As cidades-estados eram completamente independentes umas das outras. Também conhecidas como pólis, elas tinham seu próprio governo e, às vezes, era rivais entre si, unindo-se nos momentos de agressão externa ou de unidade cultural, como na época dos jogos olímpicos, dos quais participavam diversos gregos. Mas basicamente, o que unia essas cidades gregas eram fatores como a língua, a religião e a proximidade territorial.

A fragmentação do território – devido à presença de montanhas e ao mar – influenciou a fragmentação política. Certamente, uma das características básicas da Grécia é que nunca houve um estado grego unificado, isto é, um único governo para todos. Dentre as diversas cidades-estados gregas, destacaram-se Esparta e Atenas.

Esparta:

Situada na península do Peloponeso, mas interiorana do que a maioria das cidades gregas, Esparta foi colonizada pelos gregos dórios, de forte tradição guerreira. Enquanto as outras cidades-estados gregas resolviam seus problemas de superpopulação e escassez de terra estabelecendo colónias, Esparta conquistava cidades vizinhas, como Messênia, no século VIII a.C.

Em lugar de vender os messênios como escravos no estrangeiro, tradicional método grego de tratar um inimigo derrotado, os espartanos conservavam-nos como “servos do estado” ou hilotas. Enfurecidos por sua servidão forçada, os messênios, que também eram gregos, tentaram recuperar a liberdade. Após renhida batalha, os espartanos sufocaram a rebelião.

A sociedade espartana estava dividida em 3 classes, basicamente:

Esparciatas – Cidadãos descendentes dos dórios. Deviam, durante toda a vida, ser soldados de Esparta. Eram proibidos de exercer o comércio.

Periecos – Antigos habitantes da Lacônia que não resistiram aos dórios. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram homens livres, mas sem direitos políticos. Serviam ao exército em caso de grande necessidade.

Hilotas – Aqueles que enfrentaram os dórios, portanto, vencidos, tornaram-se escravos. Eram servos presos à terra. Do seu trabalho agrícola é que provinha o sustento dos esparciatas.

Por volta de 500 a.C., Esparta emergiu como a cabeça da liga do Peloponeso, uma aliança das cidades-estados gregas meridionais, cujas forças de terra eram superiores às de qualquer outra coligação de cidades gregas. Os espartanos consideravam a liga um instrumento de defesa, e não de agressão.

Atenas:

Os jônios fundaram a cidade de Atenas, situada no centro da planície da Ática, próxima do litoral. O centro primitivo da cidade localizava-se numa colina alta, a acrópole, sendo assim, uma protecção natural contra ataques.

Devido aos solos pouco férteis da região, os atenienses logo compreenderam a necessidade de se lançar ao mar. Aproveitando a proximidade do litoral, passaram a dominar grande parte do comércio marítimo feito pelo Mediterrâneo.

Os jônios, quando chegaram à Ática, integraram-se bem como os povos locais, por isso, a sociedade ateniense sempre foi mais variada e menos rígida que a sociedade espartana.