O território da Costa do Marfim serve como exemplo dos problemas do neocolonialismo implantado pelos franceses na Africa Ocidental.
Nos anos 40, em plena Guerra Fria (EUA-URSS), formou-se o RDA (Rassemblement Democratique Africain), criado na região oeste da Africa, em 1946, em Bamako, com ramificações no Senegal, Mali, Níger, Chade e Guine, sob liderança de Fleix Houphouët-Boigny, da Costa do Marfim.
A Constituição francesa de 1946 permitia a formação de partidos políticos nas colonias. Assim, na Africa Ocidental, os fazendeiros africanos, os intelectuais, os técnicos subalternos, os professores primários e os médicos aproveitaram para formar partidos políticos.
O RDA era uma federação de partidos, um movimento guiado por uma comissão coordenadora e com congressos muito raros (três ao todo, de 1946 a 1958), que serviam sobretudo para manter uma orientação geral e confirmar as fidelidades comuns.
Contudo, quando o RDA começou a cooperar com o partido Comunista Francês, o poder colonial chegou mesmo a ameaçar a eliminação do RDA entre e 1950.
Graças à diplomacia de Houphouët-Boigny, mudaram de estratégia e aproximaram-se das autoridades francesas. Desta forma, puderam beneficiar de apoios governamentais e os líderes do RDA começaram a ser nomeados para cargos ministeriais.
Mais do que pensar nas formas de repartir as riquezas existentes, é preciso trabalhar para criar novas riquezas. De nada serve querer partilhar a pobreza. […] a Costa do Marfim tem necessidade de capitais estrangeiros, de tecnologia estrangeira e esforçar-me-ei por os atrair*. […] Não só se deve estabelecer relações com os seus vizinhos, como empenhar-se em que essas relações sejam fortes** e que conduzam ao próprio desenvolvimento.
Félix Houphouët-Boigny conduziu a Costa do Marfim a uma prosperidade económica sem paralelo nas recentes nações africanas. Para alem disso, era um pacifista e isso valeu-lhe a criação do “premio UNESCO felix Houphouët-Boigny para a paz”.
O seu desempenho foi sempre moderado e com diplomacia conseguiu a proclamação da independência da Costa do Marfim em 1960.