A descoberta de sítios arqueológicos nos planaltos norte-americanos, onde foram encontradas pontas de lança cuidadosamente lascadas em ambos os lados, com canelaras associadas a ossos de mega fauna (mamute e bisonte). Suas datações entre 11.200 a 10.000 A.P. Trata-se da Cultura Clóvis.

A identificação, em mais de vinte sítios, de uma outra cultura, a Folsom (10.900 a 10.200 AP). Há poucas informações sobre o modo de vida das comunidades Clóvis e Folsom. Apenas ossos de animais, pontas e fogueiras superficiais.

Nas últimas décadas, em inúmeros sítios arqueológicos na América, datações anteriores às culturas Clóvis e Folsom estão sendo propostas. Têm-se obtido datações consistentes pré-Clovis em carvão e ossos de animais associados a pedras lascadas.

Questiona-se a validade de tais datações, tendo em vista que o fenómeno se forma também naturalmente, e os povos antigos poderiam ter escavado ossos já fossilizados, numa época posterior. As datações pré-clóvis raramente estão relacionadas a ossos humanos associados a restos indiscutivelmente culturais.

No México, Guatemala, Panamá, Equador, Colômbia, Venezuela, Peru, Uruguai, Chile, Argentina e Brasil, como já visto, há sítios com datações pré-Clóvis.

Portanto, na América do Sul há sítios arqueológicos com datações anteriores a doze mil anos. Fora do Brasil, há, no Peru, o abrigo de Pikimachay, com datações de até vinte mil anos. No Técnica dos caçadores-colectores americanos nas pontas Clóvis e Folsom.

Chile, em Monte Verde (carvão, madeira e ossos de mastodonte), datação de 12.500 anos e uma discutida datação de 33.000 anos.

No entanto, o sítio mais polémico está no Brasil, em Pedra Furada, no Piauí, com datação de 50 mil anos. Se essas datações estiverem correctas, a presença humana na América recuará a algumas dezenas de milhares de anos antes das datas actualmente aceitas

No Chile, o famoso sítio do riacho Monte Verde apresenta dois fragmentos bifaciais de pontas foliáceas e seis datações entre 13.500 e 11.800 anos atrás. A existência de várias tradições culturais sul-americanas contemporâneas mas distintas da tradição Clóvis não corrobora a hipótese de que os caçadores de animais de grande porte, norte-americanos, fossem os ancestrais dos sul-americanos.

 

Bibliografia

ARRUDA, José Jobson de A., PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e do Brasil. 4ª Edição; São Paulo, Editora Atica S. A. 1996.
ATLAS MUNDIAL. O Sistema Económico/América do Sul. In Atlas Mundial. São Paulo: CIA. Melhoramento de São Paulo, 1999.
CARVALHO, Fernando Lins de. A pré-história sergiapana/Fernando Lins de Carvalho. Aracaju. Universidade Federal de Sergipe, 2003.FUNARI, P. P.; NOELLI, F. S. Pré-história do Brasil, 3 ed. São Paulo: Contexto, 2009.GOSDEN, C. Pré-história. Porto Alegre: L&PM, 2012.NAVARRO, Alexandre Guida. Civilização Maia; Contextualização Historiográfica e Arqueológica. Vol. 27,São Paulo, 2008.