O estado da história de África tem se mostrado particularmente difícil para os historiadores devido a uma série de fatores, a saber:escassez das fontes, o problema da cronologia e o problema dos mitos.

a) problemática ou Escasses das fontes

A história de África é pobre em documentos escritos e os que existem( egípcios, nubios, greco-latinos, americanos, árabes, europeus e africanos recentes) não contribuem muito para a reconstrução da história pois estão escritas em línguas que não são acessíveis para os leitores e apresentam -se mal distribuídos no tempo e no espaço.

A principal fonte para o estudo da história de África é a tradição oral, no entanto, apresenta limitações por não poder abarcar períodos longos e remotos e sobretudo porque os testemunhos directos já não se encontram vivos.

Assim, podia se considerar a arqueologia uma das saídas para suprimir a escassez de fontes escritas, no entanto, a arqueologia também apresenta suas limitações dada a exiguidade dos meios financeiros pois envolve deslocações, múltiplos prifissionais especializados, a ligação com outras ciências, etc. Por outro lado, estão sujeitas a intempéries como a erosão, a fragilidade das matérias de construção,as térmitas, as ferrugens e a acidez que destroem facilmente os vestígios das sociedades antigas.

b) o problema da cronologia

A grandeza básica da história do homem é o tempo, mas do período anterior à nossa época, são poucos os registos de datas e quando existem são imprecisos.

Os africanos sempre consideraram o tempo e tentaram conta-lo, daí que certos reis chegado ao poder, depositaram anualmente num vaso pepitas de ouro até à sua morte que permitia contabilizar os anos do reinado. Este procedimento permite -nos saber quanto tempo reinou cada monarca mas não mostram os reis anos referentes ao assunto, daí uma barreira aos historiadores que queiram debruçar sobre a história de África.

C) o problema dos mitos

Os diferentes povos que estiveram em África e as diferentes transformações sociais, políticas, económicas e culturais levaram ao aparecimento de diferentes interpretações do passado africano com impacto na historiografia Africana.

Um dos mitos foi a ideia defendida por Hegel em 1830,e que se popularizou na época, dizia que, para além da parte Norte, a África não tem movimento histórico, é a- histórica.

Esta forma de pensar influenciou sobremaneira na elaboração da história Africana nos séculos XIX e XX, falseando prespetivas em favor de uma concepção eurocentrica da história que se difundiu por todo o lado, mesmo nos países que nunca tinham sido colonizados.