentes da urbanização são: impermeabilização do solo, alterações climáticas, efeito estufa, chuvas ácidas, ausência de saneamento ambiental, destinação e tratamento dos resíduos sólidos entre outros.

A falta de segurança tem sido um dos principais motivos que preocupam a população urbana. Diariamente são divulgadas notícias de violência nas cidades, esse processo está directamente associado a outros problemas como o desemprego, a educação de baixa qualidade e a desigualdade social.

 

Bibliografia

ARAÚJO, Manuel G. Mendes De. Geografia dos povoamentos: assentamentos humanos rurais e urbanos, Maputo, 1997.
GARRIDO, Dulce e COSTA, Rui. Dicionário breve da Geografia, ed. Presença, Lisboa, 1996.
NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim. Geografia Geral, Editora Moderna- São Paulo, 1978.
SANTANA, Tânia De. Geografia da população, Brasil.