As explicações fixistas que, no mundo ocidental, foram aceites sem discussão até meados do séc. XVIII, defendiam que as diferentes espécies, uma vez surgidas, se mantinham inalteradas ao longo do tempo. Foi o contacto com a grande variedade da fauna e da flora de outros continentes que, no final do séc. XVIII, levou a pôr em causa a perspectiva fixista da origem das espécies.
A teoria fixista sobre a diversidade da vida na Terra, afirma que as espécies que existem hoje em dia são idênticas às do passado, ou seja, todas elas apareceram adaptadas ao ambiente não sofrendo qualquer alteração. A imutabilidade defendida por este princípio explica que as extinções se devem, precisamente, a essa incapacidade de se adaptar ao ambiente por parte dos seres vivos. Esta concepção opõe-se ao evolucionismo porque este defende a ideia que as espécies actuais surgiram com transformações graduais sofridas por ancestrais e espécies extintas. O fixismo fundamentava-se nas ideias dos filósofos gregos Platão e Aristóteles.
Platão
Defendia a existência de dois mundos: «um mundo real, ideal, perfeito e eterno» e um «mundo ilusório e imperfeito», de que nos dávamos conta através dos nossos sentidos.
As variações que podem ser observadas nas populações de plantas e de animais eram, para Platão, simples representações imperfeitas das formas perfeitas que eram, essas sim, reais.
Aristóteles
Aluno de Platão defendia a existência de uma escada da vida que tinha todos os seus de grausocupados por espécies fixas, que não mudavam, não evoluíam, desde as mais simples até às mais complexas.
A versão religiosa do fixismo chama-se criacionismo, que foi desenvolvida de muitas formas diferentes, consoante a mitologia de cada religião. Num nível mais amplo, um criacionista é aquele que acredita que uma entidade suprema, um deus é o criador absoluto do céu e terra, a partir do nada, num ato de livre vontade. Para os teólogos, uma das bases para a concepção criacionista da origem das espécies, está numa interpretação”à letra” do livro de Génesis